quarta-feira, 15 de abril de 2015

Preso, Vaccari é afastado pelo PT

Preso, Vaccari é afastado pelo PT

Em nota, Rui Falcão afirmou que o tesoureiro pediu afastamento por 'por questões práticas e legais'; Vaccari foi preso nesta quarta-feira no âmbito da operação Lava Jato





Por: Mariana Zylberkan - Atualizado em 
O tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), João Vaccari Neto, durante depoimento à CPI das ONGs, sobre desvio de recursos da cooperativa e a existência de recursos públicos na Bancoop, no Senado em 2010
PT anuncia o afastamento de João Vaccari Neto de sua cúpula(Sérgio Dutti/Estadão Conteúdo)
O PT anunciou o afastamento de João Vaccari Neto, secretário de Finanças e Planejamento do partido, preso nesta quarta-feira no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo nota assinada pelo presidente Rui Falcão, o pedido partiu de Vaccari "por questões práticas e legais". Apontado pelas investigações como o principal operador do PT no escândalo de corrupção na Petrobras, Vaccari foi conduzido à sede da PF em Curitiba (PR) em prisão preventiva. "A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado", disse Falcão em nota.
Apesar de o partido afirmar que o afastamento partiu de Vaccari, o anúncio foi oficializado após reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Falcão, em São Paulo, convocada às pressas após a prisão do tesoureiro. O enredo segue parecido com o protagonizado pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, que pediu afastamento do cargo no partido após se tornar alvo de investigações no escândalo do mensalão, em 2005. A decisão foi anunciada após reunião que dividiu a Executiva Nacional do PT, uma parte queria a expulsão de Delúbio e a outra defendia sua suspensão.
Vaccari foi preso em São Paulo na 12ª fase da Operação Lava Jato por ordem do juiz federal Sérgio Moro. A mulher de Vaccari, Giselda Rousei Lima, foi conduzida coercitivamente para depor. Ela e Vaccari foram pegos pelos policiais federais nesta manhã em casa, na Zona Sul de São Paulo.
O agora ex-tesoureiro do Vaccari foi apontado por delatores do petrolão, como o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, como um operador de propinas para o PT. Em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Barusco disse que o tesoureiro petista recebeu, em nome do partido, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propinas de 2003 a 2013, por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras. Barusco se comprometeu a devolver 97 milhões de dólares recebidos como suborno.
Dois empreiteiros que foram presos, Eduardo Leite (Camargo e Corrêa) e Gerson Almada (Engevix), também relataram em depoimentos à Justiça Federal que Vaccari pedia que os pagamentos de propina ao partido fossem dissimulados na forma de doações eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Leite, Vaccari sugeriu que ele depositasse em contas de campanha cerca de 10 milhões de reais cujo repasse estava "atrasado", em 2010.
Fonte: Veja

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