quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Candidato à reeleição, Rodrigo Maia decide não comandar sessão que escolherá sucessor na Câmara

Candidato à reeleição, Rodrigo Maia decide não comandar sessão que escolherá sucessor na Câmara
Folha de S.Paulo - Painel - 26/01/2017




Pela metade Presidente da Câmara, Rodrigo Maia não vai comandar a sessão que escolherá seu sucessor. O deputado não admite publicamente a candidatura à reeleição, mas já deixa clara sua decisão de, no dia da votação, não estar sentado na cadeira — que deve ser ocupada pelo vice, Waldir Maranhão. “Não tenho nenhuma expectativa de presidir uma sessão em que eu possa disputar”, diz. Sem saber disso, o centrão se preparava para pedir que a Justiça impedisse Maia de comandar a eleição.

Vale quanto pesa O Planalto quer ver o tamanho com o que o centrão sairá da disputa da Câmara para medir o quanto deverá ceder ao grupo nas próximas votações.

Encolhi as crianças Palacianos esperam que — cientes dessa estratégia — deputados do bloco pressionem Jovair Arantes (PTB-GO) a retirar a candidatura para não expor a fragilidade do grupo.

Estaca zero O delicado estado de saúde de Marisa Letícia pode provocar reviravoltas na sucessão ao comando do PT. Há chances de Lula desistir de presidir o partido para se dedicar à mulher.

Mente sã Amigos são unânimes ao relatar a serenidade do ex-presidente. Em momentos tensos, dizem, ele costuma manter o autocontrole.

Balança, mas não cai As posições consideradas ultraconservadoras de Ives Gandra Filho reduziram o entusiasmo de palacianos por sua indicação ao Supremo, mas o jurista segue no rol de favoritos de Michel Temer — muito por ter sido favorável à reforma trabalhista do governo.

Gordura trans O Planalto não está achando nada ruim que nomes cotados para o STF repousem sob o sereno e recebam críticas públicas. A estratégia do governo é deixar o candidato fritar para ver se sobrevive à frigideira.

Rascunho A primeira versão da foto oficial de Temer — uma montagem de seu retrato com um céu azul ao fundo — tinha qualidade tão baixa que um gaiato logo disparou: “Foi Michelzinho quem fez?”.

Em vias de O clima estava tão quente entre os integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária que já havia quem esperasse conselheiros saindo no braço no próximo encontro.

Deixa disso Marcos Roberto Fuchs, indicado para o conselho pela ex-presidente Dilma Rousseff, decidiu permanecer no grupo, mas não quis assinar a carta de apoio dos remanescentes ao ministro Alexandre de Moraes.

Nas digitais Fuchs é marido de Flávia Piovesan, secretária de Direitos Humanos do Ministério da Justiça.

Território inimigo Uma das cidades no roteiro de Michel Temer em Pernambuco, na semana que vem, tem prefeito petista: Luciano Duque, de Serra Talhada — terra de Inocêncio Oliveira.

Na ribalta Como exemplo do grau de tensão do governo com a Lava Jato, um palaciano diz que “a operação só vai começar, mesmo, agora”.

Ensaio “Até aqui, tivemos a parte instrumental, para a platéia sentar e prestar atenção. A cortina nem abriu”, resume o auxiliar de Temer.

Idade mínima A Secretaria da Fazenda do governo Geraldo Alckmin (PSDB) colocou em curso um processo de “renovação de lideranças”, mudando de funções servidores mais velhos.

New age Em comunicado interno, o secretário Helcio Tokeshi diz que “é o momento para dar a uma nova geração maiores responsabilidades” e “formar uma equipe de líderes com experiência, capacidade e ainda muitos anos profissionais pela frente”.

Deu praia Dos 96 membros do novo Conselhão de Temer, cerca de 90 se dispuseram a participar dos grupos de trabalho sugeridos pelo governo. O Planalto respirou aliviado com o quorum.

TIROTEIO

Enquanto o mundo tem optado pelo choro, vejo como uma ótima oportunidade para o Brasil vender seus lenços.

DO MINISTRO MARCOS PEREIRA (INDÚSTRIA), sobre o presidente Donald Trump ter retirado os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP).

CONTRAPONTO

A grama do vizinho é mais verde

Em dezembro último, governadores aguardavam — cada um em suas cadeiras marcadas — a ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal para debater a ação judicial em que pleiteavam receber as multas da repatriação de bens do exterior.

Ao final da sessão do STF, a ministra foi ao encontro dos governadores. Sentou-se logo em uma cadeira vazia. Alertada pelo cerimonial de que o sofá branco ao centro estava reservado para ela, brincou:

— Vou ficar com essa cadeira de governador mesmo…

O governador Flávio Dino (PC do B-MA) emendou:

— Olha, ministra, sentar nessa cadeira não está fácil…

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