quarta-feira, 31 de março de 2021

Nove governadores deixam de enviar à PGR informações sobre hospitais de campanha

 Nove governadores deixam de enviar à PGR informações sobre hospitais de campanha



Fonte: Gazeta Brasil


Hospital de campanha está sendo montado em Pelotas — Foto: Michel Corvello/Divulgação


Um terço dos governadores deixou de responder a um pedido de informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a instalação dos hospitais de campanha para tratamento da Covid-19.

No último dia 12, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo enviou ofícios aos 27 govenadores do país questionando

  • quantos hospitais foram instalados em cada local, 
  • quantos foram construídos e não entraram em funcionamento e 
  • as unidades ativas atualmente. 

Eles também foram indagados sobre

  • data e 
  • motivo do fechamento dos hospitais 

  • desativados, 
  • destinação de insumos e 
  • equipamentos.

O objetivo da PGR com as informações é verificar eventuais falhas no atendimento à saúde da população infectada, principalmente em função dos recursos aplicados.

Dependendo de cada caso, o órgão poderá recomendar aos procuradores que proponham ajustes ou, se houver indícios de irregularidades, a abertura de investigações sobre os gestores.

O prazo inicial para a resposta venceu no dia 19, mas vários governadores pediram uma prorrogação, que foi concedida. O órgão ainda fará a análise das informações enviadas pelos estados e também avaliar as providências em relação aos que não prestaram as informações.

Os governadores que deixaram de mandar as informações são:

  1. Waldez Góes (PDT), do Amapá;
  2. Camilo Santana (PT), do Ceará;
  3. Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo;
  4. Ratinho Júnior (PSD), do Paraná;
  5. Wellington Dias (PT), do Piauí;
  6. Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte;
  7. Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul;
  8. Coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; e
  9. Antonio Denarium (PSL), de Roraima.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Em 1 ano de pandemia, tecnologia se torna central para a vida do brasileiro

 Em 1 ano de pandemia, tecnologia se torna central para a vida do brasileiro

Ajuda a manter a saúde mental

Auxilia relacionamento e trabalho

Especialistas explicam limitações

Videochamadas se tornaram comuns no dia a dia de parte da população durante a pandemiafreestocks

Fonte: Poder 360

 e 
24.mar.2021 (quarta-feira) - 19h57
atualizado: 25.mar.2021 (quinta-feira) - 0h27

A pandemia fez com que milhares de pessoas se isolassem para tentar conter o avanço da covid-19. Um ano depois do início da crise sanitária o isolamento continua sendo necessário. Com isso, a tecnologia tomou espaço na vida da população, com aulas e encontros virtuais, que serviram tanto para manter o contato social, como para evitar a completa deterioração da saúde mental.

Profissionais acreditam que a tecnologia também é uma ferramenta que ajuda a população. Muitas pessoas passaram a fazer tratamentos psicológicos por meio de videochamadas, por exemplo.

A tecnologia com certeza nos ajudou muito. Se não fosse pela tecnologia, a nossa situação seria muito pior, tanto na depressão quanto no isolamento psíquico. O carinho pode ser transmitido por mensagens, ligações e videochamadas, mesmo que não com a mesma plenitude”, diz João Paulo Branco, médico psiquiatra e psicogeriatra.

Pesquisas realizadas durante a pandemia mostraram que a saúde mental da população se deteriorou. Com a falta de ambientes sociais, 40,4% dos brasileiros se sentiram frequentemente tristes ou deprimidos e 52,6% frequentemente ansiosos ou nervosos, segundo estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Uma pesquisa da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) também indica que um trauma de massa, como a pandemia, pode aumentar as taxas de sintomas de TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático) na população.

E esse aumento é percebido por profissionais de saúde mental no dia a dia de trabalho. Branco afirma que a pandemia é um momento emocional difícil para todos, em que sentimentos de medo e angústia são frequentes. “Estamos muito próximos da morte e isso leva a diferentes reflexões e sentimentos. Depressão, ansiedade, crises de pânico. E isso é muito visível na psicologia e psiquiatria, onde aumenta a demanda”, diz.

Se a população em geral está sofrendo, os trabalhadores da saúde enfrentam ainda problemas relacionados à natureza do próprio trabalho durante a pandemia.  Essa é a avaliação de Leonardo Pinho, presidente da Abrasme (Associação Brasileira de Saúde Mental).

“Para os trabalhadores de saúde, os trabalhadores essenciais de forma geral, além dessas questões ainda há os processos de burnout. Temos uma percepção também do aumento de suicídios, mas os estudos ainda estão sendo feitos”, afirma.

Pinho lembra, no entanto, que nem todas as pessoas têm acesso à internet para realizar esse acompanhamento. E para quem tem acesso, há o limite do vínculo, tanto para o tratamento como para relações pessoais. “O vínculo é essa relação de confiança, de proximidade, de escuta. A dimensão virtual não produz o mesmo vínculo que uma relação presencial. Mas o acesso virtual é melhor do que nada.

AULAS VIRTUAIS

Essa diferença é perceptível para Karla Ehrenberg, professora universitária. Com a pandemia, não houve mais o contato e a atenção dia a dia com os alunos em sala de aula. A professora avalia que no ambiente virtual o mais desafiador para os professores é prender a atenção da turma. “No online as interferências são muitas, como a própria internet e o ambiente, já que muitos assistem aulas em espaços compartilhados com familiares que estão realizando outras atividades”, afirma.

A professora lembra também a falta de convívio social e interação entre ela e os alunos. “O contato mediado pelo computador não é igual ao da sala de aula presencial, principalmente pelo fato da maioria dos alunos ficar com suas câmeras fechadas (isso devido a diferentes motivos)”, diz.

Para tentar diminuir a distância ocasionada apenas pelo contato por meio do ambiente virtual, Ehrenberg diz que continua reservando um espaço das suas aulas para saber como estão os alunos e descontrair. “Entendo que o aprendizado e a formação acadêmica dos alunos não deve ser restrita ao conhecimento técnico, mas deve incluir também uma boa dose de humanidade e senso de coletividade.”

Zalete de Carvalho, professora de apoio a alunos autistas, também sente falta do contato com seus estudantes. Com 68 anos, ela admite que a ideia de fazer a tutoria pela internet não a agradava. Principalmente porque ela não tinha muita familiaridade com a tecnologia. “Às vezes, em determinadas coisas, eu ainda dou umas enroscadas, mas meu filho e meus netos vão me orientando por telefone.”

Mas o que mais faz falta para Zalete é a família reunida. Ela mora com 2 de seus filhos, mas não vê os outros filhos e os netos presencialmente por causa da pandemia. “A gente conversa pelo celular, por vídeo, mas não é a mesma coisa“, diz.

Uma pessoa ativa, que praticava corrida de rua e outros esportes, Zalete se sentiu muito limitada com a pandemia. Como consequência, desenvolveu diabetes e ansiedade. “Foi um susto”, conta.

RISCOS DO ISOLAMENTO

A experiência dela se aproxima do que os estudos brasileiros mostram: pessoas dentro do grupo de risco para a covid-19 são mais propensas a desenvolver algum tipo de sofrimento mental. Segundo Branco, os idosos estão ainda mais frágeis neste momento porque é o grupo populacional com maiores restrições para contato social.

Eles ficaram mais isolados e muitos deles não tem essa familiaridade com a tecnologia, o que piora ainda mais o impacto da pandemia. Leva muitas vezes a quadros depressivos, ansiedade, insônia, também uso de drogas, principalmente o álcool“, afirma ele.

Para evitar as consequências mais graves, o psiquiatra aconselha as pessoas a encontrar alternativas para manter a mente saudável. Zalete, por exemplo, passou a praticar meditação. Branco também afirma que é necessário que o uso da tecnologia seja inteligente.

A recomendação é dar preferência a interações mais profundas. O uso das redes sociais simplesmente para curtir fotos, ver stories ou comentar publicações pode agravar e até gerar sofrimento psicológico. É importante sempre encontrar equilíbrio no uso da tecnologia.

É o que Zalete tenta fazer durante o seu isolamento, mesmo nos momentos mais difíceis. “Não tem como não se afetar com tudo o que está acontecendo. Mas precisamos ter fé de que as coisas vão melhorar e uma hora isso vai acabar“.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Vacina da AstraZeneca apresenta 79% de eficácia em casos sintomáticos da Covid

 

Vacina da AstraZeneca apresenta 79% de eficácia em casos sintomáticos da Covid

Empresa divulgou os dados de um novo estudo clínico realizado com 32 mil voluntários, mas ainda não publicou os resultados em revista científica para análise

Niamh Kennedy, da CNN
22 de março de 2021 às 07:06 | Atualizado 22 de março de 2021 às 07:55

Volume 50%

vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca mostrou 79% de eficácia contra casos sintomáticos do coronavírus e 100% de eficácia contra formas graves da doença e hospitalização de pacientes. O percentual de eficácia foi revelado pela empresa nesta segunda-feira (22) após o recebimento dos resultados de um novo ensaio clínico realizado nos Estados Unidos.

As descobertas feitas no novo ensaio clínico da Fase 3, que incluiu mais de 32 mil participantes, podem aumentar a confiança na vacina, que foi originalmente desenvolvida pela Universidade de Oxford.

De acordo com a empresa, o ensaio mostrou que a vacina foi bem tolerada e não identificou problemas de segurança. Segundo a Astrazeneca, um comitê independente "não encontrou risco aumentado de trombose ou eventos caracterizados por trombose entre os 21.583 participantes que receberam pelo menos uma dose da vacina".

 Os novos dados foram obtidos em um ensaio clínico de Fase 3 realizado nos Estados Unidos, Chile e Peru. A AstraZeneca disse que está planejando o envio das descobertas a um jornal científico para que seja feita a revisão por pares.

Por sua vez, a Oxford disse que as descobertas se somam "aos dados de testes anteriores do Reino Unido, Brasil e África do Sul, bem como aos dados de impacto real do imunizante no Reino Unido", de acordo com uma nota à imprensa emitida pela universidade.

Como parte do ensaio, mais de 32 mil voluntários recrutados em todas as idades receberam duas doses da vacina ou uma vacina de placebo em um intervalo de quatro semanas.

A vacina Oxford-AstraZeneca se tornou objeto de controvérsia no início do mês, quando vários países europeus, incluindo Noruega, França e Dinamarca, decidiram suspender temporariamente seu uso devido a relatos de coagulação sanguínea em pacientes após a inoculação.

Uma investigação emergencial realizada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) chegou à conclusão na última quinta-feira (18) de que a vacina é "segura e eficaz" na prevenção do coronavírus e "não está associada a um aumento no risco geral de eventos tromboembólicos ou coágulos sanguíneos".

A co-criadora da vacina e professora de vacinologia da Universidade de Oxford, Sarah Gilbert, saudou os dados por fornecerem "uma confirmação adicional da segurança e eficácia" da vacina.

O investigador principal da vacina e professor de infecção pediátrica e imunidade da Universidade de Oxford, Andrew Pollard, disse que os dados da AstraZeneca eram "consistentes com os resultados dos testes conduzidos por Oxford", acrescentando que esperava um "forte impacto contra Covid-19 em todas as idades e para pessoas de todas as origens que fizessem o uso generalizado da vacina. "

Os dados serão enviados aos reguladores norte-americanos, a Food and Drug Administration (FDA), como parte de um pedido de autorização emergencial de uso da vacina no país, informou a AstraZeneca.


terça-feira, 16 de março de 2021

Anvisa afirma que não há casos de coágulos ligados à vacina de Oxford Países europeus suspendem o uso da vacina fabricada pela AstraZeneca devido ocorrência de tromboses e embolias

 Anvisa afirma que não há casos de coágulos ligados à vacina de Oxford

Países europeus suspendem o uso da vacina fabricada pela AstraZeneca devido ocorrência de tromboses e embolias

Redação Redação     


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou, nesta segunda-feira (15), que não existem registros da ocorrência de coágulos, formadores de trombose ou embolia, ligados à aplicação da vacina de Oxford, produzida em parceria com a Fiocruz, no Brasil.

De acordo com a Anvisa, cinco casos suspeitos de tromboembolismo são investigados após a imunização, mas ainda não existe “correlação estabelecida entre o uso da vacina Fiocruz/Astrazeneca”, diz comunicado oficial da Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária.

O documento também afirma que mais de 2,8 milhões de brasileiros já foram vacinados com este imunizante e que o lote suspeito de causar problemas sanguíneos relatados na Europa, o ABV5300, é fabricado exclusivamente pela Astrazeneca não foi comprado pelo país. No Brasil, a produção é realizada pela Fiocruz, por meio de insumos importados da Serum Institute of India.

A ocorrência de coágulos fez com que 16 países europeus suspendessem a utilização da vacina de Oxford/Astrazeneca até que as investigações para determinar as causas dos problemas sejam identificadas. Apesar do possível efeito colateral, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendam o uso do imunizante.



domingo, 14 de março de 2021

Câmara define comando de todas as comissões permanentes; veja os presidentes eleitos

Câmara define comando de todas as comissões permanentes; veja os presidentes eleitos

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Imagens: Agência Brasil

A Câmara dos Deputados concluiu nesta sexta-feira (12) a instalação de todas as comissões permanentes da Casa.

Com isso, todos os 25 colegiados deverão retomar, na próxima semana, o funcionamento de forma híbrida, com parte dos deputados participando por videoconferência e outros, presencialmente, depois de um ano paradas em razão da pandemia de covid-19.

Veja os presidentes eleitos:

Comissão do Esporte – Felipe Carreras (PSB-PE);

Comissão de Legislação Participativa – Waldenor Pereira (PT-BA);

Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional – Aécio Neves (PSDB-MG);

Comissão de Turismo – Bacelar (Pode-BA);

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Carla Zambelli (PSL-SP);

Comissão de Seguridade Social e Família – Dr. Luiz Antônio Teixeira Jr. (PP-RJ);

Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Rejane Dias (PT-PI);

Comissão de Cultura – Alice Portugal (PCdoB-BA);

Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa – Dr. Frederico (Patriota-MG);

Comissão de Minas e Energia – Edio Lopes (PL-RR);

Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – Elcione Barbalho (MDB-PA);

Comissão de Direitos Humanos e Minorias – Carlos Veras (PT-PE);

Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT);

Comissão de Defesa do Consumidor – Celso Russomanno (Republicanos-SP);

Comissão de Viação e Transportes – Carlos Chiodini (MDB-SC);

Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público – Afonso Motta (PDT-RS);

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática – Aliel Machado (PSB-PR);

Comissão de Educação – Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO);

Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços – Otto Alencar Filho (PSD-BA);

Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural – Aline Sleutjes (PSL-PR);

Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia – Cristiano Vale (PL-PA);

Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) – José Priante (MDB-PA);

Comissão de Fiscalização Financeira e Controle – Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ);

Comissão de Finanças e Tributação – Júlio Cesar (PSD-PI);

Na quarta-feira (10), a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi eleita presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa Legislativa.

Nas comissões permanentes, os mandatos têm um ano de duração.


Editor-chefe do Conexão Política; residente e natural de Campo Grande/MS | FALE COMIGO: marcos@conexaopolitica.com.br


sexta-feira, 12 de março de 2021

PGR recorre contra decisão que anulou condenações de Lula

 

PGR recorre contra decisão que anulou condenações de Lula

Quer manter ações da Lava Jato

Fachin tirou processos de Curitiba

PGR cita “estabilidade processual”

O ex-presidente Lula durante evento em Brasília, em 2020; petista teve condenações anuladas por FachinSérgio Lima/Poder360 - 18.fev.2020


12.mar.2021 (sexta-feira) - 12h51
atualizado: 12.mar.2021 (sexta-feira) - 13h09

A PGR (Procuradoria Geral da República) recorreu no início da tarde desta 6ª feira (12.mar.2021) contra a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin que anulou condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. A decisão, proferida na 2ª feira (8.mar), devolveu ao petista os direitos políticos, permitindo que ele dispute a eleição presidencial de 2022.

A Procuradoria pede que o recurso seja julgado no plenário do STF, e não por um único ministro.

Eis a íntegra do recurso assinado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araujo, braço direito do chefe da PGR, Augusto Aras. A peça foi registrada no sistema do STF às 12h20 desta 6ª feira (12.mar).

Relator dos processos da Lava Jato no Supremo, Fachin avaliou que não caberia à 13ª Vara Federal de Curitiba (onde atuava o ex-juiz Sergio Moro) julgar os processos contra Lula. Isso porque as ações sobre o tríplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, a compra de um terreno para o Instituto Lula e as doações à mesma entidade não teriam relação direta e exclusiva com o esquema de desvios da Petrobras.

A PGR alega no recurso que a manutenção das decisões de Curitiba visa a “preservar a estabilidade processual e a segurança jurídica”.

Para Lindôra Araujo, o próprio STF já confirmou que cabia à Justiça em Curitiba julgar os processos de Lula. Ela discorda, ainda, que as acusações contra o ex-presidente não tenham relação direta com a corrupção na Petrobras. Diz que a denúncia apresentada pelos procuradores de Curitiba no caso do tríplex “é clara ao relatar elos entre os contratos da construtora OAS firmados com a Petrobras […] e a vantagem ilícita obtida por Luiz Inácio Lula da Silva”.

“Foi demonstrado que a ação penal ora em comento, por ter por objeto crimes praticados em detrimento da Petrobras, é de competência do Juízo da 13ª Vara da SJ/PR, nos termos do que definido pela jurisprudência do STF”, escreve.

Ao decidir que o Juízo de Curitiba não deveria ser o responsável pelas ações penais contra Lula, Fachin ordenou o envio dos processos à Justiça Federal em Brasília –à qual caberá decidir se serão aproveitados os depoimentos e provas reunidos durante a tramitação dos casos em Curitiba.

A PGR pede que, caso o recurso não seja integralmente aceito, somente as duas ações contra Lula que ainda não tiveram sentenças proferidas sejam enviadas a outro Tribunal. Isso manteria as condenações do petista nos casos do tríplex e do sítio, e faria com que o ex-presidente voltasse a ser inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.

Lindôra Araujo diz também que, na impossibilidade de anular a decisão de Fachin, os processos devem ir para a Justiça Federal em São Paulo, e não no DF.

A defesa do ex-presidente Lula afirmou que a anulação do processo é legal e está de acordo com outras decisões, tanto da 2ª Turma do STF quanto do plenário da Corte. “Não vislumbramos a possibilidade de alteração dessa situação jurídica”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins em nota. Leia a íntegra da nota de Zanin no fim desta reportagem.

Eis as ações penais afetadas pela decisão de Fachin:

Eis a nota de Cristiano Zanin Martin, advogado do ex-presidente Lula:

A decisão no último dia 08.03.2021 pelo Ministro Edson Fachin para excluir o ex-presidente Lula da ‘lava jato’ de Curitiba, que também afastou as condenações injustas impostas contra o ex-presidente e restabeleceu seus direitos políticos, está em absoluta sintonia com decisão tomada em 2015 pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (QO no Inq. 4.130), que vem sendo permanentemente reafirmada em julgamentos da 2ª. Turma, razão pela qual não vislumbramos a possibilidade de alteração dessa situação jurídica”.

Entenda o que muda com a aprovação da PEC emergencial

 

Entenda o que muda com a aprovação da PEC emergencial

Ponto a ponto das mudanças

Câmara e Senado aprovaram

Fonte: Poder 360

Ministro Paulo Guedes (Economia) e o novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), falam à imprensa depois de reunião em BrasíliaSérgio Lima/Poder360 - 4.fev.2021

 e 
12.mar.2021 (sexta-feira) - 0h11

PEC (proposta de emenda à Constituição) emergencial, cuja votação a Câmara concluiu na noite desta 5ª feira (11.mar.2021), era um desejo do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Proposta de Emenda à Constituição n° 186, de 2019 (PEC Emergencial)

Os deputados retiraram trechos que os senadores já tinham aprovado, mas não adicionaram nada. O texto deverá ser promulgado nos próximos dias.

A ideia inicial do projeto era criar mecanismos de corte de gastos. No fim, sobreviveram ao Congresso apenas os instrumentos para conter aumento de despesas.

O projeto autoriza o governo a gastar R$ 44 bilhões em uma nova versão do auxílio emergencial pago a trabalhadores vulneráveis durante a pandemia. O benefício deve ter 4 parcelas de R$ 250, em média.

Poder360 explica, ponto a ponto, o que a proposta altera na prática. Leia a seguir:

AUXÍLIO EMERGENCIAL

A PEC insere na Constituição a possibilidade de, em 2021, ser pago auxílio emergencial. O limite de gasto com o benefício é de R$ 44 bilhões.

Segundo o texto, neste ano será possível usar créditos extraordinários para pagar o novo auxílio. Ou seja, o gasto será bancado por aumento da dívida pública.

As medidas de controle fiscal relacionadas a criação ou expansão de despesas para o auxílio ficam dispensadas.

A Constituição elenca algumas situações em que poderá ser contraído crédito extraordinário, entre elas a calamidade pública. Essa regra não precisará ser seguida para financiar o auxílio emergencial.

Os gastos para bancar o benefício não contarão na Regra de Ouro, que impede o governo de usar recursos obtidos por endividamento para sustentar despesas correntes.

Também não serão computados no cálculo da meta de resultado primário, que mostra se o Brasil terminou o ano no vermelho ou no azul em suas contas públicas.

O pagamento do auxílio também ficará fora da conta do teto de gastos públicos. O dispositivo impede que as despesas cresçam mais do que a inflação de um ano para o outro. Créditos extraordinários não são computados nesse dispositivo.

Na prática, essa trava de R$ 44 bilhões limita o valor a ser pago, quantas pessoas receberão e por quanto tempo. A ideia do governo é dar 4 parcelas de R$ 175 a R$ 375. Na média, R$ 250.

O valor seria suficiente para bancar, aproximadamente, apenas um mês do auxílio emergencial de R$ 600 pago em 2020. O benefício custou R$ 295 bilhões até agora.

A quantia proposta na PEC é equivalente a 14% do que o governo já gastou. Nesse momento a pandemia bate recordes seguidos de mortes por dia no Brasil.

Em 2020 a reposição da renda chegou a ser exagerada, superando muito a linha de manutenção do nível de renda. O governo errou na conta com apoio do Congresso. O déficit fiscal foi monumental. E não se pensou na possível necessidade de mais recursos em auxílio para 2021, afirma a RC Consultores

CALAMIDADE

A proposta escreve na Carta Magna que é necessária proposta do presidente da República e aceite do Congresso Nacional para decretar calamidade.

O trecho é o artigo 167-B, inserido no texto constitucional pela PEC. Estabelece que no estado de calamidade nacional a União deve adotar o regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades da calamidade.

O mecanismo é similar ao que ficou conhecido como Orçamento de Guerra em 2020. Uma espécie de conta paralela criada para o governo lançar as despesas do combate à pandemia e poder cessá-las em seguida.

Outro trecho adicionado à constituição é o art. 167-C. Permite ao Executivo federal adotar processos simplificados de contratação de pessoal para combater a calamidade. Devem ser contratos temporários. Também vale para obras, serviços e compras.

O artigo 167-D, também criado pela PEC, possibilita que as propostas legislativas do governo federal para enfrentar calamidade contornem as restrições a aumento de despesas, desde que não criem gastos obrigatórios e continuados.

A proposta institui o artigo 167-E. Esse dispositivo libera o governo de cumprir o inciso III do artigo 167. Ou seja, pode pegar dinheiro emprestado para pagar despesas que não sejam de capital.

Outro trecho criado pela PEC, o artigo 167-F, estabelece que durante o estado de calamidade nacional:

  • Crédito – são dispensados os limites, condições e demais restrições para a União contratar crédito;
  • Superavit – o superavit financeiro do ano anterior pode ser usado para cobrir gastos do combate à calamidade; exceto nas fontes de recursos vindas de repartição de receitas com Estados e municípios, de receitas vinculadas e doações, empréstimos compulsórios e outras operações.

Quando é acionado o regime fiscal extraordinário a União precisa cumprir as restrições estipuladas pelo artigo 167-A. São mecanismos de contenção de gastos descritos em detalhes um pouco mais abaixo neste texto.

ESTADOS E MUNICÍPIOS

O projeto aprovado reduz o espaço para gastos nas câmaras municipais. Os órgãos têm um limite de despesas relativo ao tamanho do município.

O “teto” das câmaras municipais é relativo à soma dos recursos do município com arrecadação de tributos e transferências do governo central. Varia de 7% desse total, para cidades com até 100.000 habitantes, até 3,5% para cidades com mais de 8.000.001 habitantes.

Hoje os aposentados e pensionistas não entram na conta desse teto. A PEC emergencial estabelece que eles contarão a partir de 2025.

Por isso a redução do espaço para gastos. O orçamento atual nos limites atuais terá de ser suficiente para pagar os inativos também. O dispositivo alterado é o artigo 29-A da Constituição.

CONTENÇÃO DE GASTOS

A PEC emergencial insere o artigo 167-A na Constituição. O dispositivo determina que quando as despesas correntes chegarem a 95% das receitas, no período de 12 meses, Estados e municípios poderão utilizar os seguintes mecanismos de contenção de gastos:

  • Aumentos – vetar aumentos ou reajustes de salários e outras vantagens, exceto quando determinados por decisão judicial transitada em julgado ou por dispositivo legal anterior;
  • Cargos – vetar a criação de cargos, empregos ou funções que aumentem as despesas;
  • Carreiras – vetar a alteração de estruturas de carreira que aumentem os gastos;
  • Contratações – vetar admissões e contratações de pessoal, exceto reposições para cargos de chefia e direção que não aumentem despesas, reposição de vagas em cargos efetivos ou vitalícios, contratações temporárias excepcionais, reposições temporárias de prestação de serviço militar e órgãos de formação militar;
  • Concursos – vetar a realização de concursos públicos;
  • Penduricalhos – vetar criação e aumento de auxílios, vantagens, bônus e outros benefícios, exceto se determinados por lei anterior ou decisão judicial;
  • Despesa obrigatória – vetar a criação desse tipo de despesa, ou aumento acima da inflação;
  • Linhas de financiamento – vetar a criação ou expansão desses dispositivos, assim como renegociações ou refinanciamento de dívidas que ampliem subsídios ou subvenções;
  • Tributos – vetar a concessão ou ampliação de incentivos ou benefício nessa área.

Essas ferramentas também estarão disponíveis quando as despesas ficarem entre 85% e 95% das receitas. Nesse caso, o Executivo local pode usar esses dispositivos, mas precisará de aprovação da Câmara Municipal ou da Assembleia Legislativa em 180 dias.

Quem não usar esses mecanismos tendo mais de 95% da receita comprometida fica impedido de tomar crédito de outro ente da Federação.

Além dos poderes Executivos locais, pode ser usado por Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública.

GATILHOS PARA A UNIÃO

A PEC altera o artigo 109 das disposições transitórias da Constituição. Trata-se do teto de gastos públicos instituído em 2016.

Em vez de esperar o dispositivo ser desrespeitado, estabelece medidas de contenção de gastos quando a despesa obrigatória primária passar de 95% da despesa primária total.

Nesse caso, fica impedida admissão ou contratação de pessoal, exceto reposição de cargos de chefia ou direção que não aumentem despesas ou decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios.

A proposta adiciona outras duas exceções: contratações temporárias excepcionais e reposições de temporários para serviço militar e alunos de órgãos de formação militares.

Também são vedados aumento ou criação de auxílios, vantagens e outros benefícios para funcionários públicos. A proposta inclui no texto constitucional dependentes desses servidores. As exceções são determinações de leis anteriores ou sentença transitada em julgado.

A PEC inclui um item que busca vedar uma manobra que poderia ser usada para aumentar de outra forma os ganhos de servidores. O texto diz que fica proibida, durante o acionamento das travas, que sejam aumentados benefícios como auxílio moradia e outros inclusive para “membros de Poder”.

Juízes, promotores, desembargadores, senadores, deputados e outros estão incluídos nessa categoria. A ideia é impedir que os aumentos fossem concedidos de maneira indireta, expandindo benefícios que esses cargos recebem.

O novo texto da Constituição deixa claro ainda que cada órgão ligado à União, mas com Orçamento independente, terá sua própria conta para atingir o gatilho de 95% das receitas. Isso impede que apenas uma unidade orçamentária ative as travas para toda a administração pública federal.

Esse item afeta diretamente órgãos que, para fugir de bloqueios no Orçamento, têm colocado quase 100% de suas despesas como obrigatórias nos últimos anos. Dessa forma, como quase tudo que é recebido é gasto, o gatilho de 95% seria acionado.

A proposta tentou dar mais segurança jurídica às travas estabelecidas. Isso porque proíbe que os congelamentos de salários e benefícios se transformem em despesas futuras para a União. Seria o caso em que os servidores que tiveram seus ganhos travados por alguns anos pedissem na justiça os valores retroativamente.

No caso de estado de calamidade, algumas das travas fiscais ficam suspensas justamente para não atrapalhar o combate ao problema. Por exemplo: mesmo que o gatilho tenha sido acionado, as contratações de pessoal ficam liberadas durante a calamidade. Nesse cenário, o governo não ficaria impedido de contratar mais médicos em uma pandemia, desde que temporariamente.

FUNDOS PÚBLICOS

A PEC emergencial insere 2 novos trechos no artigo 168 da Constituição. Eles impedem que sejam destinados a fundos recursos provenientes de repasses a órgãos de Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.

O que não for usado desses recursos deve ser restituído ao caixa do Tesouro do respectivo ente federativo (União, Estado ou município). Ou ter o valor deduzido em repasses posteriores.

O texto também permite que por até 2 anos depois da promulgação da PEC os lucros financeiros de fundos públicos sejam usados para pagamento da dívida. Caso o ente não tenha débito para quitar, poderá usar da forma que quiser os valores.

DÍVIDA

Escreve, no artigo 163 da Constituição, que uma lei complementar tratará da sustentabilidade da dívida pública. O dispositivo pode acionar gatilhos de controle de gastos que são estabelecidos na própria PEC emergencial.

Essa lei complementar deve estipular indicadores da apuração da dívida e os resultados fiscais compatíveis com a trajetória dos débitos. Também medidas de ajuste e planejamento de venda de ativos para reduzir a dívida.

Ainda, é adicionado ao texto constitucional o artigo 164-A. Esse dispositivo vincula as políticas fiscais de União, Estados e municípios a essa lei complementar.

Só será possível saber os efeitos práticos quando o dispositivo for elaborado. Não é estipulado um prazo para a aprovação desse dispositivo.

A PEC emergencial altera o parágrafo 2º do artigo 165, no qual obriga a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de cada ano a se adequar à lei complementar, quando ela existir.

INCENTIVOS TRIBUTÁRIOS

O texto aprovado pelo Congresso obriga o Executivo a enviar ao Congresso, até 6 meses depois da promulgação da PEC, um plano de redução gradual de incentivos e benefícios tributários.

O governo também precisará encaminhar, junto com o plano, propostas de leis e estimativas dos respectivos impactos orçamentários das mudanças. Os projetos enviados devem reduzir os gastos com esses benefícios em 10% já no ano em que esse projeto for apresentado. Ou seja, 2021.

O objetivo, segundo a PEC, é que em 8 anos esses gastos não sejam maiores que 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Hoje, são 4,3%.

Diversos benefícios tributários foram blindados dessa redução durante a as negociações para aprovar a PEC.

É o caso da Zona Franca de Manaus e outras áreas de livre comércio no país e dos produtos que compõe a cesta básica. Isso significa que o governo deverá reduzir os subsídios e benefícios fiscais em 10% já nesse ano sem mexer com as exceções.

Não há proibição para que esses benefícios excetuados sejam reduzidos, só não há incentivo já que não contarão para o cumprimento da nova meta.

REVOGAÇÕES

A PEC emergencial originalmente revogava diversos dispositivos da Constituição como os que vinculavam recursos para saúde e educação. Essas ideias causaram controvérsia e foram abandonadas.

Na versão aprovada, sobraram ainda duas revogações: a 1ª trata de um item da antiga Lei Kandir, que repassava para Estados e municípios recursos para compensar a isenção de imposto sobre exportação. A ideia é dar mais segurança jurídica à União, que já resolveu o impasse da lei no ano passado.

O 2º ponto acaba com uma linha de crédito especial para Estados financiarem junto à União suas dívidas de precatórios, criadas a partir de decisões judiciais. A PEC passa de 2024 para 2029 o prazo para pagamento dessas dívidas. O fim do financiamento foi a contrapartida para ampliar a data limite.

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