Os candidatos favoritos na disputa pela presidência da Câmara acreditam que só irá para o segundo turno quem conseguir ultrapassar a barreira dos 100 votos.
Em sua última conta, Rogério Rosso tinha 98 votos. Rodrigo Maia estimou seu eleitorado em 140 deputados e Marcelo Castro teria 120 votos.
Nessa reta final de campanha, as candidaturas de Giacobo (PR) e Esperidião Amin (PP) ganharam fôlego. Isso significa uma pulverização ainda maior do eleitorado e o esvaziamento da candidatura de Rogério Rosso.
Deputados da CCJ contaram há pouco a O Antagonista que receberam telefonemas do Palácio do Planalto com pedido expresso de Michel Temer para que votem a favor do relatório de Ronaldo Fonseca.
Até ontem, a maioria era contra a decisão de mandar o caso de Eduardo Cunha de volta ao Conselho de Ética. Como a CCJ se reúne nesta quarta, às 9h30, será difícil alguém dormir em Brasília.
A Odebrecht comprou um prédio para o Instituto Lula.
A Lava Jato já descobriu que a compra do imóvel foi feita em nome da DAG Construtora.
De acordo com O Globo, a DAG Construtora, de Salvador, "pertence a Demerval Gusmão, amigo e parceiro de negócios de Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira.
A DAG é a mesma que, em 2013, a pedido da Odebrecht, pagou o jatinho que levou o ex-presidente Lula a Cuba, República Dominicana e Estados Unidos".
Embora o prédio tenha sido efetivamente comprado pela DAG, prossegue a reportagem, "o Instituto Lula não ganhou a sede e acabou sendo instalado no prédio do antigo Instituto Cidadania, no Ipiranga, onde permanece até hoje. Os responsáveis pela compra teriam desistido do projeto original de uso depois de descobrir que o imóvel estava envolvido em pendências judiciais dos antigos proprietários".
Mas os peritos da Lava Jato que analisaram os documentos encontrados na casa de Lula concluíram que eles se referem "à reforma do imóvel da Rua Haberbeck Brandão, 178”, na Vila Clementino, e que o “terreno foi objeto de negociação para atender os interesses do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
O relatório da PF sobre o prédio que a Odebrecht comprou para Lula cita uma série de documentos.
Um deles é a planilha de propinas da empreiteira.
Diz O Globo:
"Embora a DAG tenha registrado em cartório a compra do prédio por R$ 6,8 milhões, a PF acredita que o valor real foi R$ 12,3 milhões, o mesmo citado nos e-mails enviados a Teixeira. O valor é considerado compatível com os R$ 12,4 milhões anotados ao lado da expressão 'prédio (IL)', na planilha 'Programa Especial Italiano', apreendida no e-mail de Fernando Migliaccio, um dos executivos do departamento de propinas da Odebrecht".
A reportagem diz também:
"O relatório da PF menciona ainda um outro documento, apreendido na sala de Marcelo Odebrecht e de sua secretária, Darci Luz, que aponta a compra de um terreno da ASA para construção do 'prédio do Instituto' e diz que o preço foi abaixo do escriturado. Há ainda menção a eventuais riscos a que a DAG ficaria exposta devido às dívidas relacionadas ao imóvel".
Lula, em janeiro de 2013, fez um périplo por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos pago pela Odebrecht.
Ele acompanhou Alexandrino Alencar, o executivo que, segundo Alberto Youssef e outros dois delatores da Lava Jato, era encarregado de distribuir a propina da empreiteira.
Em sua reportagem, O Globo informa que, embora a viagem tenha sido paga pela construtora, Lula não possuía qualquer relação oficial com as atividades da empresa naqueles países.
O documento da Líder Táxi Aéreo, que forneceu o avião usado por Lula, mostra que o contratante exigiu discrição. No campo “passageiro principal” do formulário, o funcionário da Líder escreveu: “voo completamente sigiloso”.
Para evitar que fosse vinculada ao fretamento, a Odebrecht usou uma de suas parceiras para pagar a despesa: a DAG Construtora, da Bahia.
O dono da empresa, Dermeval Gusmão, primeiro negou ter pagado pelo voo. Anteontem à noite, porém, ele ligou para O Globo, informou ter localizado um pagamento de 435 mil reais à Líder e disse que um de seus diretores pode ter feito isso a pedido da Odebrecht.
Vale a pena relembrar mais uma passagem da viagem internacional de Lula, patrocinada pela Odebrecht por meio da DAG Construtora, a mesma empresa usada para comprar o prédio do Instituto Lula:
Lula foi à República Dominicana em janeiro de 2013, em viagem paga pela Odebrecht.
Acompanhou-o Alexandrino Alencar, o homem que, segundo Alberto Youssef, pagava a propina em nome da empreiteira.
Lula foi recebido pelo presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
Agora veja estas imagens.
Elas mostram Lula com Danilo Medina. A certa altura, quem é que aparece para cumprimentar o presidente dominicano, apresentado por Lula? Sim, ele mesmo: Alexandrino Alencar.
O Antagonista obteve em primeira mão o relatório com as alegações finais de Miguel Reale Jr, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo no processo do impeachment.
É uma peça jurídica histórica que merece ser encadernada e exposta ao público de forma permanente.
Os incansáveis Janaína e Bicudo, capitaneados pelo brilhante Reale Jr, demonstram de forma cabal os crimes de responsabilidade de Dilma Rousseff, devastam os argumentos pífios de José Eduardo Cardozo e elencam todos os demais crimes da petista no petrolão - ela agora é investigada por obstrução da Lava Jato.
A peça é também um manifesto político para as novas gerações.
"O que os brasileiros que esta subscrevem e todos aqueles que os apoiam buscam é ajudar a libertar o Brasil de um grupo que quis, e quer, se estabelecer no poder, a todo custo, vitimando a Constituição Federal e a Responsabilidade, em todas as suas vertentes, inclusive a fiscal."
E concluem com trecho do Hino da Independência: "Ou Ficar a Pátria Livre, ou Morrer pelo Brasil."
Alvaro Dias avisou que recorrerá ao plenário se a comissão especial ousar votar o projeto sobre abuso de autoridade, como tanto querem Renan Calheiros e Romero Jucá.
O senador propõe que essa mesma pressa e esse mesmo interesse sejam canalizados para, enfim, tocar a PEC do fim do foro privilegiado.
O Antagonista acha uma excelente ideia.
Traumann vazava informações para a Andrade Gutierrez
Thomas Traumann, ministro da SECOM de Dilma Rousseff, vazou informações de uma reunião interna do governo para o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo.
O Estadão conta toda a história:
"Num torpedo de 14 de outubro de 2011, Traumann avisa o empreiteiro sobre um projeto relacionado à infraestrutura aeroportuária em São Paulo: 'No café da manhã, chefa disse q o entroncamento de rotas c/ GRU e VRC inviabiliza Caieiras'.
O governo estudava a implantação de um novo aeroporto internacional em São Paulo, a ser construído em Caieiras, como alternativa aos terminais de Guarulhos (cuja sigla é GRU) e Viracopos, em Campinas.
O projeto era de interesse da Andrade Gutierrez, que elaborou junto com a Camargo Corrêa uma proposta de construção de um terminal chamado Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp). O empreendimento teria financiamento de cerca de R$ 5 bilhões do BNDES e teria a capacidade para atender 30 milhões de passageiros por ano.
Avisado pelo assessor, o empreiteiro retrucou: 'Isto foi público?' Ao que Traumann respondeu: 'Não. Só ministros'”.
Rodrigo Janot está finalizando parecer que enviará ao STF com duras críticas à decisão de Dias Toffoli de libertar Paulo Bernardo, no âmbito da Operação Custo Brasil.
O Antagonista apurou que Janot considerará o habeas corpus de ofício, concedido por Toffoli, um atropelo ao trâmite legal, pois ignorou a competência do TRF e do STJ.
O parecer que Rodrigo Janot está preparando com duras críticas à decisão de Dias Toffoli de libertar Paulo Bernardo, claro, conta com os aplausos efusivos de O Antagonista, que ouviu no último fim de semana o seguinte de um jurista:
"Era mais fácil chover o dia inteiro em um período de seca em Brasília do que imaginar que um dia veríamos uma decisão daquela."
Dias Toffoli é calor de rachar em plena Antártida.
Rogério Nora, da Andrade Gutierrez, é aquele que relatou em delação que Sérgio Cabral pediu um mesada de R$ 350 mil logo que virou governador.
Nora detalha que a empreiteira pagou R$ 2,7 milhões para evitar retaliações do governo do Rio nas obras do Comperj. Ele contou também sobre o pagamento de 5% em propina por obras de urbanização das favelas da Rocinha, Manguinhos e Alemão.
Cabral, em breve, vai descobrir como é a cela da PF em Curitiba.
Em um de seus termos de colaboração, Rogério Nora de Sá, executivo da Andrade Gutierrez, confirmou que a empreiteira pagou propina ao PT por meio de Delúbio Soares, João Vaccari Neto e Paulo Ferreira - que se sucederam como tesoureiros do PT.
Vaccari e Ferreira já estão presos. Falta Delúbio.
Teori Zavascki enviou, finalmente, para Sérgio Moro as delações dos executivos da Andrade Gutierrez - ao menos a parte referente ao petrolão.
Ao todo, 11 executivos da AG viraram colaboradores: Antônio Pedro Campello de Souza Dias, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, Elton Negrão de Azevedo Júnior, Flávio David Barra, Flávio Gomes Machado Filho, Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, Luís Mário da Costa Mattoni, Olavinho Ferreira Mendes, Otávio Marques de Azevedo, Paulo Roberto Dalmazzo e Rogério Nora de Sá.
No pedido de homologação, a PGR ressaltou que os colaboradores "descreveram com muita riqueza de detalhes como funcionou , durante anos, o pagamento de propina envolvendo os negócios mantidos pela Construtora Andrade Gutierrez e o governo federal/empresas estatais".
"Além de ilícitos envolvendo a Petrobras, os colaboradores também relataram o pagamento de propina nos contratos firmados no âmbito da Eletronuclear, Eletronorte, de estádios da Copa do Mundo e da Valec. Mas não apenas as obras de responsabilidade da Construtora foram instrumento da cobrança de propina, outros negócios diversos, como, por exemplo, obtenção de empréstimos junto ao BNDES, também originaram pagamentos de valores ilícitos."
O PT cobrava propina de 1% sobre o valor dos empréstimos do BNDES.
Disso nós já sabíamos.
A novidade – extraordinariamente importante – é que a PF descobriu o elo entre o PT e o BNDES.
Trata-se de Guilherme Lacerda, diretor de Infraestrutura Social do BNDES.
O Globo reproduziu uma mensagem que ele enviou ao presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, em 22 de setembro de 2012:
"Otávio, o João Vac (João Vaccari) me informa hoje que ainda não recebeu para encaminhar. Foi uma surpresa e já criei expectativas em vários lugares. Pf (Por favor) veja isso com urgência".
Sergio Moro vai interrogar os executivos da Andrade Gutierrez daqui a duas semanas.
O presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, tem de esclarecer a mensagem em que o diretor do BNDES, o petista Guilherme Lacerda, mandou-o atender às expectativas de João Vaccari Neto.
Ele tem de esclarecer também a resposta que enviou ao diretor do BNDES:
"Guilherme, estou saindo de Londres e chego amanhã. Fique tranquilo e mantenha suas promessas. Esta programação foi feita em conjunto com o JVC (Vaccari). Será feito na próxima semana. Abs".
1º de julho de 2016: O colunista Felipe Moura Brasil conversa com o senador Magno Malta (PR-ES) no estúdio da TVeja, em São Paulo, sobre a strip-tease moral do PT e o impeachment de Dilma Rousseff. Assista!