domingo, 4 de setembro de 2016

Senadores que salvaram habilitação de Dilma deveriam ser condenados a usá-la em suas campanhas

Senadores que salvaram habilitação de Dilma deveriam ser condenados a usá-la em suas campanhas

Blog aponta os 19 'vira-casacas' do impeachment e comenta acordão entre Lula e Renan

Por: Felipe Moura Brasil  
Um placar para a posteridade:
placar final
Um placar para envergonhar o Brasil:
placar 2
Dilma Rousseff perdeu as duas votações desta quarta-feira histórica, 31 de agosto: a do impeachment (por 61 votos a 20) e a da inabilitação para cargos públicos (42 a 36); mas, na segunda, os votos “sim” não atingiram o mínimo necessário de 54.
Graças a um golpe do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, contra o artigo 52 da Constituição brasileira que prevê a votação em conjunto de ambos os tópicos; e um acordão entre Lula e Renan Calheiros – que votou a favor do impeachment, mas contra a inabilitação, dando uma no ferro e outra na ferradura para manter sua influência e capacidade de barganha dos dois lados –, 19 senadores pró-afastamento, sendo 10 do PMDB, viraram a casaca entre uma votação e outra, e amenizaram a ruína da pior presidente da história do Brasil.
Com isso, Dilma poderá presidir o almoxarifado de alguma universidade pública aparelhada pelo PT, embora sua miguxa Kátia Abreu tenha insistido em citar a hipótese de ela dar aula não se sabe do quê: talvez de como destruir a economia de um país.
A realização de votações separadas a pedido do PT abriu margem para que políticos punidos pela Lei da Ficha Limpa e também o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, também consigam manter seus direitos políticos mesmo que tenham seus mandatos cassados. Eu sempre disse que a relação entre PT e Cunha era de muito amor.
Além de eventuais mortadelas, Dilma, Cunha e outros parlamentares investigados pela Polícia Federal ainda podem garantir assim suas vias de acesso ao foro privilegiado para escapar de juízes de primeira instância como Sérgio Moro. Tudo muito providencial.
O novo presidente da República, Michel Temer, no entanto, antes de sua posse nesta tarde, ligou para Aécio Neves e, mostrando-se contrariado com a manobra da maioria dos senadores do PMDB, prometeu subscrever o Mandado de Segurança que os partidos liderados pelo PSDB pretendiam impetrar ainda nesta quarta no STF para anular a decisão do Senado.
(O problema de recorrer ao STF para anular a votação da habilitação de Dilma é dar margem para anular a do impeachment e até a posse de Temer, porque o PT ou seus esbirros no Supremo alegariam que a votação do afastamento excluiu a questão da habilitação e, se fosse para incluir, o placar poderia ser diferente e mimimimimimimi. Sim: o golpe foi bem pensado.)
Este blog organizou como os senadores votaram, de modo a identificar também quem são os ‘casacas’ (listas 2 e 3) que atrapalharam parcialmente a festa do impeachment, vomitando no meio do salão.
Como comentei na minha cobertura em tempo real no Twitter: eles deveriam ser condenados, no mínimo, a usar eternamente a imagem de Dilma em suas campanhas eleitorais.
Confira.
1. Votaram a favor do impeachment e a favor da perda dos direitos políticos de Dilma:
Aécio Neves (PSDB-MG)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Alvaro Dias (PV-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-SP)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Dário Berger (PMDB-SC)
Eduardo Amorim (PSC-CE)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gladson Cameli (PP-AC)
Ivo Cassol (PP-RO)
José Agripino (DEM-RN)
José Aníbal (PSDB-SP)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PSD-MT)
Lasier Martins (PDT-RS)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Reguffe (sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Romário (PSB-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes  (PR-MT)
Wilder Morais (PP-GO)
Zezé Perrella (PTB-MG)
2. Votaram a favor do impechment, mas contra a perda de direitos políticos:
Acir Gurgacz – PDT-RO
Antonio Carlos Valadares – PSB-SE
Cidinho Santos – PR-MT
Cristovam Buarque – PPS-DF
Edison Lobão – PMDB-MA
Eduardo Braga – PMDB-AM
Hélio José – PMDB-DF
Jader Barbalho – PMDB-PA
João Alberto Souza – PMDB-MA
Raimundo Lira – PMDB-PB
Renan Calheiros – PMDB-AL
Roberto Rocha – PSB-MA
Rose de Freitas – PMDB-ES
Telmário Mota – PDT-RR
Vicentinho Alves – PR-TO
Wellington Fagundes – PR-MT
3. Votaram a favor do impeachment, mas se abstiveram sobre a perda de direitos políticos:
Eunício Oliveira – PMDB-CE
Maria do Carmo Alves – DEM-SE
Valdir Raupp – PMDB-RO
4. Votaram contra o impeachment e contra a perda de direitos políticos:
Angela Portela – PT-RR
Armando Monteiro – PTB-PE
Elmano Férrer – PTB-PI
Fátima Bezerra – PT-RN
Gleisi Hoffmann – PT-PR
Humberto Costa – PT-PE
João Capiberibe – PSB-AP
Jorge Viana – PT-AC
José Pimentel – PT-CE
Kátia Abreu – PMDB-TO
Lídice da Mata – PSB-BA
Lindbergh Farias – PT-RJ
Otto Alencar – PSD-BA
Paulo Paim – PT-RS
Paulo Rocha – PT-PA
Randolfe Rodrigues – Rede-AP
Regina Sousa – PT-PI
Roberto Requião – PMDB-PR
Roberto Muniz – PP-BA
Vanessa Grazziotin – PCdoB-AM

A gente se protege, companheiro

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