segunda-feira, 28 de junho de 2021

Cidade da Flórida minimizou advertências sobre danos estruturais no prédio que caiu

 

Cidade da Flórida minimizou advertências sobre danos estruturais no prédio que caiu

JUNE 28, 2021

Fonte: O Globo

Equipes de resgate procurando por sobreviventes no complexo Champlain Towers South, na cidade de Surfside, próxima a Miami, que desabou parcialmente na quinta-feira Foto: Giorgio Viera / AFP

MIAMI — Um mês após um engenheiro alertar, em 2018, que o Champlain Towers South — o complexo que desabou parcialmente na Flórida na última quinta-feira — havia sofrido “grandes danos estruturais” que exigiam reparos, um inspetor municipal garantiu aos moradores que o edifício estava em "muito bom estado", segundo a ata da reunião, que foi divulgada primeiramente pela rádio pública americana NPR no domingo.

Quatro dias após o desabamento, o número de mortos subiu para dez nesta segunda-feira, com mais de 150 desaparecidos. E enquanto trabalham 24 horas por dia, vasculhando os escombros em busca de sinais de vida, a esperança de familiares e amigos parece estar desaparecendo.

Um relatório de 2018, preparado por uma empresa de engenharia, encontrou uma séria deterioração do concreto na garagem subterrânea, além de grandes danos estruturais na laje de concreto abaixo do deck da piscina. O engenheiro, Frank Morabito, apontou que a deterioração "se expandiria exponencialmente" se não fosse reparada em um futuro próximo. Ele não deu indicações de que a estrutura estava em risco de colapso, embora tenha notado que os reparos necessários teriam como objetivo “manter a integridade estrutural” do edifício e de suas 136 unidades.

No entanto, Ross Prieto, um inspetor da cidade de Surfside que revisou o relatório, encontrou-se com moradores no mês seguinte, garantindo a eles que o prédio estava seguro, de acordo com a ata da reunião.

Prieto não é mais funcionário da cidade, segundo a própria NPR. A reportagem não conseguiu contatá-lo, mas ele disse ao jornal Miami Herald que não se lembrava de ter recebido o relatório. No entanto, em um e-mail para o prefeito na manhã seguinte à reunião de 2018, Prieto afirmou que tudo correu "muito bem" e que a resposta dos moradores foi "positiva". A causa do colapso continua sob investigação.

Equipes de emergência respondem a um prédio residencial parcialmente desabado na chuva em Surfside, perto de Miami Beach, Flórida, EUA Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Equipes de emergência respondem a um prédio residencial parcialmente desabado na chuva em Surfside, perto de Miami Beach, Flórida, EUA Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Unidades de um a quatro quartos têm preços que variam de US$ 600 mil a US$ 700 mil, até R$ 3,5 milhões na cotação atual do câmbio Foto: Polícia de Miami Beach
Unidades de um a quatro quartos têm preços que variam de US$ 600 mil a US$ 700 mil, até R$ 3,5 milhões na cotação atual do câmbio Foto: Polícia de Miami Beach
Uma parte da torre do condomínio de 12 andares desmoronou em Surfside, Flórida Foto: JOE RAEDLE / AFP
Uma parte da torre do condomínio de 12 andares desmoronou em Surfside, Flórida Foto: JOE RAEDLE / AFP
Um prédio de 12 andares desabou em Miami, na Flórida, Estados Unidos Foto: JOE RAEDLE / AFP
Um prédio de 12 andares desabou em Miami, na Flórida, Estados Unidos Foto: JOE RAEDLE / AFP
Um beliche é visto em um prédio parcialmente desabado em Miami Beach, Flórida, EUA, Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Um beliche é visto em um prédio parcialmente desabado em Miami Beach, Flórida, EUA, Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Mais de 80 equipes de resgate estão no local. A polícia confirmou a morte de ao menos uma mulher Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Mais de 80 equipes de resgate estão no local. A polícia confirmou a morte de ao menos uma mulher Foto: MARCO BELLO / REUTERS
A polícia bloqueou as ruas próximas do local e o tráfego na área também foi desviado. Os bombeiros montaram no local um centro para que parentes possam registrar o desaparecimento de familiares que viviam no prédio Foto: Corpo de Bombeiros de Miami-Dade
A polícia bloqueou as ruas próximas do local e o tráfego na área também foi desviado. Os bombeiros montaram no local um centro para que parentes possam registrar o desaparecimento de familiares que viviam no prédio Foto: Corpo de Bombeiros de Miami-Dade
Segundo o Washington Post, ao menos dez pessoas foram resgatadas e levadas para os hospitais da região. Entre elas, um menino de cerca de dez anos Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
Segundo o Washington Post, ao menos dez pessoas foram resgatadas e levadas para os hospitais da região. Entre elas, um menino de cerca de dez anos Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
Pessoal de emergência trabalha no local de um desabamento parcial de um edifício em Miami Beach, Flórida, EUA, Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Pessoal de emergência trabalha no local de um desabamento parcial de um edifício em Miami Beach, Flórida, EUA, Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Ainda não há informações de quantas pessoas estavam no prédio no momento do desabamento, que ocorreu por volta de 2h no horário local (3h no horário de Brasília) Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Ainda não há informações de quantas pessoas estavam no prédio no momento do desabamento, que ocorreu por volta de 2h no horário local (3h no horário de Brasília) Foto: MARCO BELLO / REUTERS
O edifício faz parte do condomínio Champlain Towers South, que terminou de ser construído em 1981, tem mais de 100 apartamentos e está localizado na Avenida Collins Foto: MARCO BELLO / REUTERS
O edifício faz parte do condomínio Champlain Towers South, que terminou de ser construído em 1981, tem mais de 100 apartamentos e está localizado na Avenida Collins Foto: MARCO BELLO / REUTERS

Gregg Schlesinger, advogado e ex-empreiteiro especializado em casos de falha de construção, disse estar claro que as deficiências identificadas no relatório de 2018 foram a principal causa do desastre. Por outro lado, Donna DiMaggio Berger, advogada que trabalha com a associação do condomínio, alegou que os problemas são típicos dos edifícios mais antigos da região e que não alarmaram os membros do conselho à época.

Além desse relatório de 2018 poder apontar para uma possível causa do desabamento, especialistas ouvidos pelo New York Times que examinaram uma gravação em vídeo do ocorrido relataram que um ponto na parte mais baixa do edifício, possivelmente dentro ou abaixo da própria garagem subterrânea, pode ter sido onde a destruição foi desencadeada.

— Parece que começa na base da estrutura ou muito perto dela — disse Donald O. Dusenberry, um engenheiro consultor que investigou muitos colapsos estruturais. — Não é como se houvesse uma falha no alto e ela [a estrutura] desabasse.

Mesmo com o relatório e o vídeo, que foi gravado à distância e mostra apenas uma perspectiva do desabamento, ainda não é possível tirar uma conclusão definitiva do desastre. Rick De La Guardia, um engenheiro baseado em Miami com experiência em investigação de falhas de componentes de construção, disse que o colapso também pode ter começado acima da base do edifício, possivelmente no segundo andar. Já Jason Borden, engenheiro que inspecionou o edifício no ano passado, disse à CNN nesta segunda-feira que quaisquer sinais de deterioração são típicos de edifícios na comunidade litorânea e não são graves o suficiente para levantar sinais de alerta.

— O que eu vi enquanto estive lá não me assustou em nada — disse ele.

Ainda há outras possibilidades ventiladas sobre a causa do desabamento. Poderia ser a corrosão do aço nas colunas da garagem subterrânea ou nos primeiros andares, estacas instaladas incorretamente na base do prédio ou uma construção pesada ao lado do edifício, feita em 2019, que poderia ter danificado o Champlain Towers South. Um e-mail divulgado pela prefeitura no domingo revelou que um membro da diretoria do condomínio havia ido à prefeitura em busca de ajuda na época, expressando “preocupações em relação à estrutura de nosso prédio”. As autoridades municipais, porém, se recusaram a intervir, sugerindo que os residentes contratassem alguém para monitorar os impactos.

As pistas para qualquer um desses problemas só ficarão claras após a operação de resgate terminar, a recuperação começar e os engenheiros cavarem até o fundo da pilha de destroços, disse David Peraza, engenheiro da Exponent, uma empresa de consultoria científica e de engenharia. Ele acrescentou que os investigadores também devem examinar os documentos de construção que descrevem exatamente como as estacas foram construídas.

O prédio estava entrando em um processo de recertificação — um requisito para estruturas de 40 anos que sofreram o castigo dos furacões costeiros da Flórida, das tempestades e da maresia corrosiva que pode penetrar no concreto e enferrujar os vergalhões e as vigas de aço de seu interior. A exigência foi implementada após um colapso anterior de um prédio em Miami, em 1974.

E enquanto indícios da causa do desabamento vêm à tona, o trabalho de resgate continua. Nesta segunda-feira, quando mais uma morte foi confirmada — elevando o número a dez —, equipes vasculharam o topo da pilha de destroços. Maggie Castro, do Fire Rescue do condado de Miami-Dade, disse à CNN que o trabalho ainda se tratava de uma missão de resgate.

— Ainda estamos tentando encontrar espaços vazios. Sabemos que o tempo é essencial — afirmou. — Mas, como você pode imaginar, será menos provável que encontremos sobreviventes.

Alguns parentes dos desaparecidos forneceram amostras de DNA às autoridades, e alguns familiares tiveram permissão para fazer uma visita privada ao local. As autoridades também pediram aos parentes que fizessem gravações de suas vozes e as enviassem. Douglas Berdeaux, cuja cunhada, a comissária de bordo Elaine Sabino, está entre os desaparecidos, supôs que as vozes seriam reproduzidas em alto-falantes no local do desastre para trazer esperança a quem ainda possa estar preso.

Mas apesar das buscas incansáveis, envolvendo mais de 300 equipes de emergência e o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, a esperança parece estar desaparecendo.

— Estamos apenas esperando e rezando para que um milagre aconteça — disse Berdeaux.

No domingo, Pablo Rodriguez, de 40 anos, estava achando cada vez mais difícil acreditar que sua mãe e sua avó ainda estavam vivas.

— Gostaria de dizer que sim, mas a resposta é não.


sábado, 19 de junho de 2021

Renan Calheiros - As histórias (e inquéritos) que para ele, ninguém viu...

Renan Calheiros - As histórias (e inquéritos) que para ele, ninguém viu...

No vídeo de hoje vamos abrir o livro do Renan, o relator da cpi. Conhece todos os processos? Não? Então separa a pipoca, fica confortável e bora lá As histórias de Renan.

terça-feira, 8 de junho de 2021

FLAGRA! Pegaram o DORIA + Escândalo: Secretário faz RITUAIS Obscuros + Acharam o DINHEIRO, e agora? - George Soros no Brasil

FLAGRA! Pegaram o DORIA + Escândalo: Secretário faz RITUAIS Obscuros + Acharam o DINHEIRO, e agora?


Kim Paim

34:04 - 
Levantamento exclusivo:
FHC, Quebrando o Tabu e juízes: quem George Soros financia no Brasil
Por - Gabriel de Arruda Castro, especial para a Gazeta do Povo
06/06/2021 14:33


George Soros, fundador da Fundação Open Society: patrimônio acima dos 8 bilhões de dólares.| Foto: Divulgação/ Open Society Foundations

A Fundação Open Society, comandada pelo bilionário George Soros, distribuiu cerca de US$ 32 milhões a organizações brasileiras entre 2016 e 2019. O valor equivale a aproximadamente R$ 117 milhões, considerando o câmbio médio de cada ano. A conclusão é de um levantamento exclusivo da Gazeta do Povo, com base em dados da própria fundação. Os números detalhados de 2020 ainda não estão disponíveis.

Ao todo, 118 organizações receberam recursos da Open Society para atuar no Brasil entre 2016 e 2019. A grande maioria é de entidades com sede no país, mas também houve repasses para que organizações estrangeiras realizassem projetos no Brasil. 

O montante da Open Society aplicado no Brasil muito provavelmente é ainda maior, já que algumas das entidades internacionais financiadas pela Open Society atuam em diversos países ao mesmo tempo. Além disso, a organização distribui recursos diretamente a pesquisadores individuais. Esse montante não foi incluído no cálculo feito pela reportagem.

A Open Society, criada em 1984, 

  1. defende a liberação das drogas
  2. a legalização do aborto e 
  3. libertação de presos que eles chamam de “não violentos”. 
  4. A organização também se orgulha de financiar projetos que “promovam os direitos em áreas como o reconhecimento legal da fluidez de gênero”.

Maiores favorecidos incluem entidade pró-legalização das drogas

No período de 2016 a 2019, a organização brasileira que mais recebeu recursos da Open Society foi a Associação Direitos Humanos em Rede, com US$ 2,3 milhões. A entidade, que hoje assumiu o nome de Conecta Direitos Humanos, se identifica como um grupo de ativistas em prol dos direitos humanos. Uma das prioridades da Conectas é a defesa de criminosos encarcerados. A entidade se opõe ao "encarceramento em massa" e apoia medidas que reduzam o número de prisioneiros no Brasil.

A segunda organização que mais recebeu recursos da Open Society é o Instituto Sou da Paz (US$ 1,8 milhão), que promove, dentre outras causas, a defesa do desarmamento da população

Em seguida, aparece Instituto Igarapé (US$ 1, 5 milhão). A entidade comandada pela cientista política Ilana Szabó atua na defesa da descriminalização das drogas.

Outros nomes da lista da Open Society chamam atenção. A Fundação Fernando Henrique Cardoso obteve US$ 315 mil, distribuídos em três anos diferentes.

Já o Instituto Anis foi beneficiado com US$ 245 mil. O rosto mais conhecido da organização é de Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília e uma das mais conhecidas defensoras da legalização do aborto no Brasil.

A Associação dos Juízes Federais obteve, em 2019, uma doação de US$ 10 mil. 

A Quebrando o Tabu, que tem 12 milhões de seguidores no Facebook, recebeu US$ 228 mil.

A lista da Open Society também inclui a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Alana, o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ) e a Fiotec, um braço da Fundação Oswaldo Cruz.

Em princípio, não há nada de ilegal no trabalho da Fundação Open Society. Mas o volume significativo de recursos injetados em projetos alinhados com as causas de esquerda - e que nem sempre ganha publicidade - pode desequilibrar o debate público.

Além disso, a rede financiada pela Open Society é pouco conhecida do público. Os dados sobre as doações ficam em uma parte pouco acessível do site da organização, e não é possível fazer uma separação por país.

Muitas vezes, os beneficiados também não fazem questão de exibir a ligação. A Fundação Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, não divulga quem são os seus financiadores. O Viva Rio, tampouco. A Quebrando o Tabu também não. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) menciona a Open Society em sua prestação de contas, mas os dados estão defasados: o relatório mais recente é o do biênio 2016-2017.

A Fundação Open Society 

  • atua em 120 países, 
  • e distribuiu mais de 3 mil doações no ano de 2019. 
  • O orçamento total da fundação para 2020 foi de US$ 1,2 bilhão.
  •  Desses, US$ 55 milhões foram destinados à América Latina.
  •  George Soros tem uma fortuna US$ 8,6 bilhões, segundo a revista Forbes.

O que dizem as entidades apoiadas pela fundação de George Soros

A Conectas afirmou à Gazeta do Povo que sempre prezou pela transparência, e que todas as suas finanças são auditadas por uma firma independente. "A Open Society Foundations figura na lista de nossos doadores desde 2008 e, assim como as demais entidades, apoia a Conectas pelo alinhamento com nossas causas e por acreditar na capacidade da organização de influenciar de forma positiva nos principais desafios à efetivação dos direitos humanos", afirmou a organização, em nota.

O Instituto Igarapé afirmou que a Open Society é um dentre "dezenas de apoiadores de diversos países". Ainda de acordo com o instituto, os doadores não interferem na gestão da organização: "Não há interferência da fundação ou de qualquer outro financiador em nossos projetos. Agimos conforme o nosso mandato, com base em evidências científicas e princípios democráticos", disse, também por meio de nota.

O Instituto Sou da Paz informou que os recursos da Open Society no período foram usados para "apoio institucional" e projetos específicos, como o Indicador Nacional de Esclarecimento de Homicídios. A organização assegura ter "total independência" de seus financiadores, e diz não necessitar exclusivamente de nenhum deles para manter o seu trabalho.

A Fundação Getúlio Vargas afirma que a doação de 2018 bancou o projeto "Discrimination vs. Data Control in Brazilian Smart Cities" (que pode ser traduzido como "Discriminação versus Controle de Dados nas Cidades Inteligentes Brasileiras"). A FGV diz que a Open Society não fez qualquer exigência quanto ao teor do conteúdo produzido, e garante ter total independência.

A reportagem da Gazeta do Povo também procurou a Open Society, a Fiocruz, a Ajufe, o Viva Rio, a Fundação FHC, o Alana, o Quebrando o Tabu, o ANIS, o LAV-UERJ e a youtuber Jout Jout, mas não obteve retorno.

Fonte: Gazeta do Povo

  

Principais entidades apoiadas pela fundação de George Soros no Brasil no período



Para onde é destinado o dinheiro de George Soros no Brasil?



sábado, 5 de junho de 2021

Bastidores dos e-mails de Fauci | G7: Vem aí o imposto mundial

Bastidores dos e-mails de Fauci | G7: Vem aí o imposto mundial



Fonte: https://phvox.com.br/katia-abreu-pdt-e-china-o-ataque-a-soberania-brasileira/

Kátia Abreu, PDT e China: O ataque à soberania brasileira

O ministro Ernesto Araújo divulgou em sua conta no twitter uma sequencia de mensagens onde expõe a senadora Kátia Abreu como a principal interlocutora do senado federal em suposta busca de favores para a tecnologia 5G da chinesa Huawei, conforme vemos abaixo:

Para entender o complexo jogo de xadrez que está por trás destes movimentos precisaremos voltar no tempo para que consigamos ligar diversos pontos importantes.

O último culpado da última semana

A última semana terminou com mais uma grande crise em Brasília protagonizada pelo congresso, uma vez mais exigindo a saída de um ministro do executivo Federal. Após reunião com os chefes dos três poderes em 24 de março, assistimos um movimento em bloco no congresso nacional contra o ministro das relações exteriores Ernesto Araújo.

A fervura do caldeirão aumentou ainda mais com o famigerado caso do gesto “supremacista branco” do assessor especial da presidência para assuntos internacionais Filipe G Martins, o caso apesar de conter motivos de piada para boa parte dos brasileiros, tem um objetivo muito claro: enfraquecer as bases do corpo diplomático e isolar o Presidente Bolsonaro de suas principais peças no complicado xadrez de Brasília.

O episódio ocorreu ao mesmo tempo em que senadores exerciam pressão enorme contra o ministro Ernesto Araújo e suas ações no combate a pandemia. Um movimento brusco e calculado do congresso, tentando matar dois coelhos com apenas uma cajadada.

Observamos uma sincronia perfeita de ações políticas, midiáticas e de formatação da opinião pública em duas frentes:

  1. Colar a imagem de racistas dentro do governo, acobertados pelo presidente da República.
  2. Após derrubarem o ministro da saúde, atribuírem as responsabilidades da pandemia ao ministro Ernesto Araújo.

Neste roteiro de cartas bem marcadas temos diversos personagens e fatos públicos que precisam de atenção para uma correta leitura dos acontecimentos.

China, PDT, Ciro Gomes e a influência comunista nas eleições de 2018.


No dia 08/07/2017 o PDT e o Partido Comunista da China reuniram-se para debater e fortalecer a candidatura de Ciro Gomes para a presidência da República.

A reunião aconteceu entre o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, e pelo secretário do Secretariado do Comitê Central do partido chinês, Du Qinglin. Segundo artigo no site do próprio PDT “O encontro ratificou o alerta para a instabilidade gerada pelo governo do presidente Michel Temer e o consequente impacto negativo gerado no cenário macroeconômico.”

Ambos os lados deram seu relato da proximidade ideológica de longa data entre as partes na reunião. Segue nota na matéria com a visão institucional do PDT sobre o encontro:

“O nosso país tem uma posição estratégica na América Latina. Devemos buscar aliados, como a China, que façam a contraposição aos Estados Unidos e executem a necessária posição independente ao governo Trump”, complementou, ao defender o compromisso com uma nação justa, democrática e socialista, que ficou claro desde a pioneira visita de João Goulart, então vice-presidente do Brasil, em 1961.

O enviado do Partido Comunista Chinês, Du Qinglin, também expos a sua visão para o encontro e parceria de longa data entre o partido brasileiro e o governo Chinês:

“Os partidos têm semelhanças nas ideologias. Com base nos princípios de independência, estamos totalmente dispostos a fortalecer o intercâmbio, o conhecimento e a confiança”, declarou Du Qinglin, ao formalizar o convite para que os pedetistas participem do 19º congresso do partido chinês, que ocorrerá no segundo semestre deste ano (2017).

A subversão das soberanias pelo governo Chinês

Exatamente há um ano atrás, o PHVox expos no programa análise da semana, fala do então secretário de estado americano Mike Pompeo para os 50 governadores americanos, onde ele apresentava como a china estava subvertendo e de certa forma corrompendo a ordem política de países alvo para torna-los simpáticos ao regime comunista.

Em linhas gerais, quando o partido comunista chinês percebe que o governo central dos países não são favoráveis ou amistosos a suas políticas, eles buscam nos governos locais apoio e iniciam um forte financiamento local em troca de lobby e animosidade política para pressionar o governo central.

Veja a fala de Pompeo descrevendo o modo de operação:

No Brasil, o principal agente deste modo de operação é o governador do Estado de São Paulo João Dória. Em dossiê também apresentado no programa Análise da Semana, apresentamos todo o processo de aproximação chinesa com o governador e a crescente influência chinesa dentro do governo da principal unidade federal brasileira.

O mesmo método também pode ser observado na Austrália, envolvendo o governo Scott Morrison e o governo do estado de Vitória no sudeste do país, o caso também foi apresentado no Programa Análise da semana recentemente.

Direcionamento do discurso na imprensa: China Media Group

Além dos governos locais, o partido comunista chinês também investe em parcerias com os veículos de mídia através de contratos de cooperação em diversos países.

No Brasil, os casos mais notórios são com o Grupo Bandeirantes e o Grupo Globo. Também podemos citar o tradicional Il Giornale da Itália entre outros exemplos pelo mundo. Estes contratos de cooperação nunca deixam explicito qual a cooperação real entre as empresas e como eles se beneficiam destes acordos.

Todavia, uma ação do braço midiático do partido comunista chinês ocorreu em 28 de agosto de 2020: O Fórum de Cooperação de Mídia Online “Parceiros da América Latina”, onde foi proposto pelos organizadores chineses um esforço de cooperação com os veículos de mídia de toda a américa latina em prol das notícias relacionadas à pandemia de COVID-19 em todo o mundo.

No mínimo, o partido comunista chinês tem direcionado muitos esforços para guiar a opinião pública e a mídia de acordo com as suas narrativas.

Michel Temer, o “contratado chinês” da Huawei

Em 21 de janeiro de 2021 o ex-presidente do Brasil Michel Temer foi anunciando como o mais novo “contratado” da empresa de comunicações chinesa Huawei, para garantir que a empresa não fique fora do leilão de 5G no Brasil, conforme informou o Yahoo Finanças.

O partido comunista chinês vem investindo pesado em lobby no mundo inteiro em favor da Huawei, sendo este tema um grande embate do governo do ex-presidente Donald Trump contra o regime de Xi Jinping.

Poucos personagens na política nacional conhecem e dominam tão bem os corredores de Brasília quanto o ex-presidente Michel Temer.

Até julho de 2020, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido e os EUA baniram a Huawei da implantação da nova geração de redes de celulares nos seus territórios. Na França, a empresa foi proibida de instalar torres perto de prédios estratégicos do governo.

Em outubro de 2020 a Suécia também proibiu a Huawei e ZTE de participar de contratos 5G em seu país.

Aécio Neves e a tomada das relações exteriores na câmara.

No último dia 06 de março de 2021 o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança divulgou mensagem em seu canal do Telegram que descreveu como um processo de toma lá, dá cá favoreceu o deputado e ex-presidente do PSDB:

O meu partido além da CCJ queria a CREDN que é a comissão que trata com diplomatas e defesa nacional. Esse ano essa comissão acumula a chefia de outra comissão: a que trata de temas de Inteligência. Eu havia sido escolhido pelo PSL para liderá-las esse ano.

Nas regras de proporcionalidade seria natural que o nosso partido ficasse com essa importante comissão, além do fato de termos outros integrantes no partido com aptidão para comanda-la.

No entanto o Aécio Neves articulou com demais partidos do Centrão para que o PSDB ficasse com a CREDN, efetivamente distorcendo todas as regras de escolha.

Nada disso foi ilegal mas envolveu fazer um troca troca de comissões de forma espúria entre diversos partidos do Centrão para conseguirem passar a comissão para o PSDB.

O toma lá da cá não é exclusivo da relação do legislativo com o executivo.

No dia 24 de março de 2021 o deputado Aécio Neves concedeu entrevista para a CNN Brasil onde afirmou que ‘O Brasil não tem sido feliz na sua condução de política externa há muito tempo. Deixamos de exercer uma política pragmática’.

Sim, pragmatismo político cobrado por Aécio neves que em sua extensa carreira política foi também nomeado presidente da Comissão do Ano Internacional da Juventude. Ele chefiou a delegação brasileira no Congresso Internacional da Juventude, em Moscou na União Soviética no ano de 1985.

 

A pandemia é real, assim como as possibilidades políticas em nome dela

Toda a narrativa construída na última semana, utiliza a pandemia como o principal fator de críticas contra o ministério das relações exteriores e o ministro Ernesto Araújo. Porém, fica cada vez mais claro que a pandemia, além de todos os problemas gerados para a população mundial, também serve como um excelente verniz para o jogo político de várias nações.

Existem diversas pontas nos últimos anos que envolvem a diplomacia chinesa no Brasil e no mundo que mostram que existe um método para implantar seus interesses subvertendo diversos campos políticos e midiáticos.

A Senadora Kátia Abreu prometeu, segundo o ministro Ernesto, que ele seria o “Rei do Senado” caso fizesse um gesto em favor do 5G chinês. Kátia Abreu, candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes em 2018, chapa que concorreu pelo PDT…

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...