quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Após quase dez anos, banco central dos EUA sobe taxa de juros

Após quase dez anos, banco central dos EUA sobe taxa de juros

Autoridade monetária elevou juro para a faixa de 0,25% a 0,50% e informou que, a partir de agora, pretende fazer uma alta gradual da taxa

Mercado esperava decisão de Janet Yellen, do Fed, há meses
Mercado esperava decisão de Janet Yellen, do Fed, há meses
O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve, o Fed) decidiu de maneira unânime nesta quarta-feira, 16, subir a taxa de juros do país para a faixa de 0,25% a 0,50%. É a primeira elevação da taxa em quase uma década. Depois do anúncio, a autoridade monetária informou que pretende fazer uma alta gradual dos juros.
O BC dos EUA havia cortado os juros para perto de zero na crise financeira de 2008 e desde então não havia mudado sua política monetária.
Na terça-feira os mercados assumiram uma postura positiva para a mudança potencialmente histórica do Fed. Os analistas disseram que, após semanas de preparação, uma decisão inesperada de não subir os juros seria a escolha mais perturbadora.
"O Fed espera que as condições econômicas irão se desenvolver de uma maneira que justifique apenas altas graduais nas taxas dos fed funds", divulgou a instituição em um comunicado após um encontro de dois dias. Para enfatizar esse ponto, os dirigentes acrescentaram no comunicado que eles antecipam "ajustes graduais" nos juros. 
A presidente do Fed, Janet Yellen, disse que a elevação na taxa de juros reflete "a confiança do Fed de que a economia continuará a se fortalecer" e "marca o fim de um período extraordinário de sete anos o qual a taxa dos Fed Funds foi mantida perto de zero para apoiar a recuperação da economia da pior crise financeira e da pior recessão desde a Grande Depressão". 
Yellen ponderou a decisão do Fed ao afirmar que "alguma fraqueza no mercado de trabalho ainda permanece" e que por isso ainda "há espaço para mais melhora no mercado de trabalho". Em meio a este cenário, Yellen destaca que as altas futuras dependerão de como economia irá se comportar. Ainda assim, a visão geral é que as "condições da atividade econômica dos EUA continuarão melhorando", uma vez que "os riscos oriundos da economia global diminuíram".
Projeções. O Fed manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para este ano em 2,1% em relação à projeção feita na reunião em setembro. 
Por outro lado, em 2016, a economia do país deve crescer 2,4%, ante estimativa de setembro de 2,3%, enquanto a previsão de expansão para 2017 permaneceu em 2,2% e a de 2018 ficou em 2,0%. Para o longo prazo, a taxa média de crescimento permaneceu em 2,0%.
Em relação ao emprego, as autoridades do Fed esperam progresso nos postos de trabalho nos próximos anos. Eles acreditam que a taxa de desemprego, que atualmente está em 5,0%, termine o ano de 2015 neste mesmo patamar. 
Por outro lado, a expectativa com a taxa de desemprego para 2016 recuou de 4,8% para 4,7%, a mesma projeção para os anos de 2017 e 2018. A estimativa da taxa de desemprego no longo prazo permaneceu em 4,9%.
O Fed manteve a previsão de inflação em 2015 em 0,4% em relação a projeção de setembro. Para 2016, a estimativa mais recente é de 1,6%, de 1,7% em setembro, e para 2017 a projeção ficou mantida em 1,9%. Em 2018, a expectativa permaneceu em 2,0% de inflação. A projeção no longo prazo continuou em 2,0%.
Para 2015, a previsão do Fed para o núcleo da inflação caiu de 1,4% em setembro para 1,3%. Para 2016, ela diminuiu de 1,7% (setembro) para 1,6% e para 2017 ela permaneceu em 1,9%. Para 2018, a taxa continuou em 2,0%. / Niviane Magalhães, com informações da Dow Jones Newswires.

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