Câmara aprova pontos importantes da reforma política após 21 anos de
discussão
Criado
em 30/05/15 12h50 e atual. em 30/05/15 Por Iolando Lourenço Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil
Depois de 21 anos de discussão no Congresso Nacional, a Câmara iniciou,
nesta semana, a votação de pontos considerados importantes da reforma política,
aprovou modificações em algumas regras do sistema e manteve outras que já estão
em vigor. Novas votações da reforma serão retomadas na segunda semana de junho,
após a apreciação do projeto de lei do Executivo que modifica as regras da
desoneração da folha de pagamento (PL 863/15).
Sessão plenária da Câmara dos Deputados para
análise e discussão da Reforma Política Laycer Tomaz / Câmara dos
Deputados
A primeira proposta de emenda
à Constituição (PEC) 190/94, que integra o pacote de temas que foram apensadas
à PEC 182/2007, em votação na Câmara, foi apresentada em 20 de outubro de 1994
pelo então deputado Pedro Irujo (PMDB-BA).
A proposta
propõe tornar o voto em facultativo. O artigo deverá ser votado no
dia 10 de junho e será um dos últimos pontos da reforma a ser apreciado.
Depois, será
votada a mudança do dia da posse do presidente da República, que hoje ocorre em
1º de janeiro. A proposta é que passe para o primeiro dia útil do ano.
Uma das propostas de campanha para a presidência da Câmara do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era aprovar a reforma política este ano.
Para isso, ele criou uma comissão
especial a fim de analisar as propostas em tramitação na Casa.
Só em relação a PECs, foram
encontradas e apreciadas 155. Desde a
criação da comissão, Cunha marcou para a última semana de maio a
votação da reforma política. Sem a aprovação do relatório do deputado Marcelo
Castro (PMDB-PI) na comissão, o presidente da Câmara avocou para o plenário a
deliberação da reforma e nomeou como relator o então presidente da comissão
especial, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Eduardo Cunha e os líderes partidários
fecharam um acordo para que a votação da reforma política fosse feita artigo
por artigo. Estabeleceram também a ordem de votação dos pontos da
reforma.
- O primeiro a ser apreciado foi o sistema eleitoral com a votação dos pontos na seguinte ordem: lista, distrital misto, distritão e distritão misto. Colocado em votação, nenhum desses pontos foi aprovado pelos deputados e, assim, manteve-se o sistema eleitoral atual.
- O segundo artigo a ser votado foi o financiamento de campanha. O primeiro item a ser votado foi o financiamento público e privado extensivo à pessoa jurídica: haveria dinheiro do fundo partidário, de empresas e de pessoas físicas, as empresas poderiam doar recursos para os partidos e para os candidatos. Essa proposta foi rejeitada. Novas votações foram feitas sobre a questão do financiamento, inclusive, o exclusivamente público. Mas as propostas foram rejeitadas, prevalecendo, porém, o dispositivo constante do texto de Rodrigo Maia, que estabelece financiamento público e privado, sendo que as empresas poderão fazer doações aos partidos e não aos candidatos. O dispositivo foi aprovado pelos deputados, sob protestos de alguns parlamentares.
- Nas votações desta semana, os deputados aprovaram ainda o fim da reeleição para os cargos executivos de presidente da República, governadores e prefeitos. O texto também estabelece que os prefeitos eleitos pela primeira vez em 2012 e os governadores também pela primeira vez eleitos em 2014 poderão disputar a reeleição.
- Outro dispositivo aprovado é o que estabelece a cláusula de desempenho ou de barreira, em que os partidos só poderão ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão, se tiverem pelo menos um candidato concorrendo à Câmara e eleger no mínimo um representante para a Câmara ou para o Senado. Hoje, por essas regras perderiam os recursos e o tempo de propaganda o PSTU, PCO, PPL e PCB.
A Câmara dos Deputados retoma
as votações da reforma política, na semana após o feriado de Corpus Christi, apreciando temas complexos como:
- duração do mandato,
- coincidência de eleições e
- cota para as mulheres na Câmara.
- Outros temas a serem apreciados são fim do voto obrigatório e
- data da posse do presidente da República.
Fonte:ebc
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