terça-feira, 28 de novembro de 2017

Vale e Petrobrás dominam investimentos no Brasil - Parte II

Vale e Petrobrás dominam investimentos no Brasil - Parte II
- continuação -
Mesmo assim, a expectativa é de que a concentração dos investimentos continue por mais algum tempo. “Os leilões (de petróleo) devem trazer novas empresas, mas a Petrobrás continuará sendo a maior investidora do Brasil”, afirma o economista Cláudio Frischtak, da consultoria Inter.B. Segundo ele, o grande volume de investimentos nas mãos da empresa não é um problema, desde que a estatal não seja capturada por interesses políticos, como ocorreu no passado.
Com a Operação Lava Jato e o envolvimento num esquema de corrupção, a companhia sofreu um forte revés que derrubou os investimentos e paralisou várias obras. Isso devastou a economia de Estados e municípios – um reflexo da dependência pelos projetos da estatal, que não quis se pronunciar para a reportagem.
Mesmo com o enxugamento no plano de negócios após o escândalo, os investimentos da companhia serão muito importantes para ajudar a economia a retomar o rumo do crescimento, afirma o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Jr.
Dinâmica interna. Além da dependência do País pelas cifras de Vale e Petrobrás, o mapeamento feito pela AFPartners expõe a paralisia de investimentos em vários setores, como o de infraestrutura, que são mais espalhados pelo País. Além da crise fiscal, que reduziu o volume de recursos dos governos federal e estadual, a iniciativa privada se retraiu com as incertezas políticas e com a economia mais fraca.
O que sobrou são projetos com pouca relação com a dinâmica interna, como os projetos da Vale, que dependem da demanda internacional, afirma o economista da Tendências Consultoria Integrada, Felipe Beraldi. Na opinião dele, essa é uma das explicações para a atual desigualdade de investimentos entre os Estados. De qualquer forma, diante do cenário de retomada econômica, o importante é ter investimento, independentemente da localização. “Além disso, pela magnitude dos projetos, há um efeito indireto positivo dentro da região onde o empreendimento está localizado.”
Mas, enquanto alguns Estados se beneficiam dos planos de negócios de Vale e Petrobrás, outros estão à míngua. O levantamento da AFPartners mostra que, juntos, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia e Paraíba, além do Distrito Federal, somam apenas 1% do volume total de investimentos. “Não vejo problema de um país focar em determinados projetos ou setores; poucas nações no mundo têm capacidade de produzir tudo em todas as cadeias”, afirma o economista da MB Associados, Sérgio Vale.
O que não pode, pondera ele, é não resolver os demais problemas, como o de Estados que não têm riquezas minerais para explorar e não conseguem atrair grandes empreendimentos. Nesses casos, é preciso focar na inovação e abrir a economia para que regiões como o Nordeste possam ter condições de competir. De acordo com o mapeamento da AFParters, a região deverá receber 9% do volume total previsto. Esse número seria ainda menor, não fosse pela onda de investimentos em energia elétrica, como os parques eólicos e solares que estão sendo desenvolvidos na região.
Fonte: Estadão

Vale e Petrobrás dominam investimentos no Brasil - Parte I

Vale e Petrobrás dominam investimentos no Brasil - Parte I

Com a recessão, as duas gigantes vão responder por quase 70% do total que será investido no País entre 2018 e 2021

Renée Pereira, O Estado de S. P - 25 Novembro 2017 | 17h00

Mais de dois terços dos investimentos previstos para o Brasil entre 2018 e 2021 sairão do caixa de Vale e Petrobrás. Com a recessão que assolou o País nos últimos três anos e derrubou a taxa de investimentos, as duas gigantes nacionais ganharam mais peso na economia interna. Dos R$ 367 bilhões programados para os próximos quatro anos, quase R$ 200 bilhões são do plano de negócios da estatal de petróleo e R$ 44 bilhões, da Vale.
Diante da forte concentração, quatro Estados ficarão com 76% dos investimentos previstos para o período: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Espírito Santo – locais que abrigam grandes projetos de Vale e Petrobrás. No Rio, por exemplo, 83% dos investimentos previstos são da petroleira, e, no Pará, 88% da mineradora, segundo levantamento feito pela consultoria AFranco Partners (AFPartners), que mapeou os megaempreendimentos a serem erguidos no País nos próximos quatro anos. 

Concentração
Levantamento de investimentos privados previstos para o Brasil no período de 2018 a 2021 mostra predomínio de setores com quebra de monopólio e/ou privatização e de fabricação de veículos



Fonte: Estadão

continua...Parte II
Foram considerados no trabalho apenas projetos em estágio mais avançado, como aqueles que já têm licenças ambientais ou que já estão em construção. O economista Augusto Franco, autor do estudo, destaca que, por estar saindo de uma forte recessão, o volume de investimento deve ser visto como positivo. Com a retomada, diz ele, o quadro deverá melhorar e novos empreendimentos serão incorporados a essa lista, que hoje soma 266 megaprojetos.
Mesmo assim, a expectativa é de que a concentração dos investimentos continue por mais algum tempo. “Os leilões (de petróleo) devem trazer novas empresas, mas a Petrobrás continuará sendo a maior investidora do Brasil”, afirma o economista Cláudio Frischtak, da consultoria Inter.B. Segundo ele, o grande volume de investimentos nas mãos da empresa não é um problema, desde que a estatal não seja capturada por interesses políticos, como ocorreu no passado.
Com a Operação Lava Jato e o envolvimento num esquema de corrupção, a companhia sofreu um forte revés que derrubou os investimentos e paralisou várias obras. Isso devastou a economia de Estados e municípios – um reflexo da dependência pelos projetos da estatal, que não quis se pronunciar para a reportagem.
Mesmo com o enxugamento no plano de negócios após o escândalo, os investimentos da companhia serão muito importantes para ajudar a economia a retomar o rumo do crescimento, afirma o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Jr.
Dinâmica interna. Além da dependência do País pelas cifras de Vale e Petrobrás, o mapeamento feito pela AFPartners expõe a paralisia de investimentos em vários setores, como o de infraestrutura, que são mais espalhados pelo País. Além da crise fiscal, que reduziu o volume de recursos dos governos federal e estadual, a iniciativa privada se retraiu com as incertezas políticas e com a economia mais fraca.
O que sobrou são projetos com pouca relação com a dinâmica interna, como os projetos da Vale, que dependem da demanda internacional, afirma o economista da Tendências Consultoria Integrada, Felipe Beraldi. Na opinião dele, essa é uma das explicações para a atual desigualdade de investimentos entre os Estados. De qualquer forma, diante do cenário de retomada econômica, o importante é ter investimento, independentemente da localização. “Além disso, pela magnitude dos projetos, há um efeito indireto positivo dentro da região onde o empreendimento está localizado.”
Mas, enquanto alguns Estados se beneficiam dos planos de negócios de Vale e Petrobrás, outros estão à míngua. O levantamento da AFPartners mostra que, juntos, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia e Paraíba, além do Distrito Federal, somam apenas 1% do volume total de investimentos. “Não vejo problema de um país focar em determinados projetos ou setores; poucas nações no mundo têm capacidade de produzir tudo em todas as cadeias”, afirma o economista da MB Associados, Sérgio Vale.
O que não pode, pondera ele, é não resolver os demais problemas, como o de Estados que não têm riquezas minerais para explorar e não conseguem atrair grandes empreendimentos. Nesses casos, é preciso focar na inovação e abrir a economia para que regiões como o Nordeste possam ter condições de competir. De acordo com o mapeamento da AFParters, a região deverá receber 9% do volume total previsto. Esse número seria ainda menor, não fosse pela onda de investimentos em energia elétrica, como os parques eólicos e solares que estão sendo desenvolvidos na região.

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O Antagonista, Newsletter, de 28 de Novembro de 2017, 1ª edição

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28 de Novembro de 2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Moro diz não ter cometido erros "significativos" na condução da Lava Jato


Moro diz não ter cometido erros "significativos" na condução da Lava Jato

Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
11h31 > Atualizada 15h55
  • Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo
    Moro afirmou que não esperava que a divulgação do áudio entre Lula e Dilma "tivesse tanta repercussão"
O juiz federal Sergio Moro declarou, nesta segunda-feira (27), não ter cometido erros na condução dos processos da Operação Lava Jato. "Sinceramente, não me ocorre nada [um erro cometido] muito significativo, que eu faria diferente", afirmou.
Moro, que comanda os processos relacionados à Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, participou de evento da revista "Veja" acompanhado pela reportagem do UOL.
Questionado em entrevista se a divulgação de um áudio entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a então mandatária, Dilma Rousseff (PT), em março de 2016, teria sido um equívoco de sua parte, Moro respondeu: "Não cabe ao Judiciário ser guardião de segredos sombrios".
A divulgação do áudio correu um dia antes da posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma.
Após a divulgação, a posse de Lula foi suspensa pela Justiça. Sendo ministro, Lula teria foro privilegiado e as acusações contra ele sairiam das mãos de Moro e iriam para a alçada do STF (Supremo Tribunal Federal).
O magistrado afirmou que a divulgação dos áudios "foi controversa". "Não esperava tanta celeuma, mas fiz o que a lei exigia e era necessário." Para Moro, o "conteúdo deveria vir a público". "Havia um diálogo que havia interesse público na sua divulgação."
Não eram conversas exatamente republicanas. O problema não foi tanto a divulgação, mas os diálogos
Sergio Moro, juiz federal
No entanto, com repercussão negativa, Moro chegou a admitir, à época, que a divulgação poderia ser considerada como um erro. O juiz afirmou que não havia percebido que a ligação de Dilma para Lula foi gravada após o horário definido por ele para as interceptações.
O ministro do STF Teori Zavascki, que morreu vítima de um acidente de avião em janeiro deste ano, à época também se manifestou contrariamente à ação de Moro e determinou que a prova fosse anulada. Ele entendeu que a interceptação não foi legal.
A defesa do ex-presidente, que criticou a divulgação dos áudios, diz que Moro é um juiz parcial e que o julgamento pelo qual seu cliente passa é político.
Em julho, Moro condenou o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex. Moro ainda tem, sob sua alçada, dois outros processos em que Lula é réu.
No evento de hoje, uma pergunta da plateia questionou Moro sobre "quando Lula seria preso", o que gerou aplausos de alguns espectadores.
Moro, porém, não comentou a respeito, mas relembrou a sentença do processo do tríplex. "Não me sinto confortável em falar sobre o caso dele, que já julguei. Tudo que eu queria dizer sobre aquele caso está na sentença. O juiz tem que estar unicamente preocupado com a lei."
Perguntado sobre o fato de ter voltado atrás na recusa de andar com segurança após ter determinado a condução coercitiva do ex-presidente Lula, Moro disse que fez depois de ter ataques inclusive contra sua família.
"Não esperava alguns ataques sujos por conta desses processos que envolvem políticos. Existe tentativa de diversionismo. Ao invés de discutirem minhas responsabilidades, atacam os responsáveis pelo processo", disse.
"Não vou ficar me incomodando com mentiras", afirmou.
O magistrado ainda pede que o combate à corrupção seja um dos temas da campanha política do ano que vem.
"A agenda de enfrentamento da corrupção é relevante e deve dominar os debates", disse Moro, que enxerga no pleito presidencial uma oportunidade de mudança para o país.
"O que se verifica é quase uma completa omissão das lideranças políticas [no combate à corrupção]. O que pode levar a retrocessos é nós não irmos adiante".
Moro negou, mais uma vez, que tenha o desejo de disputar a eleição do ano que vem porque isso colocaria em dúvida o trabalho que fez até agora. "No momento, não seria apropriado da minha parte", disse Moro.
"Acho que, no fundo, a política é uma das profissões mais nobres. É uma responsabilidade muito grande e também uma honra muito grande. Até um magistrado pode ser um bom político, um bom presidente", complementou.

sábado, 11 de novembro de 2017

Tudo o que você perdeu do Paradise Papers



O que foi uma semana. No domingo, nós lançamos as primeiras histórias da nossa investigação global, os Documentos de Paraíso. Durante toda a semana nós publicado histórias dos 13,4 milhões de documentos. Você pode encontrar todos os nossos grandes histórias abaixo - assim você não vai perder nada.

Também cobrimos a reação do mundo que inclui:
Não se esqueça, o nosso trabalho ainda não está feito e tudo o que fazemos é financiado pelo individuais doações ! Você pode suportar mais investigações transfronteiras como este agora. (E receber um adesivo Snax Haven se quiser!)

A equipe ICIJ.

PS Nós estamos tomando um merecido descanso neste fim de semana, mas estará de volta na segunda-feira e durante toda a semana com mais novidades Paraíso Papers!
|| Caso você tenha perdido TI
O novo vazamento de registros confidenciais revela os esconderijos financeiros de marcas icônicas e corretores de energia em todo o espectro político.
Trump membro do gabinete mantém uma participação na empresa que fornece o transporte para Putin do filho-de-lei e oligarcas sancionados.
Um esconderijo secreto de documentos fornecem dentro de vista da prática jurídica andares fundada em Bermuda.
Arquivos internos revelam Glencore assinado secretos ofertas e emprestou milhões a um parceiro de alto risco.
O governo russo tranquilamente realizou um interesse financeiro em US mídia social.
Laços offshore da moneyman Partido Liberal fornecer chocante contraste com a campanha canadense primeiro-ministro para a justiça fiscal.
Consultores fiscais Elite ajudar a Apple Inc. e outras empresas gigantesimpactos saia de repressão sobre manobras 'irlandeses Duplo'.
As empresas estão correndo para a ilha de beneficiar de sigilo e fiscalbenefícios.
Quando uma brecha fiscal se fecha, outra se abre.
Tome um olhar sobre as finanças dos republicanos e democratascontribuidores.
Uma aldeia esperava por uma vida melhor. Burkina Faso espera mais receitas fiscais . Moradores e autoridades disseram Glencore lhes deu nenhum.
A compra de um jato particular $ 27 milhões ou plush mega-iate significamilhões de dólares em impostos sobre vendas - se você não sabe o pro direita.
Como advogados e grandes bancos ajudar uma das maiores empresas de papel da Ásia expandir apesar pobre histórico ambiental e conflitos sociais.
Uma das maiores empresas do mundo foi para comprimentos extras para manter seus laços com uma frota de cargueiros de commodities segredo.
Royalties de milhares de clássicos americanos estão escondidos livre de impostos.
Trump disse aos eleitores que ele iria colocar “America First”. Mas, em torno dele estão associados que usaram os paraísos fiscais para realizar negócio.
Fique conectado c

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...