terça-feira, 28 de julho de 2015

Coluna de Claudio Humberto

28 DE JULHO DE 2015
O Palácio do Planalto tenta desesperadamente restabelecer “diálogo” com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que anunciou publicamente o seu rompimento com o governo Dilma e o PT. O problema é que Cunha lidera de fato a Câmara e a conduz para as decisões que considera acertadas, inclusive em votações que podem custar o mandato de Dilma, como rejeição das contas e impeachment.
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Destacado para a missão, o vice-presidente Michel Temer já jogou a toalha. Até ensaiou conversa, mas Eduardo Cunha o desestimulou.
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Dilma quer Renan Calheiros como “bombeiro” junto a Eduardo Cunha, mas o presidente do Senado é mais inclinado a jogar lenha na fogueira.
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Eduardo Cunha não aceita intermediários e Dilma não percebeu isso. Se ela quer restabelecer pontes, terá de reconstruí-las pessoalmente.
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Dilma considera recorrer a uma amiga, jornalista Cláudia Cruz, para tentar se reaproximar de Eduardo Cunha, o apaixonado marido dela.
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu a bancada tucana na Câmara dos Deputados para recusar encontro com Lula. Deputados não estão dispostos a amenizar o combate ao governo Dilma. Pelo contrário, o pedido de Lula, recebido com sinal de fraqueza, será usado para estimular a população a comparecer às manifestações de 16 de agosto. FHC já avisou que o momento não é para aproximações.
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Os tucanos avaliaram que um encontro das cúpulas partidárias soaria como “conspiração” contra a repulsa da população a Dilma e ao PT.
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“Um aproximação deveria ter vindo em momento de crise económica e não política”, avalia o líder do PSDB em exercício, Nilson Leitão (MT).
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O Grupo Lide, de empresários, liderado no DF pelo ex-senador Paulo Octavio, almoça hoje (28) com o governador Rodrigo Rollemberg.
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O Planalto monitora, apavorado, os pedidos de reunião de Eduardo Cunha com o governador paulista Geraldo Alckmin e outros líderes tucanos. Avaliam que nada de bom pode sair desses conchavos.
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Boa parte do PT não aceitou muito bem a ideia de Dilma aparecer no programa da sigla que vai ao ar dias antes dos protestos de agosto. O temor é que a aparição provoque panelaço e estimule os protestos.
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Cresce o apoio ao protesto nacional contra o governo Dilma, marcado para 16 de agosto. No fim de semana, adeptos do movimento desfilavam em Brasília com um caixão representando a morte do PT.
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Para não se indispor com taxistas e nem com a população, que exige o exercício do direito de escolher o Uber, grandes cidades mundo afora regulamentam o serviço eventual de motorista particular. Na Cidade do México, o pessoal do Uber paga ao município 1,5% sobre cada corrida.
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Craque em campo e senador muito atuante, Romário (PSB-RJ) não conseguiu driblar a denúncia de suposta conta não-declarada de R$ 7,5 milhões na Suíça. Reclamou da notícia, mas não foi matador.
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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que anda evitando viagens internacionais, passou o fim de semana na companhia de uma paniquete no condomínio Saint Tropez, no Rio de Janeiro.
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O secretário de Saúde do DF, Fábio Gondim, não distingue brotoeja de catapora, mas se valoriza: diz que trocou uma suplência de deputado federal pelo cargo. Não é nada, não é nada, não é nada mesmo.
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No país da Pátria Educadora, o município de Itaitinga (CE) realiza concurso para professores de Educação Básica, com salário distante do piso nacional (R$ 974,80) e para pedreiros (R$ 1.019,14 mensais).
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Vaca de R$2,2 milhões declarada em mensagens cifradas de Marcelo Odebrecht também tem direito a tossir ou só a mugir mesmo?
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27 DE JULHO DE 2015
A presidente Dilma insinuou ao PMDB uma possível reforma ministerial tão logo o ajuste fiscal seja aprovado. A reforma pode incluir a redução de ministérios, como prega o PMDB, que para ela era tabu. E também admite “abrir mão” de ministros como José Eduardo Cardozo (Justiça), que ficaria radiante com isso, e Aloizio Mercadante (Casa Civil), cuja saída é reivindicada por aclamação, entre aliados e o ex-chefe Lula.
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Outro ministro que será trocado em razão da inutilidade da sua atuação é Manoel Dias (Trabalho). O PDT perderá a boquinha para o PMDB.
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Há menos de cem dias no cargo, o ministro do Turismo deixará o cargo com um novo apelido: “Henrique Alves, o Breve”.
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O ministro Henrique Alves e criticado por nada fazer e por não haver se demitido após seu padrinho Eduardo Cunha haver rompido com Dilma.
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Segundo amigos, após deixar o cargo, José Eduardo Cardozo planeja uma temporada na Espanha, dedicando-se a concluir um doutorado.
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O Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concordam pelo menos uma coisa: ambos estimam que 255 dos 513 deputados federais já se manifestam abertamente pela admissibilidade da proposta de impeachment da presidente Dilma. Neste momento, doze propostas estão tramitando. O governo espera ainda reverter a posição de deputados do PTB e do PP; eles somam 64 deputados.
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Oposição acha que o impeachment ganhará fôlego após o TCU julgar as “pedaladas fiscais” e as manifestações do dia 16.
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São exigidos no mínimo 342 votos para que os parlamentares promovam o impeachment da presidente Dilma.
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Dilma liberou R$ 300 milhões em emendas parlamentares ainda de 2014, na expectativa de “acalmar” deputados e senadores.
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O governo já sabe que a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de votar as contas de governos, é combinada com Renan Calheiros, presidente do Senado. Por isso que entrou em pânico.
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Agosto, mês do desgosto. O velho espectro volta a rondar a política brasileira. Aves agourentas lembram histórias como o suicídio de Getúlio Vargas e a renúncia de Jânio Quadros. Barbas de molho, cabelos em pé. Passarinhos na muda. Todo cuidado é pouco.
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Novo morador ilustre de Brasília, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) começa a ser visto nos fins de semana. Passeando com a família e frequentando restaurantes. É o campeão em pedidos de selfies.
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Procurados por assessores de Dilma sobre a viabilidade do pacto pró-governo, líderes na Câmara respondem que o problema da articulação do governo é conhecido e tem nome e sobrenome: Aloizio Mercadante.
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Esta coluna revelou há meses a nomeação do concunhado do filho do presidente do Tribunal de Contas da União para chefiar a unidade que fiscaliza infraestrutura, área de atuação do autor da indicação. Esse episódio é um dos que mais constrangem os ministros do TCU
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O PSB tem se irritado com os flertes da senadora Marta Suplicy (SP) e o PMDB. Oficialmente o presidente do PSB, Carlos Siqueira, coloca panos quentes. Garante que Marta vai se filiar no dia 15 de agosto.
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Animou a oposição a pesquisa CNT/MDA, que mostra o completo “derretimento” da avaliação de Dilma. Mas o termômetro final devem ser as manifestações contra o governo, marcadas para 16 de agosto.
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Após o recesso, o Planalto quer reunir governistas para “repactuar a base aliada”, criando uma tropa de choque para enfrentar Eduardo Cunha. O problema é encontrar gente disposta a defender o governo.
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...a Lava Jato prendeu tanta gente graúda da Odebrecht e da Andrade Gutierrez que seus conselhos de administração poderiam se reunir na carceragem da PF.

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