Plano de concessões de Doria inclui até Ginásio do
Ibirapuera
Projeto
estima receita de até R$ 10 bilhões com desestatização, que atingirá ainda
guincho, sinalização e até recapeamento de rua
Adriana
Ferraz, Bruno Ribeiro e Fabio Leite ,
O Estado de S. Paulo
O Estado de S. Paulo
29 Março
2017 | 03h00
O ginásio. Em uma análise preliminar, 25 dos 55 projetos não precisam de aval da Câmara
SÃO PAULO - A gestão do prefeito João Doria (PSDB) incluiu os serviços de guincho, compartilhamento de bicicleta, recapeamento de rua, sinalização viária, bibliotecas, teatros, museus e até o Ginásio do Ibirapuera no plano de privatizações e concessões que pretende começar a tirar do papel ainda este ano.
A lista com 55 projetos mapeados pela
Prefeitura de serviços e ativos municipais que poderão ser vendidos, concedidos
ou alvo de parcerias público-privadas (PPPs) foi apresentada nesta terça-feira,
28, pelo tucano a um grupo de vereadores aliados. Na apresentação, Doria
definiu 11 projetos prioritários, entre os quais a gestão do bilhete único,
terminais de ônibus, mercados e parques municipais, além da concessão do
Estádio do Pacaembu e da venda do Autódromo de Interlagos e do Anhembi.
Veja a
relação completa abaixo:
No caso do Ginásio do Ibirapuera –cujo
terreno é da Prefeitura e a gestão é do Estado –, a proposta é de concessão do
espaço, a exemplo do que se anunciou para o Pacaembu. Em troca de um retrofit e
de arcar com a manutenção do ginásio, o ente privado poderia explorar
comercialmente o equipamento por um prazo determinado.
A lista inclui serviços que já são
concedidos à iniciativa privada, como manutenção de abrigos de ônibus, relógios
de rua, coleta de lixo – a proposta é alterar os modelos de contratos nessas
áreas.
No caso da Saúde, segundo o secretário
Wilson Pollara, as concessões seriam para transferir a administração de
unidades a organizações sociais (OSs). É a prática já adotada na Prefeitura e
no governo do Estado. Em troca de uma remuneração, a entidade contrata médicos
e compra medicamentos.
Hospitais. Outra proposta é a venda de terrenos, mas restrita
a dois centros médicos privados, ambos na zona sul. São unidades que foram
construídas em terrenos públicos. Agora, a gestão Doria quer vender os lotes às
instituições.
O secretário de Desestatização, Wilson
Poit, destaca a criação de um fundo de desenvolvimento. “Todo o dinheiro vindo
dessas ações será carimbado e só poderá ser usado para investimentos em áreas
prioritárias: saúde, educação, mobilidade, segurança e moradia.” Ele estima que
o plano, ao todo, pode criar uma receita que vai variar entre R$ 5 bilhões e R$
10 bilhões – valores mais modestos que os R$ 7 bilhões estimados inicialmente
apenas para Anhembi e Interlagos.
Apoio. A apresentação destaca que, em “análise
preliminar”, 25 dos 55 projetos não precisam de aprovação pela Câmara. São
propostas que já têm a concessão regulamentada por lei ou se encaixariam na Lei
das PPPs.
Metade dos vereadores da base aliada,
entretanto, faltou à reunião em que Doria detalhou o plano. Compareceram à
Prefeitura 22 dos 44 parlamentares esperados. Entre os que não foram estão
representantes de PR, PRB, PSD, PSB e do próprio PSDB. Oficialmente, quem
faltou alegou ter outros compromissos.
OS 55 PONTOS DA
DESESTATIZAÇÃO
Serviços Municipais
1. Gestão de resíduos sólidos, coleta e
centrais de reciclagem
2. Serviço de varrição e limpeza urbana
(PPP)
3. Cemitérios
4. Crematórios
5. Serviços funerários
6. Sistema de compartilhamento de
carros elétricos
7. Acesso à internet por meio de um
sistema de Wi-Fi em espaços públicos
8. Serviço de transporte escolar
9. Serviço de transporte para pessoas
com deficiência
10. Equipamentos e serviços culturais
11. Sistema municipal de transporte
hidroviário
12. Sistema municipal de
compartilhamento de bicicletas
13. Serviço de iluminação pública
14. Pátio e serviço municipal de
guincho
15. Equipamentos e serviços de educação
infantil
16. Serviços hospitalares e de
atendimento da rede de saúde
17. Mercados Municipais
18. Parques, praças e planetários
municipais
19. Sistema de Estacionamento Pago
Rotativo (nova Zona Azul)
Gestão Municipal
20. Arquivo público municipal de São
Paulo
21. Sedes administrativas das
prefeituras regionais
22. Bilhetagem do sistema de transporte
municipal
23. Exploração de edifício público para
conectividade (ERB)
Projetos Urbanísticos
24. Projeto Nova Luz
25. Habitação de interesse social
26. Requalificação do Vale do
Anhangabaú
Ativos Municipais
27. Terrenos com cessão de uso
28. Autódromo José Carlos Pace e demais
áreas
29. Complexo Desportivo Pacaembu
30. Áreas e equipamentos do Complexo
Desportivo Canindé
31. Imóveis de herança vacante
32. Complexo Anhembi
33. Hospitais Municipais
34. Imóveis passíveis de IPTU
progressivo e desapropriação
35. Prédios públicos
36. Imóveis na região central
37. Terrenos na Rua Sumidouro
38. Gleba Santa Etelvina III-B
39.Constâncio Vaz Guimarães (Ginásio do
Ibirapuera)
Infraestrutura Urbana
40. Enterramento da fiação
41. Sistema de drenagem urbana 42.
Manutenção e requalificação de vias
43. Manutenção e requalificação de
passarelas, pontes e viadutos
44. Terminais de ônibus
45. Infraestrutura cicloviária
46. Requalificação e manutenção de
passeios públicos e calçadas
47. Corredores de ônibus
48. Garagens públicas municipais
49. Gestão e revitalização da rede
semafórica
50. Exploração de baixos de viadutos
51. Abrigos de ônibus
52. Relógios em espaços públicos
53. Totens em espaços públicos
54. Bancos, lixeiras e outros
mobiliários urbanos
55. Sinalização viária
Fonte: Estadão
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