Com ausência de Lula,
Bolsonaro e Marina lideram pesquisa Datafolha
Com apoiadores de Lula sem alternativa, disputa
eleitoral segue indefinida
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10.jun.2018
às 0h01
Ricardo Balthazar
SÃO PAULO
Dois meses depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seus
adversários na disputa pela Presidência da República continuam encontrando
dificuldades para conquistar a preferência dos eleitores.
Pesquisa realizada pelo Datafolha na
semana passada aponta o líder petista com 30% das intenções de voto e mostra
que mais de um terço dos eleitores se dizem sem opção ao analisar cenários em
que ele fica fora do páreo.
O instituto entrevistou 2.824 eleitores
de 174 municípios na quarta (6) e na quinta (7). A pesquisa é a primeira feita
pelo Datafolha após a paralisação dos caminhoneiros, que causou
transtornos em todo o país, provocou uma crise no governo e abalou a economia.
Fernando Haddad, Jaques Wagner e o cantor Carlos
Careqa em ato no acampamento de militantes petistas em frente à sede da PF em
Curitiba, onde Lula está preso - Zanone
Fraissat - 11.abr.2018/Folhapress
Segundo o Datafolha, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que apoiou os
caminhoneiros, mantém a liderança da corrida presidencial nos cenários em que
Lula está ausente, com 19% das preferências.
A ex-senadora Marina Silva (Rede) aparece logo depois no
levantamento, com até 15% das intenções de voto. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que oscila entre 10 e 11%, e o
ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 7%, estão
tecnicamente empatados.
Embora Ciro apareça numericamente à
frente nos resultados, a diferença entre os dois pode ser menor por causa da
margem de erro do estudo, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para
menos.
O ex-ministro Henrique Meirelles
(MDB), que lançou sua pré-candidatura com apoio do presidente Michel
Temer, tem apenas 1% das preferências, de acordo com o instituto.
Os cenários pesquisados pelo
Datafolha na semana passada são diferentes dos que foram considerados pelo
estudo anterior, feito em abril, e por isso os resultados dos dois
levantamentos não são perfeitamente comparáveis.
O PT reafirmou na sexta (8) a
disposição de registrar a candidatura de Lula, que cumpre pena em Curitiba
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e deve ser impedido pela
Justiça de concorrer.
A estratégia adotada pelo partido
adia a definição do nome que poderá substituir o ex-presidente se ele for
barrado. Os dois mais cotados para a vaga, o ex-prefeito Fernando Haddad (SP) e
o ex-governador Jaques Wagner (BA), aparecem com 1% na pesquisa.
A ausência de Lula fez cair o número
de eleitores que o mencionam espontaneamente quando consultados sobre suas
preferências, mas seu prestígio poderá ser decisivo para quem receber seu
apoio. Nos cenários sem o ex-presidente no páreo, mais de 40% dos seus
eleitores dizem não ter em quem votar.
Simulações feitas pelo Datafolha para
o segundo turno da eleição reforçam os sinais de que muitos eleitores não
encontram alternativa sem Lula.
Em cinco dos nove cenários em que o
líder petista não aparece, o número de eleitores sem opção,
dispostos a:
- votar em branco ou
- anular o voto
supera o de apoiadores do candidato vencedor.
Marina
Silva aparece como a que tem melhores chances contra Bolsonaro no
segundo turno.
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Fonte: Folha de São Paulo
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