segunda-feira, 28 de março de 2016

28 DE MARÇO DE 2016, Claudio Humberto

28 DE MARÇO DE 2016
Um dos sinais reveladores do declínio da presidente Dilma no poder tem sido a aproximação dos chamados setores “de Estado” com a oposição. Representantes do Itamaraty, inconformados com a nova condição brasileira de “anão diplomático”, e a significativa interlocução com chefes militares, em geral muito discretos. Todos se mostram preocupados, mas concordam em um ponto: o governo Dilma acabou.
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Um dos comandantes das três Forças pediu reunião urgente com o Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP). Será nesta terça (29).
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A inquietação dos comandantes militares reflete a caserna, onde estão brasileiros indignados clamando por mudança como quaisquer outros.
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Os chefes militares rejeitaram a idéia do Planalto de decretar “Estado de Defesa” para coibir e reprimir manifestações, como na Venezuela.
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As discussões sobre o “Estado de Defesa”, cogitado por Dilma, foram reveladas a políticos da oposição nas conversas com chefes militares.
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Se não for unânime a decisão da executiva nacional do PMDB de romper com o governo, nesta terça (29), será por maioria acachapante. A avaliação é do vice-presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), que presidirá a reunião e, ao iniciar os trabalhos, irá franquear a palavra. “Quero ver quem vai ter a coragem de defender Dilma”, diz ele, um dos primeiros no PMDB a defender o impeachment da presidente.
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O PMDB deverá romper e entregar os cargos por decisão de ao menos 70% dos votos. “Quem ficar não representará o partido”, diz Jucá.
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Romero Jucá tem esperança de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, que ainda resiste ao rompimento, mude de ideia.
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Resistiam ao rompimento Renan Calheiros e o PMDB do Rio, que, após encontro com Michel Temer, decidiu aderir ao desembarque.
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Curiosidade revelada pelas gravações, agora sob sigilo, entre as autoridades petistas: Dilma chega a chamar Lula de “presidente”, mas Lula nunca chama a atual mandatária de presidente. Ou “presidenta”.
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O governo está apavorado com o depoimento de Renato Bayard, ex-presidente da Construtora Odebrecht. Ele atuou diretamente pela Lei dos Portos. A filha dele, Julyana, deixou a diretoria da Embraport.
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Lula vai manter agenda mais discreta. O cuidado é para não inflamar os ânimos da militância pró-impeachment. Quer evitar ainda falar sobre o Judiciário para não complicar sua vida no Supremo Tribunal Federal.
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O deputado Rubens Bueno (PPS-PR), atuante líder de oposição, diz que incluir a delação de Delcídio Amaral no processo de impeachment seria irrelevante: “O impeachment já está na cabeça do povo”.
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O sumiço de Aécio Neves (PSDB-MG), após ser citado na delação de Delcídio, motivou o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE): “tenho certeza que este silêncio não é dos inocentes”, diz o vice-líder do governo.
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Deve dar em nada a “investigação” sobre a conversa grampeada de Dilma e Lula. O extinto Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instalou aparelhos criptografados, mas ela não usa. Só reclama deles.
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Um dado preocupa o Palácio do Planalto. Levantamento do governo mostra que, com o aumento da pressão popular, Dilma pode não ter nem mesmo 150 votos para derrubar o impeachment. E precisa de 171.
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Ao se declarar suspeito para relatar o pedido de habeas corpus de Lula para assumir o cargo de ministro da Casa Civil, o ministro Luiz Edson Facchin (STF) praticamente se excluiu do julgamento do mérito.
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... o slogan de campanha do deputado Tiririca deve mudar, em 2018: nesses tempos na política brasileira, pior que está sempre fica.

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