Henrique Alves pede exoneração do cargo de ministro do Turismo
ADRIANO CEOLIN - O ESTADO DE S.PAULO
28 Março 2016 | 19h 19 - Atualizado: 28 Março 2016 | 19h 37
Ligado ao vice-presidente da República, Michel Temer, o peemedebista do Rio Grande do Norte afirmou, em nota, que o 'diálogo' com o governo se 'exauriu'
Brasília - O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu exoneração do cargo. O documento foi distribuído nesta segunda-feira na presidência do PMDB. A decisão ocorre um dia antes de o partido se reunir para decidir sobre o rompimento com o governo federal. Procurado, Alves não atendeu às ligações do Estado
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Na carta, o peemedebista, que foi indicado para o cargo por Michel Temer, considera que o “diálogo” com o governo se “exauriu”.
Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegaram a um acordo para que a decisão do Diretório Nacional do PMDB, prevista para esta terça-feira, seja feita por "aclamação". O encontro deve sacramentar o desembarque da legenda do governo federal.
Os acertos entre Temer e Renan têm como objetivo dirimir qualquer desgaste à cúpula da legenda após uma decisão do diretório nacional. Em não havendo votação, mas apenas uma sinalização simbólica por parte dos delegados presentes, não há como se contabilizar o tamanho dos possíveis apoios que poderiam ser dados ao governo.
Leia a íntegra da carta:
Excelentíssima Senhora Presidenta Dilma,
Venho por meio desta carta entregar o honroso cargo de Ministro do Turismo do seu Governo e agradecer por toda a confiança e respeitosa relação mantida durante esses onze meses em que trabalhamos juntos.
Pensei muito antes de fazê-lo, considerando as motivações e desafios que me impulsionaram a assumir o Ministério (e que acredito ter honrado): fazer do Turismo uma importante agenda econômica, política e social do Governo e do País. Mas, independentemente de nossas intenções, o momento nacional coloca agora o PMDB, o meu partido há 46 anos, diante do desafio maior de escolher o seu caminho, sob a presidência do meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer.
Todos - o Governo que assumi e o PMDB que sou - sabem que sempre prezei o diálogo permanente. Diálogo este que - lamento admitir - se exauriu.
Assim, Presidenta Dilma, é a decisão que tomo. Não nego que difícil, mas cosciente, coerente, respeitando o meu Rio Grande do Norte, e sempre - como todos nós - na luta por um Brasil melhor.
Estou certo de que, sendo a Senhora alguém que preza acima de tudo a coerência ideológica e a lealdade ao seu próprio partido, entenderá a minha decisão.
Respeitosamente,
Henrique Eduardo Alves
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