Aplanilha da Xepa e a planilha Bisol
A planilha que a PF encontrou no departamento de propinas da Odebrecht – a planilha da Xepa – é mortal para o PT.
Ela mostra pagamentos em dinheiro vivo para João Santana e sua turma durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
A planilha que a PF encontrou com Benedicto Barbosa - a planilha Bisol – emporcalha todos os partidos, mas é tão indistinta que acaba beneficiando todos eles.
Veja o caso da petista Maria do Rosário, por exemplo. Ela disse ao Estadão seu nome está na planilha Bisol porque “se refere a uma doação feita em 2012 por sua indicação para o PT Nacional, com o objetivo de contemplar a então candidata a vereadora de Porto Alegre, Ariane Leitão”.
Bruno Araújo, do PSDB, “disse que os valores em questão foram recebidos em 2012 pelo PSDB e repassados oficialmente a candidaturas a prefeito em Pernambuco naquele ano com o devido registro na Justiça Eleitoral".
E Eduardo Cunha disse que é "normal fazer pedidos em nome do partido para que a doação seja distribuída entre candidatos”.
O petrolão não é caixa 2
A Armadilha Bisol foi encampada pela imprensa petista.
O site Brasil 247, que recebeu dinheiro de um operador da ORCRIM, está usando a planilha da Odebrecht para espalhar lama por todos os partidos.
Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi ainda mais longe.
Ela disse:
“De acordo com uma fonte que tem acesso direto à cúpula da Odebrecht, a Operação Lava Jato chegou ao coração do caixa dois da empresa, o que poderia atingir não apenas quase todo o universo político, mas também setores do Judiciário, da diplomacia, dos militares e até do Ministério Público".
E mais:
"Segundo o interlocutor, a lista de mais de 300 políticos e duas dezenas de partidos divulgada anteontem pela Polícia Federal seria apenas um leve aperitivo do que os arquivos da Odebrecht podem conter. Ele lembra que se trata de um papel que estava na casa de um diretor de segundo escalão da empreiteira".
E finalmente:
"Há inclusive uma aposta de que, de tão abrangente e explosiva, a Lava Jato poderia caminhar inclusive para uma operação abafa".
Depois de defender a Odebrecht por um ano e meio, a imprensa petista mudou de estratégia.
A Xepa demonstrou que a campanha de Dilma Rousseff, em 2014, foi bancada com dinheiro de propina da empreiteira. Assim como nos tempos do mensalão, a única saída para o PT, agora, é alegar que se tratou de caixa 2, e que todos os partidos se beneficiaram do mesmo esquema.
Mas a Lava Jato não é tonta. E sabe perfeitamente que o petrolão, ao contrário do que diz a imprensa petista, não é caixa 2.
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