quarta-feira, 18 de março de 2015

DELEGADO SOBRE LAVA JATO: "TEREMOS MUITAS DELAÇÕES"

DELEGADO SOBRE LAVA JATO: "TEREMOS MUITAS
DELAÇÕES"

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O delegado da PF responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em Curitiba, Igor Romário de Paula, disse acreditar que a operação, em sua décima fase, "está longe de chegar ao fim"; segundo ele, "ainda teremos muitas delações pela frente porque muitos investigados estão muito envolvidos nos crimes"; a delação já foi criticada por políticos a serem investigados, como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e também pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defenderá a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney
18 DE MARÇO DE 2015 ÀS 16:36
Paraná 247 - O delegado da Polícia Federal (PF) responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em Curitiba, Igor Romário de Paula, afirmou, nesta quarta-feira (18), acreditar que a operação, em sua décima fase, "está longe de chegar ao fim". Ele também falou sobre as delações premiadas. Atualmente, foram fechados 12 acordos de delações premiadas.
"Acho, sim, que ainda teremos muitas delações pela frente porque muitos investigados estão muito envolvidos nos crimes. Então, a delação é sempre uma alternativa porque há investigados com perspectiva de pena de até 50 anos", disse ao G1.
As delações premiadas foram criticadas por políticos que serão investigados, como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o advogado Antônio "Kakay", que defenderá a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). Na semana passada, o chefe do Executivo fluminense disse que a delação premiada é um recurso importante para investigações criminais, mas, de acordo com ele, é preciso "muito cuidado" ao analisar as acusações feitas pelos delatores.
"Acho que é preciso, depois da delação, procurar provas, fazer acareações, questionar os delatores. Não se pode jogar no ar uma acusação como essa", afirmou Pezão, em visita a um estaleiro em Niterói, na região metropolitana. Pezão se referiuao depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou ter arrecadado R$ 30 milhões para o caixa 2 da campanha do PMDB no Rio de Janeiro em 2010. "Trinta milhões é o dinheiro de uma campanha inteira. Essa conversa nunca aconteceu, isso é mentira".
Por sua vez, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, disse ao Estadão, em janeiro, que em delação premiada "a pessoa fala o que quer, como quer", em referência ao depoimento do doleiro Alberto Youssef, apontado como o líder do esquema e que confessou ter pago propina ao governo Roseana.
Quem também criticou a delação foi o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio, o advogado Wadih Damous. “Esse juiz (Sérgio Moro) e esses procuradores se respondessem ao exame da Ordem da forma como se comportam na investigação da Lava Jato não seriam aprovados. Delação premiada é chantagem. Delação premiada não é pau de arara, mas é tortura!”, disse, em referência a supostas torturas sofridas pelo presos da operação (leia mais aqui). 
A posição da Damous foi a mesma do advogado Elias Mattar Assad. "Uma confissão não espontânea é comparável à tortura. Se a confissão tem que ser espontânea, a delação também", disse. Ao 247, em fevereiro, ele disse que "ninguém pode ser réu e testemunha ao mesmo tempo" (leia mais aqui).
Esquema
O esquema de corrupção na Petrobras envolve, ainda, políticos e empreiteiras. São acusados 82 réus e oito empreiteiras. De acordo com as investigações, o esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Atualmente, 22 pessoas estão presas e os valores repatriados somam R$ 139 milhões.
Ao todo, 52 políticos serão investigados 22 deputados federais, 13 senadores, 12 ex-deputados federais, dois governadores, dois ex-governadores e um ex-secretário (da Casa Civil do Rio de Janeiro). O Supremo Tribunal Federal (STF) investigará 48 políticos e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), quatro. Os partidos alvos do Judiciário são PMDB, PT, PP, PSB, PSDB, PTB e Solidariedade (SD).
"Claro que a maioria das coisas que estão sendo faladas nas delações seriam obtidas naturalmente com a investigação, mas demorariam mais. Então, é uma negociação, mesmo, junto com o Ministério Público e com a polícia. Adiantou muito, mas não se trata de algo que não seria identificado", acrescentou.
Igor garantiu que, enquanto delegado, não sofreu algum tipo de pressão por parte de autoridades de outros setores públicos. "Os setores que estão sendo atingidos mostram isso. Apesar de sermos do Executivo, a grande maioria dos investigados hoje é do governo atual", disse.
Fonte: Brasil 247

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