sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Dilma anuncia reforma com redução de 39 para 31 ministérios

02/10/2015 11h29 - Atualizado em 02/10/2015 17h09

Dilma anuncia reforma com redução de 39 para 31 ministérios

PMDB aumentou participação no governo (de 6 para 7 pastas). PT tem 9.
Presidente também anunciou enxugamento da máquina e redução de gasto.

Filipe Matoso, Laís Alegretti e Nathalia Passarinho *Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (2) a reforma ministerial do governo, com eliminação de 8 das 39 pastas por meio de fusão e eliminação de ministérios, medidas de enxugamento da máquina administrativa e redução em 10% do próprio salário, do vice e dos ministros (de R$ 30.934,70 para R$ 27.841,23). No total, nove partidos controlam 23 ministérios – nos casos dos outros oito, os ministros não têm filiação partidária.
Com o novo arranjo do governo, a pasta de Assuntos Estratégicos foi extinta; Relações Institucionais, Secretaria Geral, Gabinete de Segurança Institucional, Micro e Pequena Empresa foram incorporadas ao novo ministério intitulado Secretaria de Governo; Pesca foi incorporada a Agricultura; Previdência e Trabalho se fundiram em um único ministério, assim como Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
O principal objetivo da reforma é assegurar a governabilidade, com a formação de uma nova base de apoio partidário no Congresso, a fim de o governo obter maioria parlamentar, evitar as derrotas que vinha sofrendo e conseguir a aprovação das matérias de seu interesse na Câmara e no Senado.
Composição por partido VALE ESTE (Foto: Arte G1)
Partidos
Mesmo com a redução do número de pastas, o PMDB aumentou a participação no ministério (de seis para sete). O partido com mais ministérios continua sendo o PT (nove). Ficaram com um ministério PTB, PR, PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP. Oito ministros não são filiados a partidos (veja toda a composição do ministério).
Dilma fez o anúncio em um discurso ao lado do vice-presidente Michel Temer. A presidente justificou a partilha de cargos entre partidos, dizendo que é preciso garantir uma base aliada sólida e com maior “diálogo”. Ela destacou que o processo de escolha foi “feito às claras” e defendeu que o processo foi “legítimo”.
“[Tivemos o propósito de] de atualizar a base política do governo buscando uma maioria que amplie nossa governabilidade. Ao alterar alguns dos dirigentes dos ministérios, nós estamos tornando nossa coalizão de governo mais equilibrada, fortalecendo as relações com os partidos e com os parlamentares que nos dão sustentação política. Trata-se de uma ação legítima, de um governo de coalizão e, por isso, tudo tem sido feito às claras. Trata-se de articulação política para construir um ambiente de diálogo, um ambiente de coesão parlamentar. Trata-se de articulação política que respeita os partidos que fizeram parte da coalizão que me elegeu e que tem direito e dever de governar comigo”, declarou.
Estado 'ágil'
Ao iniciar o discurso, ela disse que todas as ações desenvolvidas buscaram construir um Estado “ágil”, baseado na meritocracia.
“Queria dizer aos senhores que todos os países, todas as nações que atingiram desenvolvimento construíram estados modernos. Esses estados modernos eram ágeis, eficientes, baseados no profissionalismo, na meritocracia e extremamente adequados ao processo de desenvolvimento que cada país estava trilhando. Nós também temos de ter esse objetivo”, disse.
Dilma disse que é preciso reconhecer a existência da crise econômica e que, se houve “erro”, precisa ser consertado. “Não estamos parados. Sabemos que existem dificuldades econômicas que devem ser superadas. Sabemos que, se erramos, precisamos consertar os erros. Se acertamos, precisamos avançar nos acertos e seguir em frente.”
Medidas anunciadas
Veja medidas anunciadas pela presidente com o objetivo de enxugar a máquina administrativa:
- Criação da Comissão Permanente da Reforma do Estado
- Extinção de oito ministérios
- Extinção de 3 mil cargos comissionados
- Eliminação de 30 secretarias ligadas a ministérios
- Redução de 10% nos salários da presidente, do vice e dos ministros (de R$ 30.934,70 para R$ 27.841,23)
- Corte de até 20% nos gastos de custeio
- Imposição de limite de gastos com telefone, passagens e diárias aos ministérios
- Revisão de contratos de serviços terceirizados
- Revisão de todos os contratos de aluguel do governo
- Revisão do uso do patrimônio público e dos imóveis da União
- Criação de uma central de transporte por ministério, com vista a reduzir a frota e otimizá-la
A presidente destacou que essas medidas de redução de gastos são “temporárias”, diante do período de crise econômica.
“Nós estamos num momento de transição de um ciclo para um outro ciclo, de expansão, que vai ser profundo, sólido e duradouro. Apesar de termos feito profundos cortes no Orçamento, e fizemos cortes significativos nas despesas, quero dizer que continuamos implementando políticas fundamentais para nossa população”, disse.
Novo ministério (Foto: Reprodução)
Novos ministros
A presidente anunciou os nomes de dez ministros novos ou que mudaram de pasta:
- Casa Civil: Jaques Wagner (PT)
- Ciência e Tecnologia: Celso Pansera (PMDB)
- Comunicações: André Figueiredo (PDT)
- Defesa: Aldo Rebelo (PCdoB)
- Educação: Aloizio Mercadante (PT)
- Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes (sem partido)
- Portos: Helder Barbalho (PMDB)
- Saúde: Marcelo Castro (PMDB)
- Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini (PT)
- Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto (PT)
O ministério Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, comandado por Nilma Lino Gomes, terá três secretários-executivos: Eleonora Menicucci (ex-ministras das Mulheres), de Mulheres, Ronaldo Barros (Igualdade Racial) e Rogério Sottili (Direitos Humanos).
No ministério Trabalho e Previdência, cujo ministro é Miguel Rossetto, os secretários são José Lopez Feijóo, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores-CUT (Trabalho) e Carlos Gabas (ex-ministro da Previdência Social), como secretário de Previdência.
Agradecimentos
No final de sua fala, a presidente agradeceu aos ministros que deixam o governo e destacou o “compromisso deles com o Brasil”.
“Quero agradecer especialmente aos ministros que deram sua contribuição ao governo, por sua competência e compromisso com o Brasil. Vão continuar nos ajudando a fortalecer nosso processo de inclusão e geração de oportunidade a todos brasileiros e brasileiras”, afirmou.
“Aos meus amgios e companheiros ministro Renato Janine Ribeiro, Manoel Dias, Arthur Chioro, general José Elito, Roberto Mangabeira Unger, Pepe Vargas, Edinho Araújo, Guilherme Afif Domingos: o meu mais profundo agradecimento”, concluiu Dilma.
Negociações
Dilma passou as últimas semanas em reuniões diárias com ministros, conselheiros políticos e dirigentes partidários a fim de definir as mudanças no primeiro escalão. Além de recorrer ao vice-presidente Michel Temer e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir as alterações, ela escalou ministros para dialogar com as legendas aliadas sobre como cada pasta passaria a ser ocupada.

Anunciada em agosto pela equipe econômica, a reforma administrativa inclui a redução de ministérios e o corte de cargos comissionados. Segundo estimativas do governo, as medidas reduzirão em R$ 200 milhões os gastos da União. Na semana que vem, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apresentará também em Brasília os detalhes de como a reforma diminuirá as despesas.
Colaborou Alexandro Martello, do G1, em Brasília
02/10/2015 11h39 - Atualizado em 02/10/2015 12h42

Veja como ficará a composição por partido no ministério de Dilma

Presidente Dilma Rousseff anunciou reforma ministerial nesta quinta (1º).
Com 7 ministérios, PMDB ampliou espaço no primeiro escalão do governo.

Do G1, em Brasília
  •  
Composição por partido VALE ESTE (Foto: Arte G1)
A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta sexta-feira (2), a nova composição ministerial, e optou por reduzir em oito (de 39 para 31) o número de ministérios. Anteriormente, a expectativa era de que a presidente cortasse até dez pastas.
 
NOVOS MINISTROS
Dilma faz mudanças no 1º escalão
As principais mudanças estão no Ministério da Saúde, com a indicação do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI); além da criação de dois novos ministérios: Cidadania (que uniu Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos) e Trabalho e Previdência.
PT, partido da presidente Dilma, ficará com o comando de nove pastas. Já o PMDB, principal legenda da base aliada, ampliou espaço no primeiro escalão do governo, saindo de seis para sete pastas.
 PTBPSDPP, PRB, PR, PCdoB e PDT terão o comando de uma pasta cada. Outros oito ministérios serão chefiados por ministros sem partido, de perfil técnico.
Veja como ficará a nova composição da Esplanada dos Ministérios e quem comandará cada pasta:
MINISTÉRIOS DO PT


Casa Civil: Jaques Wagner
Comunicação Social: Edinho Silva
Cultura: Juca Ferreira
Desenvolvimento Agrário: Patrus Ananias
Desenvolvimento Social: Tereza Campello
Educação: Aloizio Mercadante
Justiça: José Eduardo Cardozo
Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini
Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto

MINISTÉRIOS DO PMDB


Agricultura e Pesca: Kátia Abreu
Aviação Civil: Eliseu Padilha
Ciência, Tecnologia e Inovação: Celso Pansera
Minas e Energia: Eduardo Braga
Portos: Helder Barbalho
Saúde: Marcelo Castro
Turismo: Henrique Eduardo Alves

MINISTÉRIO DO PTB


Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Armando Monteiro

MINISTÉRIO DO PSD


Cidades: Gilberto Kassab

MINISTÉRIO DO PDT


Comunicações: André Figueiredo

MINISTÉRIO DO PCdoB


Defesa: Aldo Rebelo


MINISTÉRIO DO PRB


Esportes: George Hilton

MINISTÉRIO DO PP


Integração Nacional: Gilberto Occhi

MINISTÉRIO DO PR



Transportes: Antônio Carlos Rodrigues

SEM PARTIDO


Advocacia Geral da União: Luís Inácio Adams
Banco Central: Alexandre Tombini
Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes
Controladoria Geral da União: Valdir Simão
Fazenda: Joaquim Levy
Meio Ambiente: Izabella Teixeira
Planejamento: Nelson Barbosa
Relações Exteriores: Mauro Vieira
MINISTÉRIO
MINISTRO ANTERIOR
MINISTRO ATUAL
1
Advocacia Geral da União
Luís Anácio Adams
Luís Anácio Adams
2
Agricultura
Kátia Abreu
Kátia Abreu
3
Assuntos estratégicos
Vitor Pinto Chaves (interino)
Ministério extinto
4
Aviação Civil
Eliseu Padilha
5
Banco Central
Alexandre Tombini
6
Casa Civil
Aloízio Mercadante
7
Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
Novo ministério, resultado da fusão entre Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres
Nilma Lino Gomes
8
Ciência e Tecnologia
Celso Pansera
9
Cidades
Gilberto Kassab
Gilberto Kassab
10
Comunicação Social
Edinho Silva
Edinho Silva
11
Comunicações
André Figueiredo
12
Controladoria-Geral da União
Valdir Simão
13
Cultura
Juca Ferreira
Juca Ferreira
14
Defesa
Jaques Wagner
Aldo Rebelo
15
Desenvolvimento Agrário
Patrus Ananias
Patrus Ananias
16
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Armando Monteiro
Armando Monteiro
17
Desenvolvimento Social
Tereza Campello
18
Direitos Humanos
Pepe Vargas
Ministério fundido ao de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
19
Educação
Renato Janine
20
Esportes
George Hilton
21
Fazenda
Joaquim Levy
22
Igualdade Racial
Nilma Lino Gomes
Ministério fundido ao Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
23
Integração Nacional
Gilberto Occhi
Gilberto Occhi

24
Justiça
José Cardozo
José Cardozo
25
Meio Ambiente
Izabella Teixeira
26
Micro e Pequena Empresa
Ministério fundido à Secretaria Geral de Governo
27
Minas e Energia
Eduardo Braga
Eduardo Braga
28
Pesca e Aquicultura
Helder Braga
Ministério fundido à Agricultura
29
Planejamento
Nelson Barbosa
30
Política para as Mulheres
Eleonora Menicucci
Ministério fundido ao de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
31
Portos
32
Previdência Social
Carlos Gabas
Ministério fundido ao Trabalho e Emprego
33
Relações Exteriores
Mauro Vieira
Mauro Vieira
34
Relações Institucionais
Vago
Ministério fundido à Secretaria Geral de Governo
35
Marcelo Castro
36
Secretaria Geral da Presidência
Miguel Rossetto
Ministério fundido à Secretaria Geral de Governo
37
Secretaria de Governo
Novo ministério, resultado da fusão entre Relações Institucionais e Secretaria Geral da Presidência
Ricardo Berzoini
38
Segurança Institucional
José Elito
Ministério fundido à Secretaria Geral de Governo
39
Trabalho, Emprego e Previdência
Manoel Dias
Miguel Rossetto
40
Transportes
Antonio Rodrigues
Antonio Rodrigues
41
Turismo
Henrique Eduardo Alves

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