quinta-feira, 21 de maio de 2015

Em mais um ataque a Dilma, Renan diz que Brasil prometido em 2014 era só para campanha eleitoral

Em mais um ataque a Dilma, Renan diz que Brasil prometido em 2014 era só para campanha eleitoral
Durante reunião com governadores, presidente do Senado também cobrou da petista promessas sobre segurança pública
POR CRISTIANE JUNGBLUT

20/05/2015 12:54 / ATUALIZADO 20/05/2015 16:59


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante encontro com governadores para debater ajuste fiscal e o pacto federativo - Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA - Ao encerrar o encontro com governadores para debater o Pacto Federativo e o ajuste fiscal nesta quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a fazer críticas ao governo e à presidente Dilma Rousseff. Renan afirmou que o Brasil de 2014 "era apenas para a campanha eleitoral". Dilma foi candidata à reeleição e venceu pleito. Para Renan, o Brasil vive hoje "uma dura realidade", bem diferente. Foi a segunda estocada no governo no dia de hoje.
— Vamos fazer tudo que garanta o equilíbrio fiscal. O que lamentamos, e lamentamos muito, é que aquele Brasil de 2014, que era projetado, anunciado, era apenas um Brasil para a campanha eleitoral. Estamos vivendo a dura realidade de ajustarmos o Pacto Federativo — disse Renan.
Perguntado se havia arrependimentos ao apoio dado à presidente Dilma na campanha, Renan respondeu:
— O que estou dizendo é somente o seguinte: que aquele Brasil projetado em 2014, aquele não é o Brasil que estamos vivendo hoje. E hoje ele precisa, entre outras coisas, garantir o Pacto Federativo. Aquele Brasil era para a campanha eleitoral.
Depois da reunião, Renan disse que se encontrará com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira para discutir como agilizar votações que interessam aos governadores.
— É obrigação do Legislativo. É o nosso dever — disse Renan.
O presidente do Senado fez duras críticas ao governo desde o início do encontro. Ele cobrou diretamente da presidente Dilma a promessa de campanha sobre segurança pública. Durante a campanha eleitoral, Dilma prometeu mudar a Constituição para que a União possa também cuidar da segurança pública, hoje um atribuição dos estados. Na época, Dilma apresentou um verdadeiro pacote para o setor.
— Há necessidade de cobrarmos do governo o cumprimento das responsabilidades da União na segurança pública. Foi um compromisso de campanha, foi reafirmado na posse e essa é uma grande oportunidade de cobrar da presidente da República (o cumprimento da promessa) — disse Renan.
O encontro foi realizado no Senado. Renan fez uma prestação de contas e listou os projetos aprovados sobre Pacto Federativo. Entre eles, o novo indexador para dívida de estados e municípios; mudanças no ICMS quanto ao comércio eletrônico.
— Acabamos com a guerra fiscal — disse Renan.
Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a grande preocupação é retirar os estados da situação de "insolvência", explicando que, nos últimos anos, eles foram obrigados a assumir novas atribuições constitucionais, com gastos em educação, saúde e segurança pública, por exemplo, sem ter as fontes para arcar com os novos gastos.
— Não podemos dar obrigações (aos estados) sem definir as fontes. Não podemos corrigir o piso de qualquer estado. Esse é a preocupação de todo o processo. Temos que estancar a sangria que tem sido feita ao longo dos anos, colocando aos estados as obrigações, mas sem as condições, o que levou parte deles à insolvência — disse Cunha.
E avisou que Câmara e Senado estão unidos neste desafio.
— Não há e não haverá competição (entre a Câmara e o Senado) nesta questão — disse Cunha.
Ao chegar para o encontro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também disse que a questão da Segurança Pública é a prioridade.
— A segurança pública é uma prioridade nacional, extremamente relevante e é uma tarefa de todos: União, estados e municípios. É importante os recursos do Fundo de Segurança e a utilização desses recursos. E que ele (fundo) não seja contingenciado. Governar é escolher .
O governo do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não participa da reunião. O estado é representado pelo secretário da Fazenda, Julio Bueno.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...