Em mais um ataque a Dilma, Renan diz que Brasil prometido em 2014 era só
para campanha eleitoral
Durante reunião com
governadores, presidente do Senado também cobrou da petista promessas sobre
segurança pública
POR CRISTIANE
JUNGBLUT
20/05/2015 12:54 / ATUALIZADO 20/05/2015 16:59
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante encontro com governadores para debater ajuste fiscal e o pacto federativo - Ailton de Freitas / Agência O Globo
BRASÍLIA - Ao encerrar o encontro com
governadores para debater o Pacto Federativo e o ajuste fiscal nesta
quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a fazer
críticas ao governo e à presidente Dilma Rousseff. Renan afirmou que o Brasil
de 2014 "era apenas para a campanha eleitoral". Dilma foi candidata à
reeleição e venceu pleito. Para Renan, o Brasil vive hoje "uma dura
realidade", bem diferente. Foi a segunda estocada no governo no dia de
hoje.
— Vamos fazer tudo que garanta o
equilíbrio fiscal. O que lamentamos, e lamentamos muito, é que aquele Brasil de
2014, que era projetado, anunciado, era apenas um Brasil para a campanha
eleitoral. Estamos vivendo a dura realidade de ajustarmos o Pacto Federativo —
disse Renan.
Perguntado se havia arrependimentos
ao apoio dado à presidente Dilma na campanha, Renan respondeu:
— O que estou dizendo é somente o
seguinte: que aquele Brasil projetado em 2014, aquele não é o Brasil que
estamos vivendo hoje. E hoje ele precisa, entre outras coisas, garantir o Pacto
Federativo. Aquele Brasil era para a campanha eleitoral.
Depois da reunião, Renan disse que se
encontrará com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta
quinta-feira para discutir como agilizar votações que interessam aos
governadores.
— É obrigação do Legislativo. É o
nosso dever — disse Renan.
O presidente do Senado fez duras
críticas ao governo desde o início do encontro. Ele cobrou diretamente da
presidente Dilma a promessa de campanha sobre segurança pública. Durante a
campanha eleitoral, Dilma prometeu mudar a Constituição para que a União possa
também cuidar da segurança pública, hoje um atribuição dos estados. Na época,
Dilma apresentou um verdadeiro pacote para o setor.
— Há necessidade de cobrarmos do
governo o cumprimento das responsabilidades da União na segurança pública. Foi
um compromisso de campanha, foi reafirmado na posse e essa é uma grande
oportunidade de cobrar da presidente da República (o cumprimento da promessa) —
disse Renan.
O encontro foi realizado no Senado.
Renan fez uma prestação de contas e listou os projetos aprovados sobre Pacto
Federativo. Entre eles, o novo indexador para dívida de estados e municípios;
mudanças no ICMS quanto ao comércio eletrônico.
— Acabamos com a guerra fiscal —
disse Renan.
Já o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), disse que a grande preocupação é retirar os estados da
situação de "insolvência", explicando que, nos últimos anos, eles
foram obrigados a assumir novas atribuições constitucionais, com gastos em
educação, saúde e segurança pública, por exemplo, sem ter as fontes para arcar
com os novos gastos.
— Não podemos dar obrigações (aos
estados) sem definir as fontes. Não podemos corrigir o piso de qualquer estado.
Esse é a preocupação de todo o processo. Temos que estancar a sangria que tem
sido feita ao longo dos anos, colocando aos estados as obrigações, mas sem as
condições, o que levou parte deles à insolvência — disse Cunha.
E avisou que Câmara e Senado estão unidos
neste desafio.
— Não há e não haverá competição
(entre a Câmara e o Senado) nesta questão — disse Cunha.
Ao chegar para o encontro, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também disse que a questão da
Segurança Pública é a prioridade.
— A segurança pública é uma
prioridade nacional, extremamente relevante e é uma tarefa de todos: União,
estados e municípios. É importante os recursos do Fundo de Segurança e a
utilização desses recursos. E que ele (fundo) não seja contingenciado. Governar
é escolher .
O governo do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não participa da reunião.
O estado é representado pelo secretário da Fazenda, Julio Bueno.
Fonte: O Globo
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