sexta-feira, 4 de março de 2016

Coluna de Cláudio Humberto

04 DE MARÇO DE 2016
A comoção provocada pela “bomba” da revista IstoÉ emudeceu os principais líderes do PT, ontem, por uma simples razão: todos sabem que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não mentiu. Parlamentares e jornalistas que cobrem o Congresso conhecem quase todas as histórias contadas pelo senador. Histórias que apenas aguardavam que as assumisse alguém com a confiabilidade de um Líder do Governo.
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As revelações de Delcídio provocaram reação espalhafatosa de Dilma, que gritou e até chorou, em reunião com ministros mais íntimos.
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O desespero de Dilma passou a impressão a Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo e assessores que seu governo chegara ao fim.
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Do tipo “boa vida”, Jaques Wagner foi o mais afetado pela reação de Dilma. Apareceu descabelado diante de repórteres atacando Delcídio.
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O pânico voltou a se estabelecer no Planalto no final da tarde, quando fontes do Ministério Público confirmaram a autenticidade da delação.
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A situação do PT se deteriorou tanto que um grupo de filiados, entre os quais o ex-governador gaúcho Tarso Genro e o senador Lindbergh Fatias (RJ), articula a “refundação” do partido, retomando suas origens, situando-se mais à esquerda e longe das alianças com partidos como PMDB, PP, PR e PTB. Eles continuam manipulando os fatos: atribuem a essa “má companhia” ladroagens como a do mensalão e do petrolão.
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O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que evitou comentar a delação de Delcídio, é simpático à “reestruturação do PT”.
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Humberto Costa considera que o movimento para “refundar” o PT, ainda secreto, é anterior à delação de Delcídio.
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Na Câmara, a oposição definiu o episódio como o fim do PT. “O PT acabou”, garante o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
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O Senado aprovou a adesão do Brasil ao Acordo de Facilitação de Comércio, da Organização Mundial do Comércio (OMC), cujo diretor-geral é o brasileiro Roberto Azevêdo. A desburocratização reduzirá custos em até 13% e vai gerar US$1 trilhão em negócios no mundo.
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O procurador-geral Rodrigo Janot trancou-se ontem, durante horas, com os principais assessores, que foram orientados a deixar celulares em casa. Sinal de que gente graúda pode estar prestes a ser presa.
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Sites simpáticos ao PT tentam desqualificar a repórter da revista IstoÉ, insinuando relações com o ministro José Eduardo Cardozo, e o suposto interesse dele em vazar a delação de Delcídio, para se “vingar” de Lula.
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Leitores desta coluna sabem desde 8 de dezembro que Delcídio do Amaral negociava delação com o Ministério Público Federal. Souberam também em primeira mão que ele só foi solto após oficializar a oferta.
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Petistas correram da imprensa como o diabo da cruz, ontem. À aproximação de um repórter desta coluna, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), por exemplo, saiu em disparada. Mas acabou falando. Só ela e o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Os demais escafederam
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O termo “consigliere”, usado por Delcídio para definir o papel do fazendeiro José Carlos Bumlai junto a Lula, refere-se ao principal consultor do “capo di tutti capi” (o chefe dos chefes) da máfia.
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O presidente da OAB faz uma aposta que sabe perdida. Ele prometeu pedir acesso ao STF à delação de Delcídio e à Lava Jato para só então se posicionar sobre o impeachment. Cláudio Lamachia deveria saber que o ministro relator Teori Zavascki tem negado isso reiteradamente.
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O acordo de delação pelo qual colocou Dilma e Lula na cena do crime selou a sorte de Delcídio Amaral. Os governistas agora devem acelerar o processo de cassação do seu mandato, no conselho de ética.
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Bombou na internet, ontem: matar uma criança é infanticídio; matar pessoas, homicídio; a si próprio, suicídio. Matar um governo: Delcídio.

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