Palocci delata Diniz
Brasil 31.05.17 07:29
Antonio Palocci “tenta negociar, em acordo de delação premiada, que sua pena seja cumprida em um ano de prisão domiciliar”, diz a Folha de S. Paulo.
Ele promete delatar, segundo a reportagem, André Esteves e Abílio Diniz...
Palocci está contando tudo
Brasil 31.05.17 07:18
Antonio Palocci, segundo o Valor, “participou de ao menos cinco reuniões com a Lava Jato em Curitiba”.
Conhecendo os interlocutores de Antonio Palocci, O Antagonista garante uma coisa: é impossível que ele consiga ludibriá-los...
quarta-feira, 31 de maio de 2017
Palocci delata Esteves
Palocci delata Esteves
Brasil 07:08
Antonio Palocci delatou André Esteves.
De acordo com o Valor, ele contou para a Lava Jato que houve uma “parceria informal” entre o dono do BTG Pactual e o governo Lula.
Leia aqui:
“A compra de participação no Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em 2009, atendeu a interesse do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Segundo o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, era preciso que a Caixa comprasse a instituição financeira para ajudar a saneá-la. O Panamericano foi vendido um ano e cinco meses depois para o BTG Pactual, seu atual controlador”.
A PF já sabia disso tudo.
O que Antonio Palocci tem de contar é outra coisa: quanto André Esteves pagou em propinas para o PT, e de que maneira ela foi paga.
Pré-delação de Palocci atinge BTG Pactual
Pré-delação de Palocci atinge BTG Pactual
Por André Guilherme Vieira | De São Paulo
Palocci chega ao IML em Curitiba: ex-ministro já teve ao menos cinco reuniões com a força-tarefa da Lava-Jato
Em proposta de delação premiada, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que a compra de participação no Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em 2009, atendeu a interesse do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Segundo o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, era preciso que a Caixa comprasse a instituição financeira para ajudar a saneá-la. O Panamericano foi vendido um ano e cinco meses depois para o BTG Pactual, seu atual controlador.
O relato de Palocci aponta que Esteves teria informações prévias sobre a situação do Panamericano, que àquela altura já enfrentava sérias dificuldades financeiras, com rombo da ordem de R$ 3 bilhões. O banqueiro teria uma estratégia para lucrar com o negócio, adquirindo, posteriormente, ações do Panamericano. Em 2010, a instituição financeira recebeu aporte de R$ 3,8 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para se manter operante.
De acordo com a narrativa de Palocci, houve uma 'parceria informal' de Esteves com o governo, da qual o banqueiro teria se beneficiado, conforme apurou o Valor.
O Banco Panamericano, que pertencia ao empresário Silvio Santos, foi adquirido pela Caixapar em 1º de dezembro de 2009 por R$ 739,2 milhões, sendo socorrido pelo FGC no ano seguinte.
Após 15 meses, em maio de 2011, o BTG Pactual comprou maior participação acionária do Panamericano por valor inferior ao pago pela Caixa - R$ 450 milhões -, ficando com 37,27% do capital total da instituição, e passando à condição de sócio do banco público, que detém 35,54% das ações do Panamericano.
Em fase mais avançada de negociação, a proposta de delação de Palocci conta com anexo específico sobre operações financeiras do BTG Pactual, como a segunda compra do Panamericano.
Palocci tem ratificado que a venda do Panamericano para a Caixapar, braço de investimentos da Caixa, foi articulada em negociações com o Planalto. No fim de 2010, o Banco Central (BC) descobriu esquema de fraudes no Panamericano, que estava quebrado.
O BC colocou o banco sob intervenção e revelou que a direção do Panamericano fraudava a sua carteira de crédito, com maquiagem contábil para inflar o patrimônio em até R$ 2 bilhões.
Investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) descobriram que as perdas causadas pela fraude contábil somavam quase R$ 4 bilhões. Esse total incluía ao menos R$ 1,4 bilhão em créditos que o banco havia vendido a outras instituições, que foram mantidos nos balanços do Panamericano.
A farsa contábil foi descoberta durante a campanha presidencial de 2010, e o Panamericano socorrido foi pelo FGC.
A ajuda foi comemorada pelo BC, que não teve de liquidar o banco. A liquidação evidenciaria que a Caixa fez um mau negócio no governo Lula e prejudicaria a eleição de Dilma Rousseff.
Em 2011 o BTG negociou com o FGC e arrematou o Panamericano por R$ 450 milhões, apesar dos prejuízos seguidos do banco.
Para conseguir o acordo, os advogados de Palocci trabalham para reunir o maior número de informações possível, com riqueza de detalhes e quantidade significativa de indícios de corroboração.
O petista participou de ao menos cinco reuniões com a força-tarefa em Curitiba, que contaram com a presença do delegado Filipe Pace, condutor da operação 'Omertà', que prendeu Palocci.
As informações prestadas por Palocci podem interessar às operações Lava-Jato, Conclave (que apura o caso Panamericano), Cui Bono? (com foco em fraudes na liberação de créditos pela Caixa) e ainda à Greenfield, que investiga desvios que teriam ocorrido em fundos de pensão públicos.
Procurado, o advogado de André Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que o banqueiro "não tem nenhuma preocupação com a questão do Panamericano". De acordo com o criminalista, Esteves não teve qualquer participação na compra do banco pela Caixapar, "até porque a compra posterior que se deu em 2011 foi regular e de mercado".
Sobre a questão de valores, "se em 2011 ele comprou ações do Panamericano por um preço diferente, trata-se de uma questão de mercado, não tendo havido qualquer favorecimento. A diferença de preços se justifica por uma questão de momento, de mercado, de expertise", afirmou o advogado.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o BTG Pactual afirmou "que não foi parte ou teve qualquer envolvimento na compra de participação do banco Panamericano pela Caixapar em 2009". O comunicado diz ainda que "a transação do BTG Pactual foi feita em 2011 com o então controlador, Grupo Silvio Santos, cuja venda foi definida no contexto das dificuldades enfrentadas pelo banco Panamericano à época".
A assessoria do ex-presidente Lula afirmou que "a inocência de Lula foi comprovada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas e por diversos documentos".
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Homens Brancos não Sabem Blogar Quando a NBA lançou esse mixtape do Larry Bird há pouco mais de um mês, eu sabia que eu precisaria legendá-lo para publicar aqui.
Homens Brancos não Sabem Blogar
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quarta-feira, 17 de maio de 2017
PF filma indicado por Temer recebendo propina
PF filma indicado por Temer recebendo propina
por Lauro Jardim / Guilherme Amado
RIO - Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação que piora de forma descomunal a tempestade que já cai sobre a cabeça de Aécio Neves (PSDB-MG). No áudio, o presidente do PSDB surge pedindo nada menos que R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.
O diálogo gravado durou cerca de 30 minutos. Aécio e Joesley se encontraram no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo. Quando Aécio citou o nome de Alberto Toron, como o criminalista que o defenderia, não pegou o dono da JBS de surpresa. A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andréa Neves. Foi ela a responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp (as trocas de mensagens estão com os procuradores). As investigações, contudo, mostrariam para a PGR que esse não era o verdadeiro objetivo de Aécio.
O estranho pedido de ajuda foi aceito. O empresário quis saber, então, quem seria o responsável por pegar as malas. Deu-se, então, o seguinte diálogo, chocante pela desfaçatez com que Aécio trata o tema:
— Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança — propôs Joesley.
— Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho — respondeu Aécio.
O presidente do PSDB indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de logística.
Quem levou o dinheiro a Fred foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou uma delas.
No material que chegou às mãos de Fachin na semana passada, a PGR diz ter elementos para afirmar que o dinheiro não foi repassado a advogado algum. As filmagens da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG).
Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens — sempre seguido pela PF. As investigações revelaram que o dinheiro não era para advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fosse parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella.
Não há, portanto, nenhuma indicação de que o dinheiro tenha ido para Toron.
PF filma indicado por Temer recebendo propina
PF filma indicado por Temer recebendo propina
Últimas de Brasil
RIO - Por volta de 22h30m do dia 7 de março, Joesley Batista entrou no Palácio do Jaburu. Michel Temer estava à sua espera. Joesley chegou à residência oficial do presidente com o máximo de discrição: foi dirigindo o próprio carro para uma reunião a dois, fora de agenda. Escondia no bolso uma arma poderosa — um gravador. Temer havia chegado pouco antes em casa, logo depois do seu último compromisso do dia: uma passada rápida na comemoração dos 50 anos de carreira do jornalista Ricardo Noblat.
O presidente e o empresário conversaram por cerca de 40 minutos a sós. Poderiam, por exemplo, ter discutido a queda de 3,6% do PIB em 2016, um terrível dado econômico divulgado justamente naquele dia. Mas eram outros os assuntos da pauta.
Todo o diálogo foi gravado por Joesley. Tem trechos explosivos. Num deles, o dono da JBS relatou a Temer que estava dando mesada a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro para que ambos, tidos como conhecedores de segredos de dezenas de casos escabrosos, não abrissem o bico. Temer mostrou-se satisfeito com o que ouviu. Neste momento, diminuiu um pouco o tom de voz, mas deu o seu aval:
— Tem que manter isso, viu?
Em seu depoimento aos procuradores, Joesley afirmou que não foi Temer quem determinou que a mesada fosse dada. Mas que o presidente tinha pleno conhecimento da operação cala-boca.
Tanto Cunha quanto Funaro já haviam prestado diversos serviços para o grupo J&F. Cunha, por exemplo, por meio de emendas em projetos de lei e pela influência que detinha no FI-FGTS, que investiu mais de R$ 1 bilhão em empresas da J&F. A mesada já era dada há alguns meses. A PF filmou pelo menos uma entrega de R$ 400 mil para Roberta, irmã de Funaro. Para Cunha, o dinheiro era entregue a Altair Alves Pinto, seu homem de confiança. O "senhor Altair", como era conhecido, já foi apontado por Fernando Baiano como o responsável pelo transporte das propinas pagas a Cunha.
A conversa continuou e, em seguida, Joesley pediu a ajuda de Temer para resolver uma pendência da J&F no governo. Temer disse que Joesley deveria procurar Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para cuidar do problema:
— Fale com o Rodrigo.
Joesley quis se certificar do que Rocha Loures poderia fazer por ele e perguntou:
— Posso falar tudo com ele?
Temer foi sucinto:
— Tudo.
Rocha Loures é um conhecido homem de confiança do presidente. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.
Assim foi feito. O dono do JBS procurou Rocha Loures. Marcaram um encontro em Brasília — e se acertaram. Joesley lhe contou do que precisava do Cade. Desde o ano passado, o órgão está para decidir uma disputa entre a Petrobras e o grupo sobre o preço do gás fornecido pela estatal à termelétrica EPE. Localizada em Cuiabá, a usina foi comprada pelo grupo em 2015. Explicou o problema da EPE: a Petrobras compra o gás natural da Bolívia e o revende para a empresa por preços extorsivos. Disse que sua empresa perde "1 milhão por dia" com essa política de preços. E pediu: que a Petrobras revenda o gás pelo preço de compra ou que deixe a EPE negociar diretamente com os bolivianos.
Com uma sem-cerimônia impressionante, o indicado de Temer ligou para o presidente em exercício do Cade, Gilvandro Araújo. E pediu que se resolvesse a questão da termelétrica no órgão. Não há evidências de que Araújo tenha atendido ao pedido. Pelo serviço, Joesley ofereceu uma propina de 5%. Rocha Loures deu o seu ok.: "Tudo bem, tudo bem".
Para continuar as negociações, foi marcado um novo encontro. Desta vez, entre Rocha Loures e Ricardo Saud, diretor da JBS e também delator. No Café Santo Grão, em São Paulo, trataram de negócios. Foi combinado o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo em que vai vigorar o contrato da EPE. Ou seja, está se falando de R$ 480 milhões ao longo de duas décadas, se fosse cumprido o acordo. Loures disse que levaria a proposta de pagamento a alguém acima dele. Saud faz duas menções ao "presidente". Pelo contexto, os dois se referem a Michel Temer.
A entrega do dinheiro foi filmada pela PF. Mas desta vez quem esteve com o homem de confiança de Temer foi Ricardo Saud, diretor da JBS e um dos sete delatores.
Esse segundo encontro teve uma logística inusitada. Certamente, revela o traquejo (e a vontade de despistar) de Rocha Loures neste tipo de serviço. Assim, inicialmente Saud foi ao Shopping Vila Olímpia, em São Paulo. Em seguida, Rocha Loures o levou para um café, depois para um restaurante e, finalmente, para a pizzaria Camelo, na Rua Pamplona, no Jardim Paulista. Foi neste endereço, próximo à casa dos pais de Rocha Loures, onde ele estava hospedado, que o deputado recebeu a primeira remessa de R$ 500 mil.
Apesar do acerto de repasses semanais de R$ 500 mil, até o momento só foi feita a primeira entrega de dinheiro. E, claro, a partir da homologação da delação, nada mais será pago.
(Colaborou Guilherme Amado)
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Lula e empreiteiros: entenda as acusações contra o ex-presidente
Em depoimento à operação Lava Jato, o empreiteiro Ademário Pinheiro Filho, mais conhecido como Léo Pinheiro, afirmou que a empresa da qual é sócio, a empreiteira OAS, pagou propina ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um esquema de corrupção ligado à Petrobras e acusou o líder petista de pedir que ele destruísse provas de pagamentos indevidos ao PT, caso existissem.
Lula nega ambas as acusações. Sua defesa classificou as afirmações de Pinheiro como "fantasiosas" e "absurdas" e afirmou que o empreiteiro está mentindo para obter benefícios por meio de um acordo de delação premiada.
A declaração foi feita pelo executivo ao juiz federal Sergio Moro em audiência realizada na última quinta-feira em Curitiba. O depoimento integra o processo em que o Ministério Público Federal acusa o ex-presidente de ter recebido R$ 3,7 milhões em propinas da OAS relacionadas a três contratos com a Petrobras.
Isso inclui a reserva e reforma de um tríplex no Guarujá, em São Paulo, do qual Lula se tornaria o proprietário, segundo o empresário, e o armazenamento de bens do ex-presidente. O ex-presidente diz não ser dono do imóvel nem ter se beneficiado do serviço.
Essa é uma das cinco ações penais nas quais Lula é réu. Três estão no âmbito da Lava Jato, uma na operação Zelotes e uma na operação Janus. Três processos correm no Distrito Federal e dois em Curitiba. Paralelamente, o ex-presidente também é investigado pela Polícia Federal.
Além disso, o petista foi citado em delações de executivos da empreiteira Odebrecht, tornadas públicas na última semana pelo ministro Edson Fachin, que cuida dos casos da Lava Jato no STF. Como Lula não tem mais foto privilegiado, o conteúdo dos depoimentos foi enviado para Moro, que decidirá se eles darão origem a novas investigações ou serão utilizados nos inquéritos em curso.
Em depoimento ao juiz, Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo empresarial, afirmou que o ex-presidente recebeu R$ 13 milhões em espécie - os advogados de Lula negam que ele tenha pedido qualquer valor indevido.
Confira as acusações e suspeitas contra o petista - ele nega ter cometido qualquer irregularidade.
Ações Penais
- Obstrução da Justiça (Operação Lava Jato)
Em julho do ano passado, Lula tornou-se réu acusado de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras e um dos delatores do esquema de corrupção envolvendo a estatal.
Além do ex-presidente, respondem ao mesmo processo outras cinco pessoas: o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai.
A denúncia foi oferecida pela Procuradoria da República no Distrito Federal e aceita pelo juiz federal Ricardo Augusto Leite, de Brasília.
Na ocasião, foi a primeira vez que Lula se tornou réu na Lava Jato.
O que diz a defesa de Lula?
Advogados do ex-presidente dizem que ele "jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato".
Segundo eles, "a acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade (Delcídio Amaral), que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar".
- Corrupção e lavagem de dinheiro (Operação Lava Jato)
Quase dois meses depois, em 19 de setembro, Lula voltou a tornar-se réu acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
A denúncia da força-tarefa do Ministério Público Federal foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro.
Os procuradores afirmam que a empreiteira OAS pagou R$ 3,7 milhões de propina a Lula. A propina se deu por meio da reserva e reforma de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e pelo custeio do armazenamento de seus bens depois que o petista deixou a Presidência, afirmam.
Em depoimento em uma audiência no fim de abril, Léo Pinheiro, sócio da OAS, disse ter sido orientado por Lula a destruir provas de propinas pagas pela OAS ao PT.
Segundo Pinheiro, ele e o ex-presidente teriam discutido sobre o assunto entre abril e maio de 2014 no Instituto Lula, em São Paulo.
O petista estaria "um pouco irritado" e o teria questionado diretamente se ele tinha pagamentos a João Vaccari no exterior. Pinheiro disse ter negado estar fazendo isso. Lula teria perguntado, então, como o executivo estaria fazendo os pagamentos para o PT.
"Estou fazendo os pagamentos através de orientações de Vaccari de caixa 2, de doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal", Pinheiro teria respondido.
Segundo ele, Lula disse em seguida: "Você tem algum registro de algum encontro de contas feitas com João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua".
Pinheiro não disse na audiência se cumpriu a suposta ordem do petista.
O que diz a defesa de Lula?
Lula nega ser proprietário do imóvel e que tenha recebido propina da OAS.
Advogados do ex-presidente dizem que ele é vítima de "um histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz de Curitiba".
"Nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou", afirmaram na ocasião os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.
Os advogados de Lula classificam ainda a declaração de Pinheiro de que Lula teria pedido a destruição de provas como uma mentira e que a acusação teria sido fruto de uma combinação com os promotores para que eles aceitem o acordo de delação premiada que o empreiteiro negocia com o Ministério Público.
"A versão fabricada por Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruir provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente", disse a defesa de Lula.
"É um tese esdrúxula que já foi veiculada até em um email falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao juízo, não mereceu nenhuma providência."
- Tráfico de influência internacional (Operação Janus)
Em outubro, Lula tornou-se réu pela terceira vez acusado pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa.
A denúncia foi oferecida pela Procuradoria da República no Distrito Federal e aceita pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília.
Lula é acusado de usar sua influência junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a outros órgãos sediados em Brasília para favorecer a empreiteira Odebrecht em contratos e obras de engenharia em Angola.
Em contrapartida por ter sido contratada pelo governo angolano, a Odebrecht teria repassado cerca de R$ 30 milhões à empresa do sobrinho do ex-presidente, Taiguara Rodrigues.
O que diz a defesa de Lula?
Em depoimento à PF, Lula diz que "não chegou a tratar, em nenhum momento, nem quando era presidente ou depois, das relações comerciais vinculadas a Taiguara".
- Tráfico de influência (Operação Zelotes)
Em dezembro, Lula tornou-se réu pela quarta vez. Ele vai responder pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no âmbito da operação Zelotes.
As acusações envolvem "negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627".
A denúncia havia sido oferecida pela Procuradoria da República no DF e foi aceita pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília.
Segundo os procuradores, os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, já na condição de ex-presidente, "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M)".
Em troca, o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, donos da M&M, teria repassado ao filho mais novo de Lula, Luis Cláudio Lula da Silva, pouco mais de R$ 2,5 milhões.
A Operação Zelotes apura um esquema de compra e venda de Medidas Provisórias e sonegação de impostos.
O que diz a defesa de Lula?
Advogados do ex-presidente classificaram a denúncia como "fruto de um novo devaneio de alguns membros do Ministério Público que usam das leis e dos procedimentos jurídicos como forma de perseguir Lula e prejudicar sua atuação política".
"Nem o ex-presidente Lula nem seu filho participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões caças da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorrogação de benefício fiscais relativos à Medida Provisória nº 627/2013, convertida na Lei nº 12.973/2014", afirmaram em nota os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.
"Luis Claudio recebeu da Marcondes & Mautoni remuneração por trabalhos efetivamente realizados e que viabilizaram a realização de campeonatos de futebol americano no Brasil", acrescentaram.
- Corrupção e lavagem de dinheiro (Lava Jato)
Também em dezembro, o juiz federal Sergio Moro, de Curitiba, aceitou mais uma denúncia contra Lula.
Ele vai responder pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
Segundo o Ministério Público, ele recebeu propina da empreiteira Odebrecht por intermédio do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que também virou réu na ação, ao lado do empreiteiro Marcelo Odebrecht e outras cinco pessoas.
De acordo com a investigação, o dinheiro foi usado para comprar um terreno, que seria usado para a construção de uma sede do Instituto Lula (R$ 12,4 milhões), e um apartamento em frente ao que mora em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo (R$ 504 mil).
Os dois casos corriam em inquéritos diferentes, mas o delegado responsável pelo caso, Márcio Adriano Anselmo, considerou que deveria unir as duas investigações por se tratarem de "fatos correlatos".
O apartamento foi comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e já condenado na Lava Jato, e depois alugado ao petista por um contrato no nome de sua mulher.
A PF ressalva, contudo, que nunca houve qualquer pagamento por parte do ex-presidente, que utiliza o imóvel pelo menos desde 2003. Na avaliação dos investigadores, a operação foi realizada para ocultar o verdadeiro dono do apartamento, que seria Lula.
Segundo o Ministério Público, o ex-presidente comandava "uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar" por meio de desvios na Petrobras.
No total, R$ 75 milhões teriam sido desviados da Petrobras por meio de oito contratos da Odebrecht com a estatal, de acordo com a força-tarefa.
Parte do valor teria sido repassado a partidos e agentes políticos que apoiavam o governo Lula, principalmente PP, PT e PMDB.
O que diz a defesa de Lula?
A defesa de Lula informou que o ex-presidente aluga o apartamento vizinho ao seu. Além disso, acrescentou que o Instituto Lula funciona no mesmo local há anos e que o petista nunca foi proprietário do terreno em questão.
Segundo os advogados do ex-presidente, a transação seria um "delírio acusatório".
Investigações
O ex-presidente também é alvo de inquéritos (investigações em curso):
- Corrupção e lavagem de dinheiro (Lava Jato)
Lula é investigado sob a suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na compra e reforma de um sítio em Atibaia (SP), frequentado por ele e por sua família; nos pagamentos para a LILS ─ empresas de palestras do petista ─ e nas doações para o Instituto Lula, além da instalação de uma antena telefônica da Oi próxima ao sítio.
O sítio está no nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos da família e sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, outro filho de Lula. O local foi reformado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht e José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. A reforma teria sido realizada, segundo as investigações, para abrigar o acervo do petista.
O que diz a defesa de Lula?
Lula nega as acusações. Diz, por exemplo, que não é dono do sítio de Atibaia e que Bumlai se ofereceu para reformá-lo.
Já em relação aos valores referentes às palestras e as doações, a defesa do petista afirma que "foram devidamente contabilizados, declarados e recolhidos os impostos devidos". Também negou que os pagamentos tenham qualquer relação com os contratos da Petrobras.
A Oi afirma que a antena foi instalada "para atender ao bairro todo e que eventuais problemas de sinal podem ser relatados à companhia".
- Formação de quadrilha (Lava Jato)
Ainda na Lava Jato, o ex-presidente foi apontado pelos investigadores como comandante da uma quadrilha responsável pelo esquema de corrupção na Petrobras envolvendo políticos de partidos como PT, PMDB e PP entre 2003 e 2014. No total, mais de 40 nomes são investigados.
O que diz a defesa de Lula?
Lula nega qualquer envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Em diversas ocasiões, afirmou ser perseguido e ter seus direitos violados pelos procuradores da Lava Jato e pelo juiz Sergio Moro.
"Os procuradores da operação Lava Jato iludem a sociedade brasileira ao afirmar que têm provas para incriminar o ex-presidente Lula", disse em uma das notas divulgadas sobre o assunto.
- Tráfico de influência internacional
Lula também é investigado por suspeita de tráfico de influência internacional.
Ele teria atuado junto ao BNDES para ajudar a empreiteira Odebrecht a obter contratos na América Latina e na África com recursos do banco público, afirmam os investigadores. O caso ainda está sendo apurado.
O que diz a defesa de Lula?
Lula nega o tráfico de influência e afirmou que "jamais interferiu na autonomia do BNDES e nas decisões do banco sobre as concessões de empréstimos".
"Presidente e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior", afirmou em nota divulgada pelo Instituto Lula.
domingo, 14 de maio de 2017
Brasil Paralelo
Brasil Paralelo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Gênero | Página de conteúdo e notícias |
País de origem | Brasil |
Idioma(s) | Português |
Lançamento | 2016 (1 ano) |
Página oficial | brasilparalelo |
Estado atual | Ativo |
Brasil Paralelo é um sítio eletrônico brasileiro de linha editorial do pensamento de direita, liberal e conservador.[1][2] Criado em 2016 em Porto Alegre, é caracterizado como parte da mídia independente e exemplo do ativismo digitalpolítico da "nova direita" no país, segundo pesquisa realizada no início de março de 2017 pela ePoliticSchool (EPS).[2][3]
Ele produziu obras audiovisuais lançadas no ano de sua fundação com o objetivo de contribuir para melhorar a educação e a formação em Política e História sem o viés de esquerda — que, na opinião dos fundadores, predomina nas escolas do Brasil.[3][4] Dentre as obras estão um filme sobre a impugnação de Dilma Rousseff com contraponto à ideia de ter sido golpe e diversos vídeos do gênero documentário com depoimentos de personalidades brasileiras influenciadoras da direita,[5] designados conjuntamente como "Congresso Brasil Paralelo".[1][3][4][6][7]
O Brasil Paralelo vendeu milhares de assinaturas dos conteúdos produzidos, enquanto que o conteúdo gratuito do primeiro Congresso Brasil Paralelo já foi visto por mais de um milhão e quinhentas mil pessoas, segundo os fundadores. Em 2017, obteve uma rede de mais de cinco mil pessoas que buscam consumir conteúdo exclusivo disponibilizado nos canais da entidade. Segundo informações não confirmadas pelos fundadores, a empresa teria amealhado 1,5 milhão de reais em apenas seis meses.[3][8]
Índice
[esconder]Histórico
O Brasil Paralelo foi fundado em Porto Alegre em 2016 por André Nabarros, Maria Ester Simas Borges, Bernardo Medina, Marildes de Souza e Isabel Marques.[4][3]
Recentemente,[quando?] para o sexto episódio da série de filmes documentários, eles colheram 88 depoimentos com formadores de opinião da direita para lançarem um filme sobre o impeachment de Dilma Rousseff, como contraponto à versão homônima produzida com apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), focado na narrativa de que o impeachment foi “golpe”. O título do episódio sexto foi "Impeachment - Do apogeu à queda", cujo lançamento oficial ocorreu em 21 de março de 2017 em São Paulo e Porto Alegre.[9][10] Na capital paulista, ocorreu no Cinemark Metrô Santa Cruz e após a exibição do filme, houve um debate ao vivo com os seguintes convidados com Henrique Viana, CEO do Brasil Paralelo; Ícaro de Carvalho; Luiz Philippe de Orléans e Bragança; Hélio Beltrão e Joice Hasselmann. Na capital gaúcha, foi no Cinemark Barra Shopping Sul e também após a exibição houve debate com Lucas Ferrugem, Felipe Moura Brasil, Guilherme Macalossi e Diego Casagrande. Esse foi o primeiro evento presencial do Brasil Paralelo.[3][8][11][12]
Em abril de 2017, o Brasil Paralelo participou da 30.ª edição do tradicional Fórum da Liberdade, considerado[por quem?] o maior fórum de ideias da América Latina e referência há três décadas ao pensamento liberal. O evento é promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) no Centro de Eventos da PUC/RS, em Porto Alegre, e contou com seis painéis, além de palestras especiais com grandes personalidades da política e da academia, como João Doria Jr, Pedro Malan, Eduardo Giannetti, Luiz Felipe Pondé, entre outros.[13] Nesse evento, o Brasil Paralelo expôs o seu trabalho[qual?] no salão Unconference, em que apresentaram iniciativas práticas[qual?] para promover a liberdade e o público participante pôde contribuir com o conhecimento pessoal, know-how, ideias, recursos financeiros, obter feedbacks, entre outros, em projetos de impacto previamente selecionados de cunho social, associativo, econômico ou político.[14] Na edição anterior, o jornalista Diego Casagrande, membro da organização, foi agraciado com o Prêmio Liberdade de Imprensa do Fórum da Liberdade.[15]
Congresso Brasil Paralelo
O congresso tem seis documentários. São eles:[16]
- Episódio 1 — Panorama Brasil — Um raio-x inconveniente
- Episódio 2 — Terra de Santa Cruz — Uma história não contada
- Episódio 3 — A raiz do problema — Como chegamos aqui?
- Episódio 4 — Dividindo pessoas, centralizando o poder
- Episódio 5 — Propostas
- Episódio 6 (extra) — Impeachment — Do apogeu à queda
Depoimentos em vídeo
O congresso conta com mais de 80 entrevistas. Alguns dos entrevistados são:[17]
- Olavo de Carvalho — filósofo e escritor
- Luiz Felipe Pondé — filósofo
- Onyx Lorenzoni — deputado federal
- Janaína Paschoal — jurista, atuou no processo de impeachment de Dilma Rousseff
- Hélio Coutinho Beltrão — economista e administrador
- Ives Gandra Martins — jurista
- Rogério Chequer — líder e fundador do Movimento Vem Pra Rua
- Gilmar Mendes — ministro do Supremo Tribunal Federal
- Ronaldo Caiado — senador e líder partidário no Congresso Nacional
- Fernando Holiday — político liberal e coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL)
- Jair Bolsonaro — deputado federal
- Marcel Van Hattem — deputado estadual
- Cláudio Manoel — humorista do Casseta e Planeta
- Lobão — músico
- Luiz Philippe de Orléans e Bragança — descendente da família imperial brasileira
- Felipe Moura Brasil — colunista da VEJA
- Joice Hasselmann — jornalista, ex-apresentadora do TVEJA
- Rodrigo Constantino — economista
- Eduardo Bolsonaro — deputado federal e filho de Jair Bolsonaro
- Adriano Gianturco — professor de história do pensamento econômico
- Mendonça Filho — ministro da educação
- Ozires Silva — fundador da EMBRAER
- Miguel Nagib — advogado, autor do projeto Escola sem Partido
- Fernando Francischini — deputado federal
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