Lula quis saber de conta na Suíça, após deflagração da Lava
Jato
Ex-homem
forte do PT na Petrobrás confessa a Sérgio Moro que falou com ex-presidente em
hangar em Congonhas e foi questionado sobre recebimento de valores de empresas
contratadas pela Petrobrás
Fausto Macedo, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo
05 Maio 2017 | 17h10
‘Ele tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando’, afirma Duque sobre Lula e o esquema Petrobrás
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, ex-diretor de Serviços da Petrobrás revela três encontros pessoais com o ex-presidente, um dos quais já em 2014 com a Lava Jato nas ruas
O ex-diretor de Serviços da Petrobrás afirmou nesta sexta-feira, 5, em juízo, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratou pessoalmente com ele sobre a existência e os riscos dele ter recebido valores em conta secreta na Suíça de negócios da Petrobrás. O encontro teria acontecido no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, após a deflagração da Operação Lava Jato.
Duque conta que Lula queria saber sobre conta que ele teria na Suíça e se nela recebeu recursos da multinacional SBM.
“Ele me pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da SBM”, afirmou Duque, ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro, nesta sexta-feira, 5.
“Eu falei não, não tenho dinheiro da SBM nenhum, nunca recebi dinheiro da SBM. Aí ele vira prá mim fala assim ‘olha, e das sondas tem alguma coisa?’ E tinha né, eu falei não, também não tem.”
Renato Duque atribuiu ao ex-presidente a frase. ‘Olha, presta atenção no que vou te dizer. Se tiver alguma coisa não pode ter, entendeu? Não pode ter nada no teu nome entendeu?’
“Eu entendi, mas o que eu ia fazer? Não tinha mais o que fazer. Aí ele falou que ia conversar cm a Dilma, que ela estava preocupada com esse assunto e que ia tranquilizá-la.”
O encontro com Lula foi em julho de 2014. “Foi no aeroporto Congonhas, no hangar da TAM. Eu tenho passagem. acredito que tinha Infraero, porque teve passagem para ir ao hangar.”
Segundo ele, foi um encontro por intermédio de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT.
“O Vaccari era um braço que atuava para o Lula.”
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