terça-feira, 2 de maio de 2017

Míssil antiaéreo THAAD - Como é o sistema antimísseis que os EUA estão instalando na Coreia do Sul

THAAD missile
Míssil antiaéreo




Fabricante: Lockeed Martin
Função principal: Defesa anti-missil
Alcance: 250kmVelocidade: 10000km/h
Tipo de ogiva : Veículo Interceptor ExoatmosféricoPeso da ogiva : 64Kg.
Peso total: 900KgComprimento: 6.17 M.
Diâmetro: 340mmSistema orientação: Inercial/designador activo na fase final
Sistemas de armas que utilizam este míssil:

O míssil THAAD (Terminal High Altitude Area Defence) Defesa de Área a Grande Altitude, destina-se a interceptar mísseis balísticos de curto e médio alcance.

Os mísseis do sistema caracterizam-se essencialmente por terem capacidade de atingir altitudes muito elevadas, tendo capacidade para atacar ogivas de sistemas de mísseis balísticos inimigos.

Além do míssil, e depois da fase inicial de voo, e em vez da oriva tradicional, é libertado um veículo interceptor que se separa do corpo do míssil e acelera até uma velocidade de 24.0000 a 36.000km/h. A essa velocidade ele dirige-se contra o alvo, destruindo-o por impacto. O sistema, utiliza rotinas de inteligência artificial e tem capacidade para identificar visualmente o alvo e distingui-lo de qualquer outro tipo de objecto.
Informação genérica:
O sistema norte-americano de defesa anti-missil, tem as suas origens nos anos 80 com um projecto na altura chamado de «Guerra das Estrelas».

O sistema que nos anos 80 foi apresentado pelo então presidente Ronald Reagan não dispunha na altura de um suporte tecnológico suficientemente desenvolvido, mas a ideia continuou a ser sempre considerada pelas autoridades militares norte-americanas.

O sistema no seu conjunto evoluiu no sentido de dispor de várias plataformas (distintos tipos de mísseis e sensores) que podem ser utilizadas em conjunto, com o objectivo de destruir as ameaças nucleares de eventuais inimigos.


Os principais mísseis do sistema são:

Fase inicial do voo
KEI - Em desenvolvimento pela Northrop Grumman, o KEI é um míssil destinado a interceptar mísseis balísticos na fase inicial do seu precurso.
ABL - AirBorne Laser. Trata-se de um emissor Laser de alta potência instalado num avião Boeing B-747.

Fase intermédia do voo
SM-3 - Sistema anti-míssil baseado em navios (Sistema de defesa AEGIS contra mísseis balísticos)
GBI - Míssil baseado em terra e instalado em silos, com capacidade para atingir alvos a uma altitude de até 2.000km.

Fase final do voo
Patriot PAC-3 - Defesa contra mísseis balísticos de curto e médio alcance, com capacidade para destruir alvos na atmosfera.

THAAD - Defesa contra mísseis balísticos de curto e médio alcance a grande altitude, fora da atmosfera.

Fonte: Área Militar

Como é o sistema antimísseis que os EUA estão instalando na Coreia do Sul - e por que é tão polêmico


Foto de lançamento-teste do sistema ThaadDireito de imagemREUTERS
Image captionSistema vai interceptar mísseis que possam ser considerados ameaças para a Coreia do Sul

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira o início da operação de instalação de um controverso sistema antimísseis na Coreia do Sul.
Batizado de Terminal de Defesa Aérea para Grandes Altitudes (Thaad, na sigla em inglês), o sistema foi desenhado para proteger o país asiático de seu vizinho mais próximo, a Coreia do Norte.
Por sinal, a operação teve início justamente um dia após a Coreia do Norte lançar quatro mísseis, em desafio a sanções internacionais.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando fontes militares, o sistema poderá ter condições de operar já no mês que vem.
O Thaad causou polêmica na Ásia - principalmente a China -, incluindo até mesmo a "beneficiada" Coreia do Sul.
Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, disse na terça-feira que Pequim é contra o sistema e que "tomará de forma resoluta as medidas necessárias para defender seus interesses na área de defesa".


Diagrama do sistema Thaad

O que é o Thaad?

- É um sistema capaz de interceptar mísseis de curto e médio-alcance na fase terminal de seu voo;
- Usa uma tecnologia conhecida como hit to kill, em que o míssil destrói o projétil inimigo com impacto;
- Tem alcance de 200 km e pode atingir uma altitude de 150 km;
- Já foi posicionado pelos EUA no território de Guam (Oceania) e no Havaí como defesa para possíveis ataques da Coreia do Norte;
- O veículo lançador carrega até oito mísseis interceptadores.

Diagrama do sistema Thaad

O funcionamento passo a passo

1. O inimigo lança um míssil;
2. O radar do sistema Thaad detecta o lançamento e alerta o centro de comando;
3. O centro de comando aciona o lançamento de um míssil interceptador;
4. O míssil interceptador destrói o projétil inimigo na fase terminal de voo.

Por que o Thaad é tão controverso?

Há oposição na Coreia do Sul aos planos. Para muitos sul-coreanos, o Thaad pode se tornar um alvo e colocar em perigo a vida das pessoas que vivem perto de locações militares.
Opositores fizeram diversas manifestações de protesto.
Internacionalmente, China e Rússia expressaram preocupação, afirmando que o sistema pode afetar o equilíbrio de segurança regional.
No ano passado, Pequim disse que o sistema tinha potencial "bem mais amplo" que as necessidades de defesa na Península Coreana. Representantes diplomáticos de Moscou em Seul classificaram o sistema como uma "ameaça direta" à segurança nacional.

Manifestante na Coreia do Sul usa casaco com slogan contra o ThaadDireito de imagemAP
Image captionHá sul-coreanos que também se opõem ao uso do sistema de mísseis

Segundo o especialista em defesa da BBC, Jonathan Marcus, o sistema Thaad não tem poder de fogo contra os mísseis intercontinentais chineses.
No entanto, os radares são potentes o suficiente para "bisbilhotar" território do país, e Pequim acredita que o Thaad pode ser usado para detectar lançamentos chineses e alertar sistemas balísticos americanos mais sofisticados.
"Os EUA já contam com uma poderosa rede de radares baseada no Japão e um sistema Thaad em Guam. Não é fácil quantificar qual o benefício adicional que os radares da Coreia do Sul trariam", diz Marcus.

'Estripulias' norte-coreanas

A Coreia do Norte ameaçou na semana passada lançar mísseis em represália a exercícios militares conjuntos entre os EUA e Seul, que ocorrem anualmente e sempre provocam irritação em Pyongyang.
Para o regime de Kim Jong-un, esses exercícios são uma preparação para uma invasão pelo sul.
Na segunda-feira, acabou disparando quatro mísseis na região de Tongchang-ri, próxima à fronteira com a China.
Três dos projéteis percorreram cerca de 1 mil km e caíram em águas japonesas. Segundo as autoridades sul-coreanas, o tipo de míssil usado parecia ser uma versão mais nova do Scud, de fabricação russa.

Veículos lançadores de mísseis chegam à base de Osan, na Coreia do SulDireito de imagemAP
Image captionBase de Osan, na Coreia do Sul, recebeu lançadores de mísseis

Reação internacional

Líderes americanos e japoneses reuniram-se depois do lançamento norte-coreano, e o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para essa quarta-feira para discutir o incidente.
O almirante Harry Harris, comandante das tropas americanas no Pacífico Sul, disse que a atitude de Pyongyang confirmou a "prudência" de instalar o Thaad na Coreia do Sul.
Mas a operação aumentará as tensões entre Seul e Pequim.
Na semana passada, a Coreia do Sul acusou a China de fazer o que chamou de "retaliação econômica". Filiais da loja de departamentos sul-coreana Lotte na China foram fechadas e o governo anunciou ainda uma proibição da compra de pacotes turísticos para o vizinho.
Pequim é o destino de 40% das exportações coreanas - um total estimado em cerca de US$ 124 bilhões por ano, quatro vezes mais que o exportado pelo Brasil para a China em 2016.
No ano passado, 8 milhões de chineses visitaram Seul e adjacências.
Fonte: BBC

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