segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Por um fio - TCU: manter Aroldo Cedraz é sabotar a Lava Jato

Por um fio


A recondução de Aroldo Cedraz à presidência do TCU está por um fio.

TCU: manter Aroldo Cedraz é sabotar a Lava Jato


O procurador de contas Júlio Marcelo de Oliveira postou o seguinte texto no Facebook, compartilhado por Sergio Moro e Deltan Dallagnol:
Existe alguma relação entre o que o TCU faz e a operação Lava Jato? Muitos amigos me fizeram essa pergunta recentemente.
É bom lembrar que os processos no TCU costumam tramitar muito mais rapidamente que os processos no Poder Judiciário, de modo que o TCU pode ser um excelente caminho para obtenção mais rápida de ressarcimentos para a Administração Pública.
No âmbito da operação Lava Jato existe importante colaboração entre o TCU e o MP.Todos os elementos das auditorias feitas pelo TCU na Petrobrasestão à disposição da Lava Jato. O Juiz Sergio Moro já autorizou também o compartilhamento com o TCU de provas colhidas na Lava Jato.
Todo esse material precisa ser analisado, as responsabilidades apontadas, as citações feitas, os processos julgados, as penas aplicadas.
Tudo isso demanda a dedicação de auditores competentes para dar conta dessa hercúlea tarefa e trazer para os cofres da Petrobras o ressarcimento dos bilhões que lhe foram subtraídos.
Em agosto, o Ministro Benjamin Zymler, com o apoio de vários outros ministros, cobrou publicamente na sessão plenária pública do TCU que o Ministro Presidente alocasse mais auditores para essa tarefa, considerada por eles como a que deve receber a maior prioridade do TCU neste momento, pois apenas SEIS auditores realizavam essa missão em tempo integral. Noticiei isto neste espaço. Na semana passada, soube que a situação continuava praticamente a mesma. Apenas doze auditores com dedicação full time e outros com atuação ocasional. O TCU conta com cerca de 1.500 auditores de controle externo.
Com essa pequena força de trabalho alocada (verdadeiros heróis!), o TCU demorará tempo demais para dar à sociedade brasileira a resposta que ela merece e precisa.
A quem compete alocar servidores entre as diversas atividades do TCU?
Ao seu Presidente.
A quem compete definir o que é prioritário?
Ao seu Presidente.
Percebem como a definição de quem será o Presidente do TCU tem forte relação com a operação Lava Jato?

Ou seja, manter Aroldo Cedraz na presidência do TCU é sabotar a Lava Jato.

Cresce pressão para que Aroldo Cedraz não seja reconduzido à presidência do TCU

Filho de Cedraz foi acusado de ter recebido dinheiro para favorecer construtora UTC no tribunal. Ele negou

MURILO RAMOS
29/11/2015 - 11h31 - Atualizado 30/11/2015 14h19
O plenário do TCU (Foto: Eraldo Peres/AP Photo)
Cresce a pressão para que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, não seja reconduzido à presidência da Casa, por mais um ano, na próxima quarta-feira (02). Nas redes sociais, as manifestações favoráveis ao seu desligamento da função aumentaram.
Gil Castelo Branco, criador do site “Contas Abertas”, disse: “Faço um apelo para que os minitros do TCU não reconduzam o atual presidente. Como a imprensa divulgou, Ricardo Pessôa, dono da construtora UTC, afirmou, em sua delação premiada, que teria pago R$ 1 milhão a Tiago Cedraz, filho do presidente (Aroldo Cedraz), por uma decisão que beneficiasse a sua empresa, além de pagar R$ 50 mil por mês para ter informação privilegiada a respeito de fiscalizações e processos no TCU”, afirmou.
Procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo Oliveira disse que “a condução da casa (TCU), sua presidência, deve recair sobre os membros que não estão envolvidos nas denúncias ainda sob investigação”, afirma. “Isso preserva a instituição, ao tempo em que respeita os direitos individuais dos investigados, sem qualquer prejulgamento de suas condutas e atributos pessoais”.
O juiz federal Marlon Reis, um dos idealizados da lei da Ficha Limpa, se manisfestou da seguinte forma: “Ultimamente, palavras negativas são lançadas contra integrantes do Tribunal de Contas da União. Não se pode antecipar juízos ou imputer culpas, mas confiança é algo difícil de se conquistar… e facílimos de se perder.
O vice-presidente do Tribunal de Contas da União, o ministro Raimundo Carreiro, também foi citado na delação de Ricardo Pessoa, como alguém que recebeu valores da construtora UTC. Carreiro é relator do processo da usina nuclear Angra 3 no TCU. 
O escritório de Tiago Cedraz foi alvo de busca e apreensão na Operação Lava Jato. Em nota encaminhada à imprensa, o escritório de Tiago Cedraz afirmou "nunca ter patrocinado nenhum caso do Grupo UTC perante o Tribunal de Contas da União". 

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