sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PIB recua (-1,9%) em relação ao 1º tri de 2015

PIB recua (-1,9%) em relação ao 1º tri de 2015

PERÍODO DE COMPARAÇÃO
INDICADORES 2° TRI 2015
PIB
AGROPEC
INDUS
SERV
FBCF
CONS. FAM
CONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente
anterior (c/ ajuste sazonal)
-1,9
-2,7
-4,3
-0,7
-8,1
-2,1
0,7
Trimestre / mesmo trimestre do ano
anterior (s/ ajuste sazonal)
-2,6
1,8
-5,2
-1,4
-11,9
-2,7
-1,1
Acum. em 4 tri / 4 tri imediatamente
anteriores (s/ ajuste sazonal)
-1,2
1,6
-2,9
-0,5
-7,9
-0,6
-0,3
Acumulado no ano / mesmo período do
ano anterior (s/ ajuste sazonal)
-2,1
3,0
-4,1
-1,3
-9,8
-1,8
-1,3
Valores correntes no trimestre (R$)
1.428,3
bilhões
76,1
bilhões
263,6
bilhões
879,2
bilhões
254,2
bilhões
896,1
bilhões
298,3
bilhões
TAXA DE INVESTIMENTO (FBCF/PIB) 2° TRI 2015 = 17,8%
TAXA DE POUPANÇA (POUP/PIB) 2° TRI 2015 = 14,4%

Principais resultados do PIB do 4º trimestre de 2013 ao 2º trimestre de 2015
PIB
2013
2014
2015
4º tri
1º tri
2º tri
3º tri
4º tri
1º tri
2º tri
Trimestre / trimestre imediatamente
anterior
 (c/ ajuste sazonal)
-0,2
0,7
-1,1
0,1
0,0
-0,7
-1,9
Trimestre / mesmo trimestre do ano
anterior
 (s/ ajuste sazonal)
2,1
2,7
-1,2
-0,6
-0,2
-1,6
-2,6
Acum. em 4 tri / 4 tri imediatamente
anteriores (s/ ajuste sazonal)
2,7
2,8
1,5
0,7
0,1
-0,9
-1,2
Acumulado no ano / mesmo período
do ano anterior (s/ ajuste sazonal)
2,7
2,7
0,7
0,3
0,1
-1,6
-2,1
O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou queda (-1,9%) na comparação do segundo trimestre de 2015 contra o primeiro trimestre do ano, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2014, a variação do PIB também foi negativa (-2,6%). No acumulado dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2015, o PIB registrou decréscimo (-1,2%) em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, verificado também no resultado acumulado do ano até o mês de junho (-2,1%), em relação a igual período de 2014. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2015 alcançou R$ 1,43 trilhão. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página aqui.
Agropecuária, indústria e serviços caem na comparação com 1º tri de 2015
O PIB apresentou queda de 1,9%, na comparação do segundo trimestre de 2015 contra o primeiro trimestre do ano, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. A Agropecuária (-2,7%), a Indústria (-4,3%) e os Serviços (-0,7%) tiveram retração.
Na indústria, a maior queda se deu na construção civil: retração de 8,4%. A indústria de transformação (-3,7%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
(-1,5%) também recuaram no segundo trimestre do ano. Já a extrativa mineral registrou variação positiva de 0,3%.
Nos serviços, administração, saúde e educação pública (1,9%) e atividades imobiliárias (0,3%) apresentaram resultados positivos. As demais atividades sofreram retração em relação ao trimestre imediatamente anterior:comércio (-3,3%), Transporte, armazenagem e correio
(-2,0%), serviços de informação (-1,3%), outros serviços (-1,0%) e intermediação financeira e seguros (-0,2%).
Pela ótica da despesa, a formação bruta de capital fixo registrou o oitavo trimestre consecutivo de queda nessa base de comparação: 8,1%. A despesa de consumo das famílias (-2,1%) caiu pelo segundo trimestre seguido. Já a despesa de consumo do governo cresceu 0,7%, em relação ao trimestre imediatamente anterior. No que se refere ao setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram aumento de 3,4%, enquanto as importações de bens e Sserviços recuaram 8,8%, em relação ao primeiro trimestre de 2015.
Na comparação com o 2º tri de 2014, serviços registram queda (-1,4%)
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou contração de 2,6% no segundo trimestre de 2015. O valor adicionado a preços básicos caiu 2,1% e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios recuaram em 5,7%.
O resultado da agropecuária (1,8%), no segundo trimestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior, pode ser explicado pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE - julho 2015). Com exceção do café e do feijão, que apresentaram queda de produção de 2,2% e 4,1% respectivamente, os demais produtos com safra neste trimestre registraram ganho de produtividade e crescimento: soja (11,9%), milho (5,2%), arroz (4,4%), mandioca (2,3%) e cana de açúcar (2,1%).
A indústria sofreu queda (-5,2%), com a indústria de transformação apresentando contração de 8,3%. Esse resultado foi influenciado pelo decréscimo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva; produtos eletrônicos e equipamentos de informática; insumos da construção civil e produtos derivados do petróleo.
A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana registrou queda de 4,7%, puxada pela redução do consumo não residencial de energia elétrica. A construção civil também apresentou redução no volume do valor adicionado de 8,2%. Já a extrativa mineral, por sua vez, cresceu 8,1% em relação ao segundo trimestre de 2014, influenciada tanto pelo aumento da extração de petróleo e gás natural como também da extração de minérios ferrosos.
O valor adicionado de serviços caiu 1,4%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para a contração de 7,2% do comércio (atacadista e varejista) e de 6,0% de transporte, armazenagem e correio, puxado pelo decréscimo do transporte e armazenamento de carga. Também apresentou decréscimo a atividade de outros Serviços (-1,9%).
Registraram resultados positivos as atividades imobiliárias (2,8%), administração, saúde e educação pública(0,6%), os serviços de informação (0,5%) – atividade esta que inclui telecomunicações, atividades de TV, rádio e cinema, edição de jornais, livros e revistas, informática e demais serviços relacionados às tecnologias da informação e comunicação (TICs) – e, por fim, intermediação financeira e seguros (0,4%).
Formação bruta de capital fixo cai (-11,9%) em relação ao 2º tri de 2014
Todos os componentes da demanda interna apresentaram queda, na comparação do segundo trimestre de 2015 contra igual período de 2014. A despesa de consumo das famílias
(-2,7%) registrou a segunda queda consecutiva. Este resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período.
A formação bruta de capital fixo sofreu contração de 11,9%, no segundo trimestre de 2015, a maior desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção civil. A despesa de consumo do governo, por sua vez, caiu 1,1%, em relação ao segundo trimestre de 2014.
No setor externo, as exportações de bens e serviços apresentaram expansão de 7,5%, enquanto que as importações de bens e serviços caíram em 11,7%, ambas influenciadas pela desvalorização cambial de 38% registrada no período.
PIB cai no primeiro semestre (-2,1%) e em 12 meses (-1,2%)
O PIB, no 1º semestre de 2015, apresentou queda de 2,1%, em relação a igual período de 2014, seguindo a variação negativa de 0,4% no semestre encerrado em dezembro de 2014. O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2015 apresentou queda de 1,2%, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da contração de 1,0% do valor adicionado a preços básicos e do recuo de 2,8% nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
Taxa de investimento atinge 17,8% do PIB
O Produto Interno Bruto no segundo trimestre de 2015 totalizou R$ 1,43 trilhão, sendo
R$ 1,22 trilhão referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 209,4 bilhões, aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Considerando o Valor Adicionado das atividades no trimestre, a Agropecuária registrou R$ 76,1 bilhões, a Indústria R$ 263,6 bilhões e os Serviços R$ 879,2 bilhões. Entre os componentes da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 896,1 bilhões, a Despesa de Consumo do Governo R$ 298,3 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 254,2 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou deficitária em R$ 15,1 bilhões e a Variação de Estoque foi negativa em R$ 5,3 bilhões.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2015 foi de 17,8% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (19,5%). A taxa de poupança foi de 14,4% no segundo trimestre de 2015 (ante 16,0% no mesmo período de 2014).

Comunicação Social
28 de agosto de 2015

Entenda a recessão técnica do Brasil

28/08/2015 09h08 - Atualizado em 28/08/2015 12h08

Entenda a recessão técnica do Brasil

País volta a registrar dois trimestres de PIB negativo.
Expectativa do mercado é que o PIB irá cair mais de 2% em 2015.

Taís LaportaDo G1, em São Paulo
Homem olha para anúncios de empregos no centro da cidade de São Paulo (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)Homem olha para anúncios de empregos no centro da cidade de São Paulo (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
O Brasil voltou a ter dois trimestres seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB): recuou 0,7% (dado revisado) de janeiro a março e 1,9%, de abril a junho. No "economês", esse fenômeno é chamado de recessão técnica.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe a possibilidade de recuperação no curto prazo com a recessão técnica. Mas o mercado prevê que o Brasil passe por uma retração prolongada e que vai se estender até o ano que vem.
A expectativa dos economistas dos bancos é que, no ano, a economia tenha uma retração de 2,06%, seguida por uma queda de 0,24% em 2016. Será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia, pela série do IBGE iniciada em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica.
O que significa quando um país entra em recessão técnica?
Na prática, ela serve como um termômetro para medir se a economia vai mal, explica o professor do departamento de economia da PUC-SP, Claudemir Galvani.
No entanto, nem sempre duas quedas seguidas do PIB mostram que o país está em crise ou que, necessariamente, produziu menos que nos períodos anteriores, explica o economista da LCA Investimentos, Francisco Pessoa.
O país pode ter ficado estagnado em um trimestre e encolhido 3% no seguinte, por exemplo, e estar em situação pior do que em uma recessão técnica com duas leves retrações. A recessão técnica indica que algo não vai bem, mas ela independe de haver reflexos diretos na economia.
ENTENDA O QUE É RECESSÃO
Recessão técnica
Quando o PIB fica negativo por 2 trimestres seguidos. Funciona como um alerta, e não significa que a economia vai piorar. É possível a recuperação no curto prazo.
Recessão real
Quando o conjunto de indicadores da economia aponta retração ao mesmo tempo. Há queda na produção, aumento do desemprego e de falência de empresas. A recuperação fica mais difícil.
O Brasil já esteve em recessão técnica?
Não é a primeira vez que isso ocorre. Também houve recessão técnica em 2009, 2007 e 1999, por exemplo.
Qual a diferença entre recessão real e recessão técnica?
Economistas consideram que a recessão real ou "profunda" independe de haver dois trimestres negativos. Quando a maioria dos indicadores econômicos – mercado de trabalho, atividade da indústria ou vendas no comércio, por exemplo – aponta quedas consistentes, já é possível concluir que a economia está num quadro recessivo, antes mesmo da divulgação do PIB pelo IBGE, explica o economista da FGV/IBRE Paulo Picchetti.
“É o conjunto da obra que determina uma recessão”, complementa Adriano Gomes, professor da ESPM e sócio-diretor da Méthode Consultoria. Para ele, os níveis de confiança dos empresários e do consumidor, que atingiram baixas históricas, são um termômetro da falta de perspectiva de uma recuperação (a chamada luz no fim do túnel).
O Brasil já está em recessão?
Um grupo de economistas da FGV, do qual Picchetti faz parte, divulgou em agosto um estudo mostrando que o Brasil entrou em recessão desde o segundo trimestre de 2014 – mesmo não registrando a chamada “recessão técnica” (dois trimestres seguidos de queda da economia).
Segundo o relatório, chegou ao fim, no primeiro trimestre do ano passado, um ciclo de 20 trimestres de expansão econômica, iniciado entre abril e junho de 2009. “Quando há uma queda generalizada do nível de atividade da economia, já podemos dizer que ela está em recessão”, explica o professor da FGV/IBRE.
Existe alguma diferença entre crise e recessão?
Para Picchetti, uma crise econômica não necessariamente significa que um país está em recessão, mas o contrário é sempre verdadeiro. "Crise pode ter um caráter mais temporário e menos estrutural e ser solucionada em um prazo relativamente curto. Já a recessão passa uma ideia de mudança de tendência de crescimento da economia com um caráter mais estrutural", explica.
Como um país sai de uma recessão?
O fim de uma recessão só é constatado quando existe um movimento consistente de retomada em todos os indicadores econômicos, segundo Picchetti. Dados como taxa de desemprego, vendas no comércio, produção industrial e outros precisam mostrar de forma clara e conjunta que estão em recuperação.
"Não adianta um trimestre de tímida recuperação na atividade da indústria para concluir que já reverteu essa tendência", diz o professor.

PIB recua 1,9% no 2º trimestre, e país entra em recessão técnica

28/08/2015 09h00 - Atualizado em 28/08/2015 12h57

PIB recua 1,9% no 2º trimestre, e país entra em recessão técnica

No primeiro trimestre, economia teve queda de 0,7%, segundo IBGE. 
Investimentos tiveram a maior queda desde o primeiro trimestre de 1996.

Anay Cury e Cristiane CaoliDo G1, em São Paulo e no Rio
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores, e o país entrou na chamada "recessão técnica", que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).   
Gráfico de trimestre (Foto: Editoria de Arte/G1)
Os números foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa retração de 1,9% é a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando a economia também registrou exatamente o mesmo recuo.
Neste trimestre, contribuíram para o desempenho negativo da economia a queda dos investimentos (-8,1%) e do consumo das familias (-2,1%). Em contrapartida, o consumo do governo registrou alta de 0,7%.
Na análise dos setores, todos registraram queda, puxada pela indústria, que teve retração de 4,3%, pela agropecuária, de 2,7% e pelos serviços, de 0,7%.
(VÍDEO: Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE fala sobre os resultados do PIB)
Em relação ao segundo trimestre de 2014, a baixa foi ainda mais profunda, de 2,6%, a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando o recuo também foi de 2,6%. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre do ano alcançou R$ 1,43 trilhão.
O resultado do PIB veio um pouco acima do esperado pelo mercado, indicando que a retração da economia em 2015 poderá sair maior do que a queda de 2,06% projetado pelos economistas e analistas, segundo a última pesquisa do Banco Central.
Recessão técnica
O Brasil voltou a ter dois trimestres seguidos de queda no PIB e, por isso, entrou em “recessão técnica”. Na prática, essa classificação serve como uma espécie de “termômetro” para medir o desempenho da economia. Isso porque, de acordo com economistas, não são apenas dois resultados negativos seguidos que indicam a recessão, mas sim um conjunto de indicadores negativos, como aumento do desemprego, queda na produção e falência de empresas.
O Brasil também havia registrado uma recessão técnica no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
“Várias coisas voltam lá para 2009. Na época, em 2008 e 2009, o consumo das famílias não tinha sido tão afetado [pela crise], existiam medidas para tentar reduzir o efeito [sobre o consumo das famílias]. São momentos um pouco diferentes [2015 e 2009], mas ambos com turbulências internacionais. Isso é um fato similar, no caso", analisou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.
Arte PIB - indústria 2º tri 2015 VALE (Foto: Arte/G1)
Segundo ela, tanto a turbulência política quanto econômica estão afetando todas as atividades. "É um movimento que está afetando a economia toda”, disse.
No ano, de janeiro a junho, a economia registra contração de 2,1%, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o IBGE, esse resultado é o pior desde o primeiro semestre de 2009, quando caiu 2,4%.
O que aconteceu em cada setor
De acordo com o IBGE, a queda registrada na indústria – frente ao primeiro trimestre – foi puxada principalmente pelo desempenho negativo da construção civil, que recuou 8,4%. Na sequência, a aparece a indústria de transformação, que também sofreu forte queda de 3,7%.
Arte PIB - agropecuária 2º tri 2015 (Foto: Arte/G1)
No caso do setor serviços, o que mais influenciou foi o movimento do comércio, que vem mostrando seguidamente resultados desanimadores. Neste segundo trimestre, a queda foi de 3,3%, seguida pelo recuo de 2% em transportes, armazenagem e correio.
“Tanto pela ótica da produção quanto pela da despesa, a gente tem que os três principais setores do PIB apresentaram queda em relação ao trimestre anterior”, apontou Rebeca.
Já na comparação com o segundo trimestre de 2014, a agropecuária cresceu 1,8%, puxada pela produção de soja, milho, arroz e mandioca.
A indústria recuou 5,2%, puxada pela indústria de transformação, que caiu mais de 8%.
Os serviços recuaram 1,4%, com destaque para a baixa de 7,2% do comércio (atacadista e varejista) e de 6,0% de transporte.
(VÍDEO: Queda no consumo das famílias está relacionada à deterioração de indicadores)
Consumo e investimentos
No segundo trimestre, em relação ao primeiro, os investimentos registraram o oitavo trimestre seguido de baixa, chegando a 8,1% e arrastando o PIB para baixo, assim como a despesa de consumo das famílias, que  recuou 2,1%, pelo segundo trimestre seguido. Já a despesa de consumo do governo cresceu 0,7% na mesma base de comparação.
Arte PIB - serviços 2 tri 2015 (Foto: Arte/G1)
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 3,4%, e as importações, por outro lado, recuaram 8,8%.
Na comparação com o segundo trimestre de 2014, os investimentos sofreram uma queda ainda maior, de 11,9% - a maior desde o primeiro trimestre de 1996, quando o indicador recuou 12,7%.
"Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção civil."
Nessa base de comparação, a despesa de consumo do governo caiu 1,1%, e os gastos das famílias, que também entram no cálculo do PIB, recuaram 2,7% - a segunda baixa seguida.
Arte PIB - consumo das famílias 2 tri 2015 (Foto: Arte/G1)
De acordo com o IBGE, essa retração de 2,7% é a maior queda o quarto trimestre de 1997, quando caiu 2,8%.
"O resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período", informou o IBGE.
Também entram no cálculo do PIB as exportações de bens e serviços, bem como as importações feitas pelo país. Nesse caso, as vendas tiveram expansão de 7,5%, e as compras caíram 11,7%, "ambas influenciadas pela desvalorização cambial de 38% registrada no período".
Poupança e taxa de investimento
No segundo trimestre, a taxa de investimento foi de 17,8% do PIB. No segundo trimestre de 2014, o índice havia atingido percentual maior, de 19,5%.
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Arte PIB - investimentos 2º tri 2015 (Foto: Arte/G1)
A taxa de poupança recuou em relação ao ano passado, passando de 16% no segundo trimestre de 2014 para 14,4%, nos mesmos meses de 2015.
Expectativas negativas confirmadas
A expectativa do Banco Central era de que o PIB tivesse mesmo recuado de abril a junho deste ano. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é uma espécie de "prévia do PIB", indicava uma retração de 1,89% no segundo trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores. Com isso, quando foram divulgados, em meados de agosto, os números já apontavam que a economia brasileira entraria em recessão técnica.
Já a estimativa do mercado financeiro para o ano todo, apresentada no início da semana pelo boletim Focus do Banco Central, indicava que a economia deverá ter uma retração de 2,06%, seguida por uma queda de 0,24% em 2016.
Dois anos seguidos de recessão
A expectativa dos economistas dos bancos é que a queda do PIB neste ano seja seguida por uma retração em 2016, de 0,24%.
Se confirmada a previsão, será a primeira vez que o país registrará dois anos seguidos de contração na economia, pela série do IBGE iniciada em 1948.  Todas as seis vezes em que o país fechou o ano com PIB negativo foram sucedidas por uma rápida recuperação nos anos seguintes.
PIB dos países - arte (Foto: Arte/G1)
O cenário atual é bem diferente, segundo o economista da FGV/IBRE Paulo Picchetti. “A recessão começou sem ser possível enxergar os mecanismos que vão levá-la ao fim. Não há instrumentos de política econômica capazes de reverter esse quadro num futuro razoavelmente rápido.”
Como um país sai de uma recessão?
O fim de uma recessão só é constatado quando existe um movimento consistente de retomada em todos os indicadores econômicos, segundo o economista da FGV/IBRE Paulo Picchetti. Dados como taxa de desemprego, vendas no comércio, produção industrial e outros precisam mostrar de forma clara e conjunta que estão em recuperação.

(VÍDEO: Coordenadora de Contas do IBGE analisa queda de 8,2% da construção civil)

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...