Tropa de Cunha pode descobrir se Marcos Valério apanha na prisão
Aliados do presidente da Câmara agem para convocar ex-publicitário à CPI da Petrobras
Por: Felipe Moura Brasil 23/08/2015 às 5:59
A coluna Painel, da Folha, informa:
“Peemedebistas próximos a Eduardo Cunha dizem que a possibilidade de que o PT assine em peso o manifesto pelo afastamento do presidente da Câmara é o ingrediente que pode unificar a bancada e deflagrar uma ‘guerra’ contra Dilma Rousseff. Após a inclusão de alguns petistas na lista e a declaração de Rui Falcão de que as acusações eram ‘gravíssimas’, Cunha disse a Michel Temer que, caso a ação petista se amplie, exigirá uma ‘resposta institucional’ do PMDB.”
Com ou sem a ampliação da ação do PT, a única ‘resposta institucional’ que o PMDB deveria dar é ao povo brasileiro, com a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
De preferência, muito antes de 15 de novembro, a data anunciada no sábado para o congresso do partido, que deverá marcar a cisão com o petismo.
A próxima terça-feira, por exemplo, quando a oposição deve voltar a se reunir com juristas para discutir caminhos para o pedido de impeachment, é uma opção bem melhor.
“Após a denúncia de Rodrigo Janot contra Cunha, sua tropa age para levar Marcos Valério para depor na CPI da Petrobras.”
Assim, sim.
“Condenado pelo mensalão, o ex-publicitário disse ao Ministério Público em 2012 que o PT usou recursos da estatal para abafar investigações do caso Celso Daniel – prefeito de Santo André assassinado em 2002.”
Relembro: o empresário Ronan Maria Pinto, segundo Valério, ameaçava implicar o PT, o então presidente Lula e o chefe de gabinete Gilberto Carvalho no misterioso assassinato.
Valério confirmou que recebeu do então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, um pedido de 6 milhões de reais para comprar o silêncio de Ronan. O ex-publicitário reafirmou que não quis se envolver na história, mas que o dinheiro da chantagem acabou sendo pago pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula, por meio de um empréstimo comprovadamente contraído no Banco Schahin.
O Estadão informou no sábado que, em depoimento à PGR, em março, o lobista Júlio Camargo também citou, “de forma vaga”, o nome de Bumlai, cuja amizade com Lula consta no relatório dos procuradores.
Tudo isso têm de ser trazido à tona pelos deputados na CPI, assim como a conta associada a Lula no exterior, mas, diante de tantos rumores, a pergunta mais importante a fazer a Valério seria:
“O quanto o senhor apanhou na prisão?”
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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