Família de Renato Duque contrata advogado
para negociar delação premiada
Ex-diretor de Serviços da Petrobras está preso e tentará
reduzir penas em troca de colaboração
POR THIAGO HERDY 01/08/2015
11:41 / ATUALIZADO 01/08/2015
13:18
O ex-diretor Renato Duque é acusado de chefiar grupo que cobrava
propinas para o PT na Petrobras -
Ailton de Freitas / Agência O Globo
SÃO PAULO - A família do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque,
contratou oficialmente nesta sexta-feira o escritório do advogado Marlus Arns,
de Curitiba, para que ele negocie com a Polícia Federal (PF) e o Ministério
Público Federal (MPF) os termos de um acordo de delação premiada.
Segundo o próprio advogado, que conduziu a delação dos ex-executivos da
Camargo Corrêa, Eduardo Leite e Dalton Avancini, as reuniões de Duque com o MPF
ainda não ocorreram, mas as conversas devem ser iniciadas a partir da próxima
semana. O ex-diretor está preso, em Curitiba, desde março deste ano. Os atuais
advogados de Duque, Alexandre Lopes e Renato de Moraes, devem deixar o caso.
Duque apresentará aos investigadores uma lista de temas sobre os quais
estaria disposto a contribuir com informações para a força-tarefa que investiga
corrupção na Petrobras. Para que a delação seja aceita, o ex-diretor deve apresentar
colaborações para as ações penais e inquéritos em curso, que o envolvem
diretamente, mas também apresentar novos fatos que ajudem a PF e o MPF a apurar
crimes de corrupção envolvendo a estatal. Em troca, o dirigente teria sua pena
reduzida, em caso de condenação.
Apontado por petistas como diretor indicado pelo ex-ministro José Dirceu
para o cargo, o que o ex-ministro nega, Duque é acusado de chefiar um dos
grupos que fraudava licitações em benefício de empresas que pagavam propina a
ele e ao PT. Sua relação com o esquema de corrupção na estatal foi denunciado
por seu ex-braço direito e um dos delatores da Lava-Jato, o ex-gerente de
Engenharia Pedro Barusco.
Nesta sexta-feira, a Justiça Federal aceitou denúncia contra Duque
e os empresários Júlio Camargo e João Antônio Bernardi, por crimes como
corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
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