terça-feira, 24 de novembro de 2015

PF deflagra Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, e prende amigo de Lula

José Carlos Bumlai

PF deflagra Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, e prende amigo de Lula

POR ANDREZA MATAIS, JULIA AFFONSO, FAUSTO MACEDO E RICARDO BRANDT
24/11/2015, 07h47
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Investigações desta etapa, segundo a PF, partem de apuração de contratação de navio-sonda pela Petrobrás com 'concretos indícios de fraude no procedimento licitatório'
BSB BRASILIA DF 24/11/2015 POLITICA / PRISÃO / BUMLAI O pecuarista José Carlos Bumlai embarca no avião da polícia federal com destino à Curitiba. Bumlai foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (24), em um hotel de Brasília, na 21ª fase da Operação Lava Jato. A prisão é preventiva, que não tem data para vencer. FOTO ANDRE DUSEK/ESTADÃO
O pecuarista José Carlos Bumlai embarca no avião da Polícia Federal com destino à Curitiba. Foto: André Dusek/Estadão
Atualizada às 14h25
A Polícia Federal e a Receita deflagraram na manhã desta terça-feira, 24, a Operação Passe Livre, 21ª fase da Operação Lava Jato. As investigações desta etapa, segundo a PF, partem de apuração das circunstâncias de contratação de navio sonda pela Petrobrás com ‘concretos indícios de fraude no procedimento licitatório’. O empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, foi preso preventivamente em Brasília.
Foram conduzidos coercitivamente Cristiane Dodero Bumlai, Guilherme Bumlai e Mauricio Bumlai, nora e filhos do empresário, respectivamente, além dos administradores Natalino Bertin e Silmar Bertin, ligados ao Grupo Bertin, e o policial militar Marcos Sergio Ferreira.
O pecuarista estava na capital federal, pois prestaria depoimento à CPI do BNDES hoje. Ele estava no hotel Golden Tulip, a poucos metros do Palácio da Alvorada. Bumlai será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
O amigo de Lula foi citado por dois delatores da Lava Jato. O lobista Fernando Baiano, um dos delatores do esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014, declarou que repassou a Bumlai quase R$ 2 milhões destinados à mulher de um dos filhos de Lula.
Segundo outro delator, Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobrás, Bumlai intermediou o pagamento de uma conta do PT de R$ 60 milhões, originada na campanha à reeleição de Lula, em 2006.
Segundo a PF, 140 policiais federais e 23 auditores fiscais cumprem 25 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e 6 mandados de condução coercitiva – quando o investigado é levado para depor – nas cidades de São Paulo, Lins (SP), Piracicaba (SP), Rio de Janeiro, Campo Grande (MS), Dourados (MS) e Brasília.
“Segundo apurações, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal”, informou a PF em nota.
LAVA JATO PRENDE AMIGO DE LULA
Gabriela Bilo|Estadão
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 24, o maior pecuarista do Brasil e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai na 21ª fase da Operação Lava Jato chamada "Passe Livre", que apura suspeita de desvio de dinheiro e pagamento de propina em contratação de um navio-sonda da Petrobrás.
  • A Polícia Federal <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-deflagra-operacao-passe-livre-21a-fase-da-lava-jato/' target='_blank'>prendeu nesta terça-feira, 24, o maior pecuarista do Brasil e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai na 21ª fase da Operação Lava Jato chamada "Passe Livre"</a>, que apura suspeita de desvio de dinheiro e pagamento de propina em contratação de um navio-sonda da Petrobrás.
  • O ex-presidente Lula conheceu Bumlai em 2002, durante sua campanha para a Presidência e ambos admitem que são amigos. Tanto ele quanto Bumlai negam ter participado de acertos ilícitos. Em entrevista ao SBT neste ano o ex-presidente<a href='http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,nao-temo-ser-preso--diz-lula-em-entrevista,10000001274' target='_blank'> afirmou não temer ser preso</a>. "Eu não temo ser preso porque eu duvido que tenha alguém neste País, do pior inimigo meu ao melhor amigo meu, qualquer empresário, pequeno ou grande, que diga que um dia teve uma conversa comigo ilícita"
  • O pecuarista admitiu em entrevista ao 'Estado' ter recebido R$ 1,5 milhão do lobista Fernando Antonio Falcão Soares. Ele disse que teve dificuldades financeiras e pediu dinheiro emprestado para quitar contas de sua empresa. “Fernando me arruma um milhão e meio, nem três, nem dois, me arruma um milhão e quinhetos mil, eu te devolvo. Ele me arrumou, esta é a minha verdade.”. <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/extratos-de-amigo-de-lula-mostram-emprestimo-de-operador-de-propinas/' target='_blank'>Confira a entrevista</a>
  • Fernando Baiano, por sua vez, afirmou na delação que Bumlai pediu R$ 3 milhões para quitar uma dívida ou prestação de imóvel de uma nora do ex-presidente Lula. <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delacoes-ligam-amigo-de-lula-e-operador-do-pmdb-a-acerto-de-propina-na-petrobras/' target='_blank'>Confira a matéria</a>
  • Baiano diz que o valor repassado a Bumlai, inicialmente acordado em R$ 2 milhões, era referente a uma propina paga por um contrato que Bumlai teria intermediado para o Grupo OSX, de Eike Batista, na Petrobrás. <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delator-diz-que-lula-reuniu-se-com-bumlai-e-presidente-da-sete-brasil-por-contratos-de-navios-sonda/' target='_blank'>Entenda o caso</a>
  • Além deste episódio, Baiano também afirmou ter se reunido com Bumlai e outros executivos da estatal no Rio para acertar o repasse de US$ 5 milhões para o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró e outros dois funcionários da petrolífera pagos pelo Grupo Schahin, pelo contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000. <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delacoes-ligam-amigo-de-lula-e-operador-do-pmdb-a-acerto-de-propina-na-petrobras/' target='_blank'>Veja o depoimento</a>
  • O pecuarista negou que teria pago contas de nora do ex-presidente e que pediu o empréstimo de R$ 1,5 milhão para quitar despesas de sua empresa pois estava passando por dificuldades. “Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver.” <a href='http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/amigo-do-lula-admite-que-levou-empresario-para-falar-com-ex-presidente/' target='_blank'>Veja a entrevista na íntegra</a>
Os investigados nesta fase responderão pelos crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
A defesa do pecuarista disse que desconhece a prisão de Bumlai. O criminalista Arnaldo Malheiros Filho, advogado do amigo de Lula, disse que Bumlai está em Brasília para depor na CPI. Malheiros disse que não foi informado sobre os motivos da prisão.

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