Romário
pede a Janot para provocar MP da Suíça a investigar suposta conta. Ótimo! Mas
não tinha parecer?
Atitudes do senador comprovam todas as teses
deste blog
Romário (PSB-RJ) protocolou uma solicitação na Procuradoria Geral da República para que Rodrigo Janot provoque o Ministério Público da Suíça a abrir investigação sobre a suposta conta bancária no BSI que o suposto extrato revelado em julho por VEJA indicava ser dele.
Ao anunciar a iniciativa no Facebook, ele também escreveu:
“Vamos lá. Já provei uma vez e vou provar de novo”.
“Sou o maior interessado que a verdade venha à tona”.
“Sou o maior interessado que a verdade venha à tona”.
“A suposta fraude para me favorecer merece ser apurada e uma nova resposta deve ser dada a todos os cidadãos brasileiros, em especial aos cariocas e fluminenses que a mim confiaram o seu voto”.
Ótimo!
Mas se Romário já tivesse PROVADO uma vez, como insiste em alegar, obviamente não precisaria provar nada de novo a ninguém.
Desde o começo, ele usa o verbo “provar” como força de expressão de um pensamento desejoso (o famigerado “wishful thinking”), não em seu sentido estrito e técnico.
Seu ofício, portanto, apenas reforça o que este blog sempre apontou com rigor (aqui e aqui): que a declaração do banco de que Romário “não é o titular da conta” não era PROVA de que o suposto extrato revelado por VEJA era falso, nem de que a conta realmente nunca existiu – ainda que essas duas hipóteses possam ser confirmadas como fatos, como o senador alega.
Este blog, que jamais descartou tal possibilidade, fica até tentado a agradecer a Romário por confirmar, com suas atitudes, todas as teses aqui expostas, pelas quais fui atacado durante meses em milhares, talvez dezenas de milhares de mensagens e posts alheios, indiferentes às nuances do caso.
No entanto, prefiro perguntar: por que Romário pede investigação do MP da Suíça se afirmava já ter um parecer do próprio MP da Suíça? Relembro um print:
Por que Romário não publicou o seu suposto parecer, como havia lhe pedido uma internauta? Não estava “mais do que provado”?
Assim fica parecendo que o senador fala qualquer coisa no Facebook para iludir seu público.
Como ele dá margem à desconfiança, a iniciativa de protocolar o ofício desperta naturalmente pelo menos três hipóteses baseadas em simples especulações lógicas:
1) Romário não tem o que temer e diz a verdade sobre não ter nem ter tido a conta referente ao suposto extrato, embora tenha se contradito ao afirmar que já teve uma conta no BSI (para a qual, se for outra, ele não pede investigação);
2) Romário quer se antecipar para mostrar que não tem o que temer, mas teria conseguido garantias de que a investigação não será feita ou não encontrará nada, mesmo havendo o que encontrar.
(Seu colega Delcídio do Amaral, nunca é demais lembrar, foi flagrado prometendo ao filho de Nestor Cerveró influência com Dilma Rousseff e ministros do STF.)
3) Ou Romário fez mesmo uma “coisa de imbecil”, como disse Lula a respeito de Delcídio do Amaral, decerto referindo-se a seu amadorismo no submundo do crime.
Este blog, claro, não considera Romário um imbecil, mas, como sempre, prefere aguardar os esclarecimentos dos fatos para concluir sobre o resto.
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