Afastamento
de Romário, dinheiro de Cunha no BSI e disputa no Rio de Janeiro: o que há em
comum
Presidente do PSB tirou senador do comando
regional do partido
O presidente do PSB, Carlos
Siqueira, afastou o senador Romário (PSB-RJ) do comando regional do partido.
A gota d’água foi a denúncia do jornal O Globo de que Romário nomeou um acusado de
quatro homicídios, Wilson Musauer Júnior, para ocupar a secretaria de finanças
do PSB no Rio de Janeiro.
Mas a razão principal foi o
fato de Romário se recusar a assumir publicamente oposição a Pedro Paulo,
candidato do PMDB na disputa pela prefeitura do Rio e, como revelou VEJA,
agressor da ex-mulher.
Na gravação de Bernardo Cerveró
que resultou na prisão de Delcídio do Amaral, o senador petista diz que Romário
fez um acordo com o atual prefeito Eduardo Paes para apoiar seu candidato a
sucessor.
A compensação para Romário seria
uma ajuda do irmão de Paes, Guilherme, para limpar a barra do senador do
PSB no caso da sua suposta conta no banco suíço BSI, comprado em 2014 pelo
BTG Pactual de André Esteves, do qual Guilherme Paes é diretor.
Esteves está preso por outras questões também reveladas pela
gravação e este blog faz questão de destacar uma notinha da Folha desta
quinta-feira:
“A menção
de que o dinheiro de [Eduardo] Cunha [PMDB-RJ] circulou pelo banco suíço BSI,
controlado pelo BTG, é vista como um balde de água fria na estratégia dos
sócios de isolar a instituição do escândalo de corrupção.”
Pois é. E pensar que este blog foi
atacado durante meses por milhares de militantes por cumprir o seu dever de tão
somente desconfiar de Esteves, BSI e BTG, sem acusá-los de crime algum. Mas
vamos em frente.
Romário negou o tal acordo ao ser
criticado nas redes sociais por seus próprios eleitores avessos a Pedro Paulo,
mas a divulgação da foto da reunião citada por Delcídio, a declaração de Paes
de que “se ele não vier candidato, ele vai apoiar o Pedro Paulo”, e agora
a decisão de Siqueira indicam, no mínimo, que o “peixe” está
longe de virar oposição.
“A forma como o Romário vinha
conduzindo o partido já estava insatisfatória. Falava-se de acordos (eleitorais)
com os quais a direção nacional não estava de acordo, aí veio essa história (do
assessor) e apressou. Não queremos prejulgar, mas achei demasiadamente grave um
presidente ter colocado na direção do partido alguém com essas acusações”,
disse o presidente do PSB.
Marcelo Crivella (33,7%), Romário
(21,1%), Marcelo Freixo (9,7%), Jair Bolsonaro (8,3%) e Pedro Paulo (3,9%) são
os cinco primeiros colocados no último levantamento do Instituto
Paraná Pesquisas sobre as intenções de voto para prefeito do Rio, mas a
indecisão de Romário sobre a candidatura (seria rabo-preso?)
acelerou sua destituição e o PSB já avalia filiar o próprio senador
Crivella (PRB-RJ), sobrinho de Edir Macedo e aliado de Dilma Rousseff.
O prefeito de Petrópolis,
Rubens Bomtempo, assumiu a presidência da legenda no estado;
e, além de Romário e do acusado Wilson Musauer, saem dos cargos
Sérgio Barcelos, Rafael Takashi e João Carlos de Oliveira, todos indicados pelo
senador – que, neste momento, claro, prefere falar da CPI do
Futebol.
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