Temer versus
Renan: 'PMDB não tem dono nem coronéis', rebate vice
Vice-presidente
respondeu a afirmações do presidente do Senado, que classificou como 'um
horror' resolução da Executiva que barrou manobra do Planalto
16/12/2015 às 18:43 - Atualizado em 16/12/2015
às 18:43
O vice-presidente Michel Temer(Evaristo Sá/AFP)
O
presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, não deixou
passar em branco e rebateu rapidamente as críticas do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), que classificou nesta quarta-feira como um
"horror" e um "retrocesso democrático" a resolução aprovada
nesta manhã pela Executiva Nacional. Em uma retaliação ao Planalto, que
trabalhava para resgatar o governista Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao posto de
líder na Câmara, Temer articulou uma nova regra que determina que todas as
filiações de deputados terão de passar pelo aval do comando da sigla. O governo
tentava convencer deputados de outros partidos a migrarem ao PMDB e conseguirem
aumentar o quórum de apoio a Picciani.
Renan
disse que Temer tem, como presidente do partido, culpa neste processo que
aumentará a divisão da bancada. "É correta a afirmação de que o PMDB não
tem dono. Nem coronéis. Por isso, suas decisões são baseadas no voto. O
resultado apurado na reunião de hoje da Executiva foi de 15 votos a favor da
resolução e dois contrários, resultado revelador de ampla maioria. Decisão,
portanto, democrática e legítima", afirmou o vice-presidente, em nota.
Michel
Temer destacou que a Comissão da Executiva Nacional do partido é o órgão
colegiado com plena competência para tomar decisões que preservem o
"partido de manobras e artimanhas que quebrem artificialmente a vontade
expressa legitimamente pelas suas instâncias internas".
"Neste
momento, os disputantes da Liderança na Câmara dos Deputados buscavam filiar
deputados transitórios apenas para assinarem lista de apoio. Isto fragilizaria
o PMDB. Por isso, a decisão da Executiva de evitar tais procedimentos",
disse Temer, referindo-se à disputa entre o atual líder, Leonardo Quintão (MG),
e o destituído, Leonardo Picciani (RJ).
Assim
como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do PMDB
articulou a derrubada de Picciani do cargo. O ex-líder dos peemedebistas havia
indicado somente deputados pró-governo na comissão especial da Câmara que
discutiria o impeachment.
Contudo,
uma ação de bastidores de Cunha e Temer levou à aprovação de uma chapa avulsa
com deputados mais favoráveis ao impedimento de Dilma e também para retirar
Picciani da liderança. Na nota, Temer rebateu a ironia feita por Renan de que o
ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães (PMDB) estaria tremendo na cova pela
decisão de submeter novas filiações à cúpula do partido.
"O
deputado Ulysses Guimarães foi a maior liderança do PMDB. Qualquer jovem
peemedebista sabe que seu desaparecimento se deu em um acidente em Angra dos
Reis, em 1992. Seu corpo repousa no fundo do mar e devemos manter o respeito à
sua história e sua memória, sem evocar seu nome em discussões que em nada
enobrecem seu exemplo de retidão, honestidade e decência para todo o PMDB",
cutucou.
(Com Estadão Conteúdo)
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