Dia animado! Veja a lista de alvos da operação devastadora para cúpula do PMDB e ministros de Dilma
Entenda os vínculos de cada um com Cunha e Renan - poupado por Teori Zavascki
Por: Felipe Moura Brasil 15/12/2015 às 13:04
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A República dos Pixulecos amanheceu animada nesta terça-feira (em que a NET derrubou o sinal deste blog, atrasando em quase três horas este texto, agora publicado de outro local).
A operação Catilinárias da Polícia Federal cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em oito estados: Distrito Federal (9), São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).
O foco no PMDB da Câmara e do Senado pode antecipar a convenção que discutirá o rompimento do partido com governo, segundo Andréia Sadi, da Globo News, o que deixaria o impeachment mais próximo.
O entorno de Renan Calheiros foi devassado, inclusive a sede do PMDB de Alagoas, onde o presidente do Senado exerce influência direta. No ano passado, o seu filho, Renan Filho, foi eleito governador do estado.
O ministro do STF Teori Zavascki, porém, negou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o pedido para fazer buscas e apreensões na residência de Renan, que agora pode, calmamente, apagar mensagens do celular e tirar de casa tudo que o compromete.
Em nota, o Planalto disse esperar que fatos contra ministros do governo sejam esclarecidos – afinal, Dilma nunca sabe de nada.
Veja a lista de alvos da operação autorizada por Zavascki e os vínculos políticos de cada um:
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Buscas foram feitas na residência oficial da Câmara, casa de Cunha, onde estava sua mulher, Cláudia Cruz, e também na residência do deputado no Rio de Janeiro. Seu celular foi apreendido. Paralelamente, o Conselho de Ética decidiu manter o processo que pode resultar na cassação do mandato do peemedebista.
Edison Lobão (PMDB-MA), ex-governador do Maranhão, ex-ministro de Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff, atual senador, homem forte de José Sarney e muito ligado a Renan Calheiros. O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmou que pagou 1 milhão de reais para Lobão para que ele agisse em favor da empreiteira em obras da usina nuclear Angra 3. Segundo seu advogado, o onipresente Antonio Carlos de Almeida Castro, vulgo Kakay, Lobão está de mudança e não estava em casa no momento da apreensão.
* A mansão de Luciano Lobão, dono da empreiteira Hytec e um dos filhos de Edison Lobão, também foi alvo de buscas. Ela foi construída recentemente e usada pelo pai para reuniões políticas e de negócios. Edison Lobão Filho (PMDB-MA), outro filho do senador e irmão de Luciano, recebeu R$ 8 milhões dos Bertin por meio de contrato e notas que teriam sido forjados para justificar o repasse para o caixa 2 da campanha do peemedebista ao governo do Maranhão em 2014. Claudio Dreher, considerado importante operador do clã Lobão, também foi alvo da operação.
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo do governo de Dilma Rousseff e ex-presidente da Câmara, citado pelo ex-dirigente da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos beneficiários do esquema do petrolão. Buscas foram feitas em seu apartamento em Natal.
Celso Pansera (PMDB-RJ), deputado federal e ministro de Ciência e Tecnologia do governo Dilma, já tendo sido filiado ao PT e ao PSTU. Ganhou o cargo na última reforma ministerial negociada com o então líder do partido Leonardo Picciani, em troca da defesa da petista contra o impeachment. O doleiro Alberto Youssef acusou Pansera de ser “pau mandado” de Cunha e de tentar intimidá-lo.
Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal e alvo de quatro inquéritos, suspeito de ter sido ‘interlocutor’ usado por Renan nos contratos com a diretoria de Abastecimento da Petrobrás – reduto do PP no petrolão. A busca na Diretoria-Geral da Câmara se deu essencialmente para apreender emails de Gomes.
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador e ex-ministro da Integração Nacional, ligado ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSDB), morto em acidente de avião durante sua campanha para presidente em 2014. Paulo Roberto Costa afirmou que Coelho pediu 20 milhões de reais para a campanha, em 2010, de Campos.
Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Indicado e muito próximo a Cunha, foi demitido na semana passada por Dilma. Será que ela só se vingou ou sabia que Cleto seria alvo?
Lúcio Bolonha Funaro, delator do mensalão e doleiro que teria ligações com Eduardo Cunha. Buscas foram feitas em sua empresa.
ltair Alves Pinto, que, segundo investigações, seria emissário de propinas de Cunha.
Áureo Lídio (SD-RJ), deputado federal.
Nelson Bornier (PMDB-RJ), prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado federal da “bancada do Cunha”, junto com Solange Almeida (PMDB-RJ), Alexandre Santos, João Magalhães e Carlos William. O grupo supostamente apresentava requerimentos e proposições de interesse do presidente da Câmara para chantagear empresários. Buscas foram feitas na casa de Bornier, localizada no mesmo condomínio de luxo na Barra da Tijuca onde reside o lobista Fernando Baiano: o Atlântico Sul, apelidado pelos moradores de “Bangu 8″, por conta das visitas frequentes da PF.
Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), ex-deputado que, segundo o lobista Fernando Baiano, recebeu RS 1,5 milhão para repassar a Cunha.
Denise Santos, chefe de gabinete de Eduardo Cunha, também teve busca e apreensão na casa dela.
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras para a qual foi indicado por Renan, seu aliado. Deixou o cargo logo depois da renúncia da ex-presidente da estatal Graça Foster. O delator Paulo Roberto Costa disse que Renan ficava com parte da propina da Transpetro.
Wilson Quintela Filho, dono da Estre, gigante do setor de coleta de lixo e tratamento de resíduos sólidos que ampliou sua atuação nos últimos anos na área de petróleo. José Carlos Bumlai, amigo de Lula, tinha um cartão de visistas como representante da Estre Petróleo, sediada no escritório que o lobista Fernando Baiano usava como ‘bunker’ para o pagamento de propinas, ao lado da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Djalma Rodrigues de Souza.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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