Eleições 2018: veja quem são os candidatos à Presidência da República
Cinco partidos já definiram seus nomes para a corrida presidencial de outubro; confira também quem são pré-candidatos que devem ser confirmados pelas convenções partidárias até 5 de agosto
Igor Moraes, O Estado de S.Paulo
23 Julho 2018 | 17h29
Desde a última sexta-feira, 20, cinco partidos políticos já decidiram em convenções quais serão seus nomes na corrida pela Presidência da República nas eleições 2018: PDT, PSC, PSTU, PSOL e PSL.
As convenções partidárias são o primeiro passo para oficialização das candidaturas. De acordo com o calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições 2018, elas devem ser realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. Depois disso, as siglas têm até o dia 15 de agosto para registrarem os pedidos de candidatura no TSE. O Tribunal deve julgar todos os pedidos até o dia 17 de setembro.
Confira abaixo quais já são os candidatos à Presidência confirmados pelos partidos e quais são os pré-candidatos que ainda podem entrar na disputa presidencial:
Candidatos à Presidência definidos em convenções
Ciro Gomes (PDT)
O PDT oficializou Ciro Gomes como candidato a presidente da República na tarde de sexta-feira, 20. Em um discurso para uma plateia de militantes que não contou com a presença de líderes de outros partidos, ele rebateu críticas recebidas do mercado financeiro, falou sobre seus planos para segurança pública e afirmou que estará ao lado dos mais pobres e da classe média.
“Povo e classe média já pagaram demais. A classe média paga dobrado para viver no País e o Estado não devolve serviços de qualidade. Quem tem de pagar agora é o governo e o mundo mais rico”, afirmou.
Candidato a presidente em 1998 e 2002, esta será a terceira vez que Ciro Gomes tentará chegar ao Palácio do Planalto. Ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, ele já foi governador do Ceará, prefeito de Fortaleza, deputado federal e deputado estadual (CE). Atualmente, Ciro está em seu sétimo partido.
Paulo Rabello de Castro (PSC)
Idade:69 Formação: economista Paulo Rabello de Castro foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de junho de 2017 a março de 2018, quando deixou o cargo por causa do calendário eleitoral. Antes, ele presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde atuou entre julho de 2016 e junho de 2017. Foto: FABIO MOTTA/ESTADAO
Também na tarde de sexta-feira, 20, o PSC realizou sua convenção e oficializou Paulo Rabello de Castro como candidato à Presidência nas eleições 2018. Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele afirmou ter um plano de metas inspirado em Juscelino Kubistchek, prometeu distribuir renda para todos os brasileiros e disse que sua candidatura também terá o papel de aumentar a bancada do PSC no Congresso Nacional.
“Se sei lidar com o Congresso, digo que ele é lindo. Teremos 35 representantes do PSC, número mais do que suficiente para dar exemplo nas votações que precisamos”, discursou.
Paulo Rabello de Castro foi presidente do BNDES, de junho de 2017 a março de 2018, quando deixou o cargo em razão do calendário eleitoral. Entre julho de 2016 e junho de 2017, ele presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O candidato escolhido pelo PSC era filiado ao Partido Novo, mas deixou a sigla em outubro de 2017 para entrar na nova legenda.
Vera Lúcia (PSTU)
Na noite de sexta-feira, 20, o PSTU oficializou a candidatura da operária sapateira Vera Lúcia para a Presidência da República. A convenção, realizada na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, também definiu o professor e ativista Hertz Dias como vice da chapa. O partido também decidiu que não fará nenhuma coligação.
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe, Vera Lúcia foi candidata à Prefeitura de Aracaju em 2012. Nas eleições 2018, a sapateira quebra a hegemonia do dirigente Zé Maria – candidato a presidente nas últimas quatro eleições - como postulante do PSTU na corrida ao Planalto.
Guilherme Boulos (PSOL)
Na tarde de sábado, o PSOL oficializou Guilherme Boulos como candidato a presidente da República. Durante a convenção partidária, realizada no centro de São Paulo, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)disse estar preocupado com a participação de militares na política brasileira, prometeu revogar atos do governo Temer, como a reforma trabalhista e o teto de gastos públicos, e criticou o Judiciário.
“O que estamos vendo, como parte dos golpes contra a democracia neste País, é um Judiciário que toma lado, um Judiciário que quer decidir no tapetão o jogo do processo eleitoral”, afirmou.
Além de Guilherme Boulos, a convenção do PSOL também oficializou a líder indígena Sônia Guajajara como vice da chapa que fará coligação com o PCB.
Jair Bolsonaro (PSL)
No domingo, 21, o PSL definiu por aclamação Jair Bolsonaro como candidato a presidente da República. Ovacionado durante a convenção realizada no Rio de Janeiro, o deputado federal disse que pretende fundir os ministérios da Fazenda e do Planejamento; e da Agriculta e do Meio Ambiente. O presidenciável também falou sobre possíveis privatizações de estatais.
“Eu sou a favor de privatizar, mas não gostaria que fosse essa a tônica (do programa de governo). Senão é atestado de incompetência”, afirmou.
Quem também discursou durante o evento foi a advogada Janaína Pascoal, nome cotado para vice na chapa. "Ainda não decidi sobre o convite para integrar a chapa como vice", disse. "A possibilidade muito me honra. Mas algo tão sério precisa ser bem discutido", afirmou Janaína.
No sétimo mandato consecutivo como deputado federal e filiado ao nono partido de sua carreira, está é a primeira vez que o militar da reserva do Exército disputará a Presidência da República. No cenário sem o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro figurou na liderança da última pesquisa CNI/ Ibope para a Presidência da República.
Em abril, Bolsonaro foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República. A acusação é de que o deputado federal teria praticado o crime de racismo ao usar expressões discriminatórias durante uma palestra realizada em abril de 2017 no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.
Aldo Rebelo deixou o PSB após a filiação do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa, entrou para o Solidariedade e, logo em seguida, foi oficializado como pré-candidato à Presidência da República pelo novo partido.
Apesar de seu partido fazer parte do chamado “Centrão”, Rebelo afirmou ao Estadão/Broadcast que sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto está mantida. O ex-ministro do Esporte disse que seu partido ainda não fechou apoio ao ex-governador paulista.
Alvaro Dias (Podemos)
Ex-PSDB e Partido Verde, Alvaro Dias é o pré-candidato do Podemos para o Planalto nas eleições 2018. Senador eleito com 77% dos votos do Paraná na última eleição, ele conta com o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan entre seus conselheiros.
Cogitado como vice na chapa de Alckmin em diversas oportunidades, Dias negou estar arrependido da decisão de manter sua candidatura, conforme disseram lideranças partidárias ao site BR18.
Dias figurou na quinta posição do último levantamento de intenções de voto CNI/ Ibope. O Podemos deve confirmar sua candidatura em convenção a ser realizada no dia 4 de agosto.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Geraldo Alckmin deixou o Governo de São Paulo no início de abril para se dedicar à disputa presidencial. Na última semana, o tucano ganhou um reforço de peso para a campanha eleitoral após o acordo com o chamado “Centrão”, bloco formado DEM, PP, PR, PRB e SD. Apesar de ainda não ter sido anunciada oficialmente, a aliança é dada como certa nos bastidores.
A coligação, se confirmada, deverá garantir para Alckmin o maior tempo de propaganda (mais de quatro minutos) entre todos os presidenciáveis durante o horário eleitoral na TV e no Rádio, que começa no dia 31 de agosto.
Filho do ex-vice-presidente José Alencar, o empresário Josué Gomes (PR) foi indicado por seu partido e era cotado como vice na chapa do tucano. Após duas reuniões com o ex-governador, no entanto, Josué comunicou que não aceitaria a indicação.
A convenção para confirmar candidatura de Alckmin deverá ser realizada pelo PSDB no dia 4 de agosto.
Henrique Meirelles (MDB)
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles é o pré-candidato do MDB para a corrida presidencial. As especulações que cogitavam a possibilidade de candidatura de Michel Temer foram afastadas depois que o atual presidente anunciou em discurso que desistiu de disputar um novo mandato. Para se tornar efetivamente candidato, Meirelles ainda terá de ser aprovado pela convenção do MDB, que será realizada no dia 2 de agosto.
Recentemente, o Meirelles definiu o economista José Márcio Camargo como o coordenador econômico de sua pré-campanha.
João Amoêdo (Novo)
O empresário João Amoêdo é o pré-candidato do Partido Novo para a Presidência da República. Com passagens por Unibanco e Itaú-BBA, Amoêdo defende a imediata privatização das empresas estatais brasileiras, mas rejeita o rótulo de “candidato do mercado financeiro”.
O Partido Novo deve realizar a candidatura para oficializar Amoêdo no dia 4 de agosto.
Levy Fidelix (PRTB)
Candidato a presidente do Brasil em 2010 e 2014, Levy Fidelix deverá ser novamente o representante do PRTB na corrida presidencial das eleições 2018. No último pleito, Fidelix recebeu 446.708 votos, o equivalente a 0,46% do eleitorado brasileiro. Entre as principais propostas do pré-candidato estão a isenção de impostos para medicamentos e itens da cesta básica, a flexibilização do Estatuto do Desarmamento e a criação de “navios-presídios”.
A convenção do PRTB deverá ser realizada na sede do partido, em São Paulo, no dia 5 de agosto.
Lula (PT)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, segue apontado pelos líderes do PT como nome do partido para a disputa eleitoral. De acordo com a Lei da Ficha Limpa, o petista está inelegível e não poderá participar da corrida eleitoral de 2018. Tecnicamente, a candidatura deverá ser negada pelo TSE somente depois do registro da mesma na Justiça Eleitoral, o que precisa acontecer até 15 de agosto.
Em despacho publicado no dia 11 de julho, a juíza Carolina Moura Lebbos, da Vara de Execuções Penais de Curitiba (12ª Vara Federal), negou ao ex-presidente a participação em entrevistas e debates. A magistrada também vetou que Lula deixe a cadeia para participar presencialmente da convenção nacional do PT. Na decisão, a juíza pontuou que a situação do petista “se identifica com o status de inelegível”.
Apesar do discurso público de manutenção da candidatura, em junho setores influentes do PT defenderam a realização de pesquisas sobre os cenários no caso do ex-presidente ser impedido de disputar as eleições 2018. A intenção era identificar qual é o perfil preferido pelos eleitores, testar outros nomes e medir a capacidade de transferência de votos de Lula.
A convenção para definição de Lula como candidato do partido deve acontecer no dia 4 de agosto.
Manuela D’Ávila (PCdoB)
O PCdoB oficializou, em novembro do ano passado, a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila como a pré-candidata do partido à Presidência. Apoiador tradicional do PT, esta é a primeira vez que o partido lança um nome próprio para a disputa presidencial desde o fim do regime militar.
Apesar disso, uma eventual reedição da aliança com os petistas ainda pode acontecer. O PT acenou com a possibilidade de ter Manuela como vice. A hipótese foi bem recebida pela presidente do PCdoB, Luciana Santos, que também negocia uma eventual aliança com Ciro Gomes.
Marina Silva (Rede)
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente é nome praticamente certo entre os candidatos à Presidência. Terceira colocada em 2014, quando recebeu cerca de 20 milhões de votos, Marina Silva também ocupa a terceira posição nas pesquisas com Lula para as eleições 2018 e, sem a presença do petista, figurou em segundo lugar no último levantamento CNI/ Ibope, tecnicamente empatada com Jair Bolsonaro.
A fundadora do partido Rede Sustentabilidade é apontada como uma provável “herdeira” de parte dos votos de Lula, se a candidatura do petista não for autorizada pela Justiça Eleitoral.
A convenção da Rede para definir Marina Silva como candidata deve acontecer no dia 4 de agosto. / COLABOROU RUBENS ANATER, ESPECIAL PARA O ESTADO DE S. PAULO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário