terça-feira, 3 de novembro de 2015

Herdeiro da Mendes Junior é condenado a 19 anos de prisão

Herdeiro da Mendes Junior é condenado a 19 anos de prisão

Adi Leite/Valor
Data: 03/09/2012 Hora: 17:00 Editoria: Empresas Reporter: Marcos de Moura e Souza Local: escritório da construtora Mendes Junior Endereço Completo: Rua pedroso Alvarenga 1046 11 andar conjuntos 113 e 116 - Itaim Detalhe: Construtora Mendes Junior começa a atuar em projetos relacionados ao pre-sal. Personagem: Sergio Cunha Mendes, vice-presidente de Mercado TAGS.: Sergio Cunha Mendes, Construtora Mendes Junior, pre-sal Fotos:Adi Leite/Valor <M>***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***</M>
O ex-vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes



O juiz federal Sérgio Moro, que atua nos processos da Operação Lava Jato, condenou um dos herdeiros da Mendes Junior, Sergio Cunha Mendes, a 19 anos e 4 meses de prisão.
A empreiteira foi condenada a pagar uma multa de R$ 31,5 milhões, o mesmo valor da propina que a companhia pagou à diretoria de Abastecimento da Petrobras, ainda de acordo com o juiz.
O executivo foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Cunha Mendes foi vice-presidente da empreiteira da sua família até ser preso pela Lava Jato, em 14 novembro do ano passado, na sétima fase da operação. Ele se entregou à Polícia Federal em Curitiba em seu próprio jatinho.
Solto em 29 de abril por decisão do Supremo Tribunal Federal, Mendes estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Na sentença, o juiz determina que ele remova o acessório de monitoramento no prazo de cinco dias.
A empreiteira é acusada de pagar suborno em cinco obras da Petrobras, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e Replan, refinaria que fica em Paulínia (SP). Boa parte das acusações foram baseadas em depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que relatou o suborno após fechar um acordo de delação premiada.
Também foram condenados outros dois executivos da empreiteira: Rogério Cunha Costa, que foi diretor da área de óleo e gás da Mendes Junior, terá de cumprir 17 anos e 4 meses, enquanto o engenheiro Alberto Elíseo Vilaça Gomes, que assinou contratos com a Petrobras, pegará 10 anos de prisão.
O operador Enivaldo Quadrado, que já havia sido condenado no mensalão, foi condenado a sete anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro. Moro disse na sentença que Quadrado confessou parcialmente os crimes, mas não forneceu elementos que ajudaram à investigação, como fazem os delatores.
Costa e o doleiro Alberto Youssef também foram condenados, mas o juiz suspendeu a pena porque ambos colaboraram com a Justiça.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Mendes e ressalva que não leu a sentença, diz que, assim como o juiz transformou a prisão preventiva em regra quando ela deveria ser exceção, agora quer dar exemplo ao condenar executivos que tiveram um papel secundário nesse processo a muitos anos de prisão.
"O juiz quer tornar as condenações emblemáticas para dar exemplo, e a Justiça não foi feita para dar exemplo", afirma Kakay. 

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