Pelo
direito de denunciar Lula e Dilma
Veja o resumão
Notas e tuitadas sobre Lula e Dilma.
Lula
– Um dos procuradores da Lava Jato
disse que José Carlos Bumlai, em seu depoimento nesta segunda-feira,
seria “confrontado com materiais da busca e apreensão. Uma parte desses
materiais contradiz algumas declarações dele”.
– Deltan
Dallagnol disse que “existem, sim, provas” de que dinheiro dos
empréstimos do Grupo Schain a Bumlai era destinado ao PT.
– Deltan: “Bumlai tomou empréstimo
em 2004 do banco Schahin em benefício do Partido dos Trabalhadores. Ele era uma
espécie de operador do Partido dos Trabalhadores.”
Só para lembrar: o PT é Lula.
Lula é o PT.
– “O PT e Bumlai tinham uma dívida
com a Schahin e o pagamento dessa dívida se daria com a concessão de um
contrato [da Petrobras] que favoreceria o grupo Schahin”, disse o
procurador.
– Ministério Público Federal
indiciou o amigão do Lula chamando-o de “operador do PT” e Lula quer que você
acredite que ele não sabia de nada. Aham.
– Sobre o uso do dinheiro
sujo na campanha de Lula de 2006, Deltan deixou em aberto: “A gente
vai se manifestar em relação a isso quando a investigação estiver mais madura.”
Não vemos a hora, Deltan.
– Estadão: “Ricardo Pessoa, dono
da UTC Engenharia, afirmou que as empreiteiras Queiroz Galvão, IESA e Camargo
Corrêa aceitaram pagar, junto com a sua empresa, R$ 2,4 milhões de caixa 2 para
a campanha à reeleição de Lula”.
Nenhum presidente petista
parece ter sido eleito sem dinheiro roubado.
– VEJA 1: “E-mails
revelam como [Marcelo] Odebrecht planejava usar a influência de Lula para obter
contratos na América do Sul. Nas mensagens, os executivos demonstram ter plena
influência sobre as ações do petista nos encontros com outros chefes de Estado.
Eles chegam a sugerir o que Lula deveria fazer ou dizer aos presidentes.”
Exemplos:
– “Pela dimensão e importância dos
projetos atualmente em execução e em estudo pela Odebrecht na Argentina,
havendo oportunidade, seria importante que o presidente Lula pudesse reforçar,
junto à presidente Cristina, a confiança que tem na Odebrecht”.
– “Sugere-se ao presidente Lula
comentar com o presidente Evo Morales sua satisfação em relação a boa evolução
do projeto”.
A defesa de Marcelo, segundo a
coluna Radar, espera que sua saída da presidência da Odebrecht o ajude a
ser solto pelo STJ, porque, com isso, ele não poderia atrapalhar as
investigações (risos). Este blog sugere que os demais ministros do tribunal não
caiam no papo da defesa nem do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.
– VEJA 2: “Preso pela
Operação Lava Jato em junho, o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar
atuava em parceria com o ex-presidente Lula para tentar desmoralizar a
cobertura da imprensa sobre o petrolão e as investigações do Ministério Público
Federal sobre as relações do petista com a empreiteira.”
Perícia
realizada pela Polícia Federal no iPhone de Alexandrino revela que um dos
assessores de Lula, José Chrispiniano, era o responsável por informar o
ex-diretor da empreiteira sobre cada passo dado pelo Instituto Lula ao divulgar
notas oficiais e versões favoráveis ao ex-presidente e à empreiteira.
Entre janeiro
e junho desse ano, Chrispiniano e Alexandrino Alencar trocaram 58 telefonemas.
O ex-diretor da Odebrecht também telefonou 16 vezes para o Instituto Lula. No
auge das revelações das relações comerciais de Lula com a Odebrecht, em abril,
o assessor de Lula e Alexandrino se encontraram em São Paulo. Alexandrino
chegava a dar a palavra final sobre alguns dos textos que o instituto iria
divulgar à imprensa.”
– Lula será ouvido na quinta-feira
pela Polícia Federal não sobre os arranjos com a Odebrecht, mas sobre as
compras de MPs durante seu governo. Já combinou a versão do depoimento com o
filho caçula? Será que Luís Cláudio já lhe telefonou 16 vezes também?
– A propósito: Luís Claudio e
Fabio Lula da Silva tinham escritório na mesma sala usada por Bumlai em São
Paulo, onde estava registrada a Usina São Fernando. As operações Zelotes e
Lava Jato se encontram na família Lula.
Dilma
– Federação e Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) decidiram apoiar o processo
de impeachment contra Dilma Rousseff, a mulher sapiens que
esfacelou o setor produtivo.
O levantamento do Depecon ouviu 1.113 empresas no Estado de
São Paulo:
* Entre os entrevistados, 91%
se disseram pessoalmente favoráveis ao processo de impeachment.
* Entre as empresas, 85,4%
são favoráveis.
Sejam bem-vindos, empresários e
industriais paulistas.
– Enquanto isso, petistas mostram
seu desprezo à Constituição ao chamar de “golpe” o impeachment previsto em lei
e com precedente no Brasil.
– Datafolha: 63% querem
impeachment e 68% não veem melhora de vida após 13 anos de PT. Mas portais
destacam “queda de adesão” em ato chamado “Esquenta”.
– Você faz “Esquenta” porque sabe
que em fim de ano não terá adesão igual a de outros atos. Imprensa ignora
os fatos e desqualifica movimento.
– Esquerda nunca se incomodou em
se fazer de analfabeta para desqualificar adversários. Ignorar sentido de
“Esquenta” é mais nova prova disso.
– O escárnio venceu o cinismo, mas
o cinismo continua correndo atrás.
– Dilma tem apoio dos adversários
do Brasil: Fidel Castro, Nicolás Maduro, Evo Morales, Diego Maradona.
– Ministros do STF
indicaram à Época que vão rejeitar a ideia do governo e de Renan
Calheiros sobre Dilma ser afastada apenas depois do julgamento do
impeachment no Senado: “a Constituição é clara nesse ponto: se a Câmara
aceitar o pedido, o afastamento é automático”. Continuem assim, ministros.
– A maior esperança do governo é
que o plenário do STF não apenas anule a votação secreta para a comissão do
impeachment, como endossou Rodrigo Janot, mas também barre a possibilidade
de candidaturas avulsas, o que impediria uma chapa de dissidentes. Se STF
só anular, o governo teme perder de novo, em votação aberta, e sofrer uma
dupla humilhação.
– O editorial de sábado do
Estadão, “A gravidade das pedaladas“,
é uma ótima versão em 9 parágrafos deste meu tuíte de 2 frases, publicado
três dias antes:
Trecho do editorial:
Mais uma vez a presidente Dilma usava a retórica do conflito –
“nós” contra “eles” – para desviar a atenção do que realmente está em jogo. Não
está em julgamento uma opção política, e muito menos uma simples questão
contábil – “a forma pela qual contabilizamos o gasto”. O que está em juízo é se
Dilma cumpriu ou não a lei. Mas isso a presidente tem dificuldade de entender.
Em Roraima, chegou a dizer que “não há nenhum delito, nenhum crime apontado
contra nós”.
– Já o editorial desta
segunda do Estadão, “O vale-tudo de Dilma“,
é uma boa versão do meu artigo sobre os juristas de
Dilma Rousseff, publicado sete dias antes.
Trecho do editorial:
Ficou claro, no evento convocado por Dilma, que as afinidades
partidárias e ideológicas com o governo e com o PT são capazes de turvar o
entendimento mesmo de pessoas cujo currículo sugere alguma expertise. Por essa
razão, a defesa de Dilma pretendeu se transformar, nos pronunciamentos desses
jurisperitos, numa defesa da democracia – como se uma eventual condenação da
presidente fosse, em si, um atentado às instituições, sem previsão
constitucional. E não é. (…)
A intenção é apenas criar confusão. “Se o impeachment for aprovado,
o País terá uma ferida que naturalizará o vale-tudo na política institucional”,
discursou a presidente – a mesma que ganhou a última eleição à base de mentiras
escabrosas, que tomou decisões administrativas temerárias e cujo partido
aparelhou o Estado e protagoniza inédito escândalo de corrupção. O que o País
está tentando fazer, pela via institucional e em total consonância com a
Constituição, é justamente dar um fim nesse vale-tudo.
– Aproveitando a sequência, o
editorial do Estadão de 25 de outubro, “O direito de resposta”
(que comentei aqui, aqui e aqui), também foi uma
ótima versão deste meu tuíte de cinco antes, logo após a aprovação do referido
projeto de lei na Câmara:
Semanas depois, o juiz Sérgio Moro
também chamou de “censura” o projeto de lei.
Nesta segunda (14),
a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) ingressou no STF com ação de
inconstitucionalidade (ADI 5.436) na qual questiona cinco dos 12 artigos da Lei
13.188/2015, que “dispõe sobre o direito de resposta ou retificação do ofendido
em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículos de comunicação
social”.
Este, sim, é o momento em que o
STF precisa atuar: quando uma lei aprovada no Congresso é
inconstitucional, não quando procedimentos internos do Poder Legislativo são
seguidos de acordo com o regimento da Câmara dos Deputados.
– A propósito: é questão de
honra ministro que foi cabo eleitoral de presidente declarar-se impedido de
julgar seu impeachment. Mas honra está em falta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário