SÃO PAULO - O empresário Marcelo Odebrecht assinou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e já começou a prestar depoimentos aos investigadores da Operação Lava-Jato desde a semana passada. A informação foi confirmada ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, por fontes a par das negociações.
O pai de Marcelo Odebrecht, Emilio Odebrecht, também prestará depoimentos na condição de colaborador da Lava-Jato, conforme apurou a reportagem.
Com a delação premiada, a Odebrecht poderá buscar um acordo de leniência com o MPF. Ao se tornar leniente, a empresa não será declarada inidônea, podendo voltar a contratar com o poder público. O resultado é que o grupo Odebrecht terá maior facilidade para buscar linhas de crédito com os bancos.
A defesa de Marcelo e o MPF chegaram a um entendimento sobre a colaboração premiada na quarta-feira, dia 25. Foram apresentados dezenas de anexos com temas sobre os quais o empresário tem informações relevantes a prestar.
Com o acordo, Marcelo entregará todas as informações que dispõe sobre o caixa da empresa e contribuições feitas às campanhas eleitorais majoritárias. O empresário também vai detalhar os pedidos de contribuição feitos por políticos a ele e ao Grupo Odebrecht. Todos os partidos investigados no esquema de corrupção da Petrobras (PT, PMDB, PP e PSDB) estarão no contexto das informações prestadas pelo novo delator.
Marcelo Odebrecht está preso preventivamente há mais de um ano, desde 19 de maio de 2015, em Curitiba, e já cumpre execução provisória de pena de 19 anos imposta pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato na primeira instância. Os depoimentos à força-tarefa deverão ser prestados na sede paranaense da Polícia Federal.
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