Discutir medidas faz parte da democracia, diz Meirelles
ÁLVARO CAMPOS E RICARDO LEOPOLDO - O ESTADO DE S.PAULO
30 Maio 2016 | 11h 16 - Atualizado: 30 Maio 2016 | 11h 44
Ministro da Fazenda comentou reportagem do 'Estado' publicada nesta segunda-feira, que mostra que congressistas condicionam o apoio às medidas a mudanças nos textos
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SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira, 30, que as propostas de mudança na Previdência ainda estão em discussão e que é natural que os parlamentares sugiram alterações no conteúdo previsto em uma primeira avaliação. Ao comentar matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, na qual congressistas condicionam o apoio às medidas a mudanças nos textos, Meirelles afirmou que isso faz parte da democracia.
"Agora nós entramos em um processo de conversa, de discussão, como deve ser em uma democracia. Isso é absolutamente legítimo e desejável. As medidas têm de ser amadurecidas e tomadas da forma adequada", comentou o ministro, que participou hoje de encontro promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil. "Há manchete de jornal apontando que líderes partidários querem negociar medidas. Seria surpreendente se fosse diferente", complementou.
Meirelles voltou a defender que o mais importante é garantir que todos tenham segurança de que vão receber suas aposentadorias no devido tempo. Isso significa garantir a solvência da Previdência Social a longo prazo. "Muita gente me pergunta se é possível conversar sobre esse assunto com os congressistas, e é sim. Todos concordam que a vida média de um brasileiro, há algumas décadas, era muito menor do que é hoje. Tenho me encontrado com congressistas que dizem que temos razão, contam casos de pessoas que têm mais tempo de aposentado do que de trabalho", contou.
Segundo ele, o governo ainda não anunciou nada nessa área justamente porque as medidas ainda estão em discussão, tanto que foi criado para isso um grupo de trabalho, que conta com a participação de diversos setores da sociedade, inclusive as centrais sindicais. "Isso vai ser discutido com a sociedade de forma realista, transparente, com calma e tranquilidade. Caso se decida que não podemos mexer na Previdência, será uma decisão da sociedade. Nós estamos levando informações e fazendo propostas", afirmou.
O ministro disse que o governo só apresentou, por enquanto, as primeiras medidas, e que ainda existe uma série ampla de projetos a serem implementados. "Nós continuaremos trabalhando intensamente nos próximos meses e, dependendo da evolução política, nos anos seguintes. Estamos preparando medidas que vão sendo tomadas gradualmente, mas começando pelo fundamento, propondo uma evolução das despesas públicas que seja sustentável para o País".
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