Dilma lançará site comparando iniciativas de seu governo com as anunciadas até agora por Temer
No ar, queridos Concentrada no Alvorada desde seu afastamento, Dilma Rousseff trabalha no lançamento de um site para comparar as iniciativas de seu governo com as de Michel Temer. Seus auxiliares têm se dedicado nos últimos dias à seleção de entrevistas, discursos e levantamentos de dados estatísticos sobre programas nacionais. A petista quer pegar carona no esperado desgaste do presidente interino após o anúncio de cortes em programas sociais e em reformas que reduzirão direitos.
Rolé em família Dilma fará pequenas viagens pelo país para encontrar militantes de esquerda.
Rua O PT prevê maior adesão aos atos contra Temer. Trabalhadores de fábrica, que não estavam se mobilizando, prometeram se juntar às tropas. Já se fala em migrar da “luta democrática” para a “luta por direitos”, discurso mais amplo que o do golpe.
Big Brother Dilma pede, desde a semana passada, que o Gabinete de Segurança Institucional retire a barreira que controla a entrada de pessoas no Alvorada. Auxiliares reclamam que as visitas são monitoradas.
Plano B A barreira foi instalada antes do Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. Como o acesso principal aos dois palácios se dá pela mesma via, a equipe da presidente afastada pediu a liberação de um caminho auxiliar. Não foi atendida.
Efeito cassete A profícua “audioteca” de Sérgio Machado fez reaparecer em Brasília cenários que não incluem nem Dilma nem Temer como presidentes da República.
Nada ficou no lugar São eles: cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral, novas eleições e instituição de regime semipresidencialista — presidente é eleito pelo voto direto, mas quem chefia é um primeiro-ministro.
Fauna De um político que já passou por muitos governos na capital do país: “Há três animais com casca grossa por aqui: jabuti, tatu e Renan Calheiros. A ver se este último já gastou toda sua carcaça”.
Esqueça Se depender de certidão negativa para voltar ao Planejamento, Romero Jucá pode esperar sentado. Quem acompanha o caso diz que o senador sairá no lucro se não obtiver resposta do Ministério Público. Caso haja, receberá um sonoro não.
Tantas emoções Para quem está animado — ou sobressaltado — com a delação de Sérgio Machado, um integrante da Lava Jato informa: a delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, também está “recheada de bons documentos”.
Remoto controle Um experiente integrante da Esplanada brinca: “Eduardo Cunha transformou a Câmara dos Deputados num drone. Antes, operava do gabinete. Agora, opera tudo de casa”.
Nada auspicioso Apesar da influência do peemedebista sobre o chamado “centrão”, um líder partidário nota que os ventos estão mudando para Eduardo Cunha. Se não conseguir barrar seu processo no Conselho de Ética, correrá perigo no plenário.
Controle de danos Alas do PRB vão pressionar Celso Russomanno, líder de intenção de votos na capital paulista, a se retirar da corrida eleitoral. Temem um desgaste político maior caso o STF mantenha sua condenação por peculato no julgamento que deve ocorrer em breve.
Sem grampo? O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) diz que a última reunião entre Michel Temer e Sérgio Machado ocorreu em 2014, quando o aliado pediu — e obteve — apoio para ser reconduzido ao comando da Transpetro.
Tremi Ao procurar o Ministério Público, Machado relatou medo de ser preso. Ele reclamou que, em dezembro, quando sua casa foi alvo de busca e apreensão, acordou com a chegada dos agentes, que quebraram uma janela.
TIROTEIO
A continuar nessa toada, o prefeito Fernando Haddad vai acabar sendo convidado a trabalhar no SBT.
DE JOÃO DORIA, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, sobre a “pegadinha” pregada pelo petista, que divulgou uma agenda de trabalho falsa.
CONTRAPONTO
Aqui é Câmara, mano
O clima estava tenso na sessão do Congresso Nacional que votava a alteração da meta fiscal. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) subiu à tribuna para discursar e começou a ser provocado pelos deputados que compõem a base do governo Michel Temer.
Constrangido, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro de Dilma Rousseff, foi à bancada do PMDB interceder pelo petista. Pediu respeito aos colegas.
Um peemedebista mais exaltado então respondeu:
–Ele quer silêncio absoluto. Acha que está no Senado? Lá é um baile de debutante. Aqui é baile funk.
Silva desistiu da discussão.
Constrangido, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro de Dilma Rousseff, foi à bancada do PMDB interceder pelo petista. Pediu respeito aos colegas.
Um peemedebista mais exaltado então respondeu:
–Ele quer silêncio absoluto. Acha que está no Senado? Lá é um baile de debutante. Aqui é baile funk.
Silva desistiu da discussão.
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