terça-feira, 24 de maio de 2016

Tão importante quanto a Lava Jato

Tão importante quanto a Lava Jato


Com as medidas anunciadas hoje, o impeachment já se pagou.
Se Michel Temer, além disso, conseguir aprovar a PEC que estabelece o teto da despesa pública, ele entrará para a história.
Será um avanço tão importante quanto a Lava Jato.

Temer é revolucionário

O que Michel Temer e Henrique Meirelles propuseram é muito mais do que um simples arrocho fiscal.
Eles indicaram o caminho de uma verdadeira revolução nas contas públicas.
Gustavo Patu, da Folha de S. Paulo, explicou do que se trata:
"Pelo que foi anunciado nesta terça-feira, pretende-se que o crescimento anual da despesa do governo seja limitado à inflação do ano anterior. Em outras palavras, a despesa total ficará congelada em termos reais.
Para uma ideia do impacto da medida, o Orçamento da União seria pouco mais de metade do que é hoje se ela estivesse em vigor nos últimos dez anos.
De 2006 a 2015, o gasto não financeiro do governo (com pessoal, custeio, programas sociais e investimentos) cresceu 93% acima da inflação e atingiu R$ 1,16 trilhão - com a regra defendida por Temer, o montante não passaria de R$ 600,7 bilhões".

Perguntas de 100 bilhōes de reais

Maria Silvia Bastos Marques encontrou 100 bilhōes de reais no BNDES que poderão ser repassados ao Tesouro.
Os contabilistas criativos do PT não viram essa montanha de dinheiro?
Ou essa montanha de dinheiro estava reservada aos empresários amigos do partido?

Newton Rosa: "Ainda estou muito cético"

De Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, a O Antagonista:
"As medidas são muito positivas e levam a nossa economia para uma direção correta. É isto mesmo: teremos que tomar medidas duras para conter os gastos do governo. A decisão de não mexer na carga tributária, principalmente, é perfeita. Não dá para, com dois anos de recessão profunda, aumentar carga tributária."
"São muitas boas intenções. Mas, vejam bem, tudo isso vai implicar alterações constitucionais, que demandam uma autorização qualificada no Congresso. Até que ponto este governo interino terá legitimidade suficiente para impor as reformas que todos nós sabemos que o Brasil precisa? Não sei se temos consenso político para concretizar essas mudanças."
"Gosto muito das medidas, mas, em resumo, ainda estou muito cético. Será preciso um esforço muito grande para mudar, porque o quadro de instabilidade vai permanecer. O mercado está com o pé atrás. A Lava Jato ainda está aí pairando sobre nós."

Demetrius Lucindo: "Temer precisa se livrar dessa turma da Lava Jato"

Do economista Demetrius Borel Lucindo a O Antagonista:
"São medidas excelentes, claro, que até nos surpreenderam positivamente. Mas ainda teremos tempos muito duros na economia. São medidas extremamente recessivas no curto prazo, que podem trazer mais recessão e mais desemprego. Ou seja, antes de a situação melhorar, ela ainda vai piorar mais."
"A ideia de definir teto para o gasto público é a melhor, sem dúvida. As outras, como a reforma da previdência, são mais complicadas. Até porque o Michel Temer parece não ter força nem legitimidade para aprovar medidas muito polêmicas neste momento. O mercado ainda está com o pé atrás, sobretudo após o episódio envolvendo Romero Jucá."
"O certo é que a visão dos investidores estrangeiros, do mercado internacional como um todo, em relação ao Brasil ainda é muito ruim. Ainda não há clima para retomar os investimentos. Ou o Michel Temer se livra dessa turma toda da Lava Jato de maneira contundente ou vai ficar difícil resgatar a credibilidade por parte dos investidores."

Alcides Leite: "Temos que olhar para frente"

Do economista Alcides Leite, especialista em políticas públicas, a O Antagonista:
"De todas as medidas, a mais importante é, de fato, fixar um teto para o gasto público. Essa decisão já contém em si todas as demais necessárias para, finalmente, começarmos a ajustar as contas públicas."
"A disposição em acelerar as concessões, a venda de ativos, as mudanças no pré-sal: todo esse conjunto de intenções pode resolver o problema e jogar o Brasil para frente, recriando um ambiente favorável para a atração do capital e a consequente retomada da nossa economia."
"Há um consenso por parte da sociedade e do setor produtivo de que temos, agora, de olhar para frente e ultrapassar esse período difícil que enfrentamos. Ainda que persistam algumas turbulências políticas, acredito que elas terão menos importância do que já tiveram em um passado tão recente, no governo anterior."

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