Defesa de Lula pede afastamento de procurador da Lava Jato
ISADORA PERON - O ESTADO DE S.PAULO
27 Abril 2016 | 21h 14 - Atualizado: 27 Abril 2016 | 21h 15
Argumento é que Carlos Fernando dos Santos Lima teria um 'anseio pessoal em envolver indevidamente o ex-presidente' nas investigações, além de 'ter afrontando o princípio da presunção da inocência e sigilo de Justiça'
BRASÍLIA - Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram, nesta quarta-feira, 27, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), um pedido para que um dos principais integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, seja afastado das investigações que envolvem o petista.
A defesa alega que o procurador tem dado “declarações de pré-julgamento” e expressando “juízos de valor” sobre Lula na imprensa sem “nenhum fato concreto, julgamento justo ou mesmo apuração concluída”. Os advogados também acusam Carlos Fernando de “ter afrontando o princípio da presunção da inocência e sigilo de Justiça, e por ter revelado um anseio pessoal em envolver indevidamente o ex-presidente na Lava Jato”.
Os advogados pedem também que o Conselho atue para que o procurador não dê mais declarações sobre as investigações que envolvem o ex-presidente e seus familiares. A petição lembrou que o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em mensagem enviada no mês passado aos membros do Ministério Público, pediu para que os procuradores evitassem radicalização e partidarização de investigações criminais.
No fim de semana, em entrevista à revista Época, Carlos Fernando afirmou que há uma linha de investigação que aponta Lula como o chefe do esquema de desvios da Petrobrás. Nesta quarta, ele deu declarações semelhantes à Rádio Jovem Pan.
Atualmente, as investigações sobre o ex-presidente estão sob os cuidados do Supremo Tribunal Federal e não da força-tarefa responsável pela Lava Jato.
O relator do caso no CNMP, responsável por tratar de questões administrativas relacionadas a procuradores do Ministério Público, será o conselheiro Leonardo Henrique de Cavalcante Carvalho.
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