Para tranquilizar partidos aliados, o vice-presidente Michel Temer já emitiu sinais de que, caso ele assuma o governo, vai honrar todos os compromissos fechados com as bancadas que votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Ele sinaliza que honrará os compromissos com o PP, PRB, PTB, PSD e até mesmo com um setor do PR.

Por causa desses compromissos assumidos com partidos que integravam a base de sustentação de Dilma, Temer não vai conseguir reduzir o número de ministérios para menos de 20 pastas, como chegou a ser cogitado no início.

A expectativa é que a configuração do primeiro escalão de um eventual governo Temer fique em cerca de 25 ministérios.

Nesses tratativas, o PP deve crescer de tamanho e ganhar o Ministério da Saúde e também o comando da Caixa Econômica Federal. O PP tinha no governo Dilma o Ministério da Integração Nacional.

O setor do PR que apoiou o impeachment quer manter o Ministério dos Transportes. Ainda não há uma posição fechada com relação ao PSD, mas o grupo mais próximo ao ex-ministro Gilberto Kassab deseja que ele volte ao Ministério das Cidades.

O PRB reivindica o Ministério da Agricultura, mas a bancada ruralista prefere que seja um nome ligado ao setor agropecuário.

Interlocutores do vice-presidente admitem que essa será uma equação difícil de ser fechada e que o ideal seria uma troca de partidos em relação às pastas ocupadas no governo Dilma.