Divisão de espaços de eventual governo Temer tem como prioridade PMDB e o 'centrão'
ERICH DECAT - O ESTADO DE S. PAULO
28 Abril 2016 | 10h 50 - Atualizado: 28 Abril 2016 | 11h 15
PP, PR e PSD articulam espaço na Esplanada caso o peemedebista assuma o Planalto; Vice quer reduzir até 6 ministérios
BRASÍLIA - Com o mapa da Esplanada dos Ministérios nas mãos, o vice-presidente Michel Temer tem trabalhado para montar a sua equipe caso assuma a Presidência, após a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Nas conversas recentes com dirigentes das legendas que dariam apoio a um novo governo, Temer tem dito que pretende manter até 25 ministérios dos atuais 31 do governo Dilma.
RELACIONADAS
Em relação ao PMDB, partido presidido pelo vice, entre as possibilidades estudadas está a do atual presidente em exercício da legenda, senador Romero Jucá (RR), assumir o Ministério do Planejamento. Também na lista de integrantes do grupo de Temer está o nome de Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. O primeiro deve assumir o comando da Casa Civil, que acumularia o papel de antiga Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelas negociações com o Congresso.
Padilha já assumiu papel semelhante durante o período em que Temer foi convidado por Dilma para assumir a articulação política com os congressistas, em meados de 2015. Na ocasião, cabia ao peemedebista a tarefa de tabular e negociar a distribuição dos cargos federais com integrantes da base aliada.
Em relação a Geddel Vieira Lima, a previsão é de que ele também ocupe um sala no Palácio do Planalto, assumindo a Secretaria-Geral do governo. O posto atualmente é ocupado pelo ministro Ricardo Berzoini. Segundo o Estado apurou, o nome do ex-ministro Nelson Jobim também tem sido colocado em discussão para assumir o Ministério da Defesa, posto que ele ocupou entre 2007 e 2011.
Também não está descartada a possibilidade de o ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB-AM) voltar a ter uma cadeira na Esplanada. Braga, que deixou o governo na última quarta-feira, é cotado para assumir o Ministério das Cidades, que vinha sendo ocupado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que também desembarcou do governo.
Fusão. Em contrapartida, o PSD, que integra o chamado "centrão" - composto também por PP e PR -, poderá ficar com o Ministério da Agricultura. Entre os nomes com perfil para assumir o posto lembrados por lideranças do PSD está o do deputado Marcos Montes (MG), presidente eleito da Frente Parlamentar da Agropecuária. Na votação do impeachment realizada na Câmara no último dia 17, a bancada do agronegócio fechou questão a favor do afastamento da presidente.
Em relação aos outros partidos do "centrão", a possibilidade é de o PP permanecer com o Ministério da Integração. Nas negociações, eles têm pedido, no entanto, a ampliação dos espaços e também reivindicam o Ministério da Saúde e o comando da Caixa Econômica Federal.
Em relação ao PR, a demanda é pelo comando do futuro Ministério de Infraestrutura, que surgiria da fusão dos ministérios de Transportes e Portos. Entre os nomes cotados para assumir o posto está o do ex-líder do PR na Câmara Maurício Quintella (AL). Contrariando a orientação da direção do PR, ele deixou a liderança da bancada para votar a favor do impeachment.
Nenhum comentário:
Postar um comentário