Ministro da Justiça diz que vai adiantar recursos da PF para evitar 'chantagens políticas'
ISADORA PERON - O ESTADO DE S.PAULO
26 Abril 2016 | 22h 16 - Atualizado: 26 Abril 2016 | 22h 16
Aliados de Dilma têm difundido a ideia de que Temer irá escalar um nome para pasta que consiga colocar freio a investigações, especialmente à Lava Jato, que investiga nomes importantes do PMDB
BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou nesta terça-feira, 26, que vai adiantar todos os recursos previstos para a Polícia Federal nesta no para que a instituição não fique “a mercê de eventuais chantagens políticas” caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado no Senado.
“Nós estamos garantindo que todos os recursos da Polícia Federal para até o final do ano lhe sejam já repassados antes do dia 11 de maio. E o que significa isso? Que a Polícia Federal não ficará a mercê de eventuais chantagens políticas”, disse.
O valor total que a PF deve receber, segundo a previsão da lei orçamentária deste ano, é de R$ 160 milhões. A votação do impeachment no plenário no Senado está previsto para acontecer justamente no dia 11.
A declaração do ministro foi uma resposta ao questionamento sobre se a aprovação do afastamento de Dilma e a consequente chegada do vice Michel Temer à Presidência ameaçaria o avanço das investigações da PF, como a Operação Lava Jato, a Zelotes e Acrônimo. “A PF simplesmente fará o que tiver que fazer porque nós daremos todos os meios para isso. Nós podemos dizer que a Polícia Federal não precisará da classe política para trabalhar”, afirmou.
Aliados de Dilma têm difundido a ideia de que Temer irá escalar um ministro da Justiça que consiga colocar um freio nessas apurações, especialmente a Lava Jato, onde nomes importantes do PMDB estão sendo investigados. Apesar das declarações, Aragão não citou o nome de Temer.
“Nós estamos cuidando para que não aconteça isso. Ao governo da presidente Dilma interessa, sobretudo, que a Justiça seja feita e o s malfeitos sejam devidamente punidos. Tanto que nós, em momento nenhum interferimos, nas investigações, muito pelo contrário”, disse.
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