Catta Preta no Jornal Nacional serve para demonização de Eduardo Cunha. Mas isso interessa ao PT?
Beatriz Catta Preta, ex-advogada de delatores da Operação Lava Jato, disse no Jornal Nacional que se sentiu ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela não citou nomes, mas afirmou que a intimidação vem dos que votaram a favor de sua convocação (para descobrir quanto ganhou dos clientes e de onde veio o dinheiro).
Reproduzo a entrevista e comento em seguida.
Jornal Nacional: Muito que se fala que a senhora deixou os clientes e fugiu do Brasil. Tirou os filhos da escola, saiu de São Paulo, e se mudou pra Miami. A senhora está morando em Miami?
Beatriz Catta Preta: De forma alguma, eu saí de férias. Aliás, eu costumo sair de férias e viajar pra lá, sempre que os meus filhos estão em período de férias escolares. Nunca cogitei sair do país, ou fugir do país como está sendo dito na imprensa. / Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório.
Jornal Nacional: É medo?
Beatriz Catta Preta: Sim.
Jornal Nacional: A senhora recebeu ameaças de morte pra tomar essa decisão?
Beatriz Catta Preta: Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas.
Jornal Nacional: Foi a partir dessa nova revelação do Julio Camargo [sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ter pedido 5 milhões] que a senhora sentiu que o foco de retaliação se voltou pra senhora?
Beatriz Catta Preta: Sim. Vamos dizer que, aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e a minha família.
Jornal Nacional: O Julio Camargo, nos seus primeiros depoimentos, não falava de Eduardo Cunha, que tinha pago propina pro presidente da Câmara, que tinha dado 5 milhões, não dava revelações claras e informações tão precisas como ele deu agora recentemente. Por que que isso não foi feito antes?
Beatriz Catta Preta: Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara.
Jornal Nacional: E por que ele muda de ideia? O que o faz mudar de ideia?
Beatriz Catta Preta: A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República. / Todos os depoimentos prestados sempre vieram respaldados. Com informações, dados, documentos, provas definitivas. Nunca houve só o dizer por dizer.
Jornal Nacional: A senhora se sente realmente perseguida?
Beatriz Catta Preta: Sem dúvida nenhuma.
Jornal Nacional: E a senhora se sente intimidada?
Beatriz Catta Preta: Sim, com certeza.
Jornal Nacional: A senhora consegue identificar de onde vem essa intimidação que a senhora enxerga tão claramente hoje?
Beatriz Catta Preta: Vem dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação.
Jornal Nacional: Inclusive do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?
Beatriz Catta Preta: Não posso afirmar, eu não vi nenhum depoimento dele a respeito desse assunto.
Jornal Nacional: Deputados comentam e até alguns advogados ligados à Lava Jato falam em off, nos bastidores, que a senhora já ganhou mais de R$ 20 milhões com as delações da Lava Jato. Essa cifra procede?
Beatriz Catta Preta: Esse número é absurdo. Não chega perto da metade disso.
Beatriz Catta Preta: De forma alguma, eu saí de férias. Aliás, eu costumo sair de férias e viajar pra lá, sempre que os meus filhos estão em período de férias escolares. Nunca cogitei sair do país, ou fugir do país como está sendo dito na imprensa. / Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório.
Jornal Nacional: É medo?
Beatriz Catta Preta: Sim.
Jornal Nacional: A senhora recebeu ameaças de morte pra tomar essa decisão?
Beatriz Catta Preta: Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas.
Jornal Nacional: Foi a partir dessa nova revelação do Julio Camargo [sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ter pedido 5 milhões] que a senhora sentiu que o foco de retaliação se voltou pra senhora?
Beatriz Catta Preta: Sim. Vamos dizer que, aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e a minha família.
Jornal Nacional: O Julio Camargo, nos seus primeiros depoimentos, não falava de Eduardo Cunha, que tinha pago propina pro presidente da Câmara, que tinha dado 5 milhões, não dava revelações claras e informações tão precisas como ele deu agora recentemente. Por que que isso não foi feito antes?
Beatriz Catta Preta: Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara.
Jornal Nacional: E por que ele muda de ideia? O que o faz mudar de ideia?
Beatriz Catta Preta: A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República. / Todos os depoimentos prestados sempre vieram respaldados. Com informações, dados, documentos, provas definitivas. Nunca houve só o dizer por dizer.
Jornal Nacional: A senhora se sente realmente perseguida?
Beatriz Catta Preta: Sem dúvida nenhuma.
Jornal Nacional: E a senhora se sente intimidada?
Beatriz Catta Preta: Sim, com certeza.
Jornal Nacional: A senhora consegue identificar de onde vem essa intimidação que a senhora enxerga tão claramente hoje?
Beatriz Catta Preta: Vem dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação.
Jornal Nacional: Inclusive do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?
Beatriz Catta Preta: Não posso afirmar, eu não vi nenhum depoimento dele a respeito desse assunto.
Jornal Nacional: Deputados comentam e até alguns advogados ligados à Lava Jato falam em off, nos bastidores, que a senhora já ganhou mais de R$ 20 milhões com as delações da Lava Jato. Essa cifra procede?
Beatriz Catta Preta: Esse número é absurdo. Não chega perto da metade disso.
[* Essa resposta ficou até engraçada: 6, 7 ou 8 milhões não chegam nem perto da metade de 20 milhões e ainda são muita coisa, não é mesmo?]
Jornal Nacional: Esse dinheiro que a senhora recebeu dos clientes da Lava Jato foram todos pagos por dentro? A senhora recebeu algum dinheiro fora do Brasil? A senhora sabe da origem desse dinheiro?
Beatriz Catta Preta: O dinheiro foi todo recebido via transferência bancária, aqui no Brasil, ou depósitos em cheque, na conta do escritório, tudo mediante nota fiscal, impostos recolhidos. A vida financeira do escritório, a minha vida financeira é absolutamente correta. Nunca recebi um centavo fora do Brasil.
Beatriz Catta Preta: O dinheiro foi todo recebido via transferência bancária, aqui no Brasil, ou depósitos em cheque, na conta do escritório, tudo mediante nota fiscal, impostos recolhidos. A vida financeira do escritório, a minha vida financeira é absolutamente correta. Nunca recebi um centavo fora do Brasil.
Comento em tuitadas:
- Petistas da imprensa e da internet estão contentes com levantamento de suspeitas contra Cunha em horário nobre da TV. É bom que seja assim.
- Ainda que seja denunciado, Cunha não vai sair do cargo. PT só tem a perder com sua demonização. Quanto mais bater, mais vai levar na Câmara.
- Espero que Cunha julgue entrevista de Catta Preta no JN conspiração do PT contra ele e abra logo processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil