quinta-feira, 30 de julho de 2015

Catta Preta no Jornal Nacional serve para demonização de Eduardo Cunha. Mas isso interessa ao PT?

30/07/2015
 às 22:33 \ BrasilCultura

Catta Preta no Jornal Nacional serve para demonização de Eduardo Cunha. Mas isso interessa ao PT?

alx_catta-preta-jn_originalO jogo é pesado de todos os lados.
Beatriz Catta Preta, ex-advogada de delatores da Operação Lava Jato, disse no Jornal Nacional que se sentiu ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela não citou nomes, mas afirmou que a intimidação vem dos que votaram a favor de sua convocação (para descobrir quanto ganhou dos clientes e de onde veio o dinheiro).
Reproduzo a entrevista e comento em seguida.
Jornal Nacional: Muito que se fala que a senhora deixou os clientes e fugiu do Brasil. Tirou os filhos da escola, saiu de São Paulo, e se mudou pra Miami. A senhora está morando em Miami?
Beatriz Catta Preta: De forma alguma, eu saí de férias. Aliás, eu costumo sair de férias e viajar pra lá, sempre que os meus filhos estão em período de férias escolares. Nunca cogitei sair do país, ou fugir do país como está sendo dito na imprensa. / Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório.
Jornal Nacional: É medo?
Beatriz Catta Preta: Sim.
Jornal Nacional: A senhora recebeu ameaças de morte pra tomar essa decisão?
Beatriz Catta Preta: Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas.
Jornal Nacional: Foi a partir dessa nova revelação do Julio Camargo [sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ter pedido 5 milhões] que a senhora sentiu que o foco de retaliação se voltou pra senhora?
Beatriz Catta Preta: Sim. Vamos dizer que, aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e a minha família.
Jornal Nacional: O Julio Camargo, nos seus primeiros depoimentos, não falava de Eduardo Cunha, que tinha pago propina pro presidente da Câmara, que tinha dado 5 milhões, não dava revelações claras e informações tão precisas como ele deu agora recentemente. Por que que isso não foi feito antes?
Beatriz Catta Preta: Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara.
Jornal Nacional: E por que ele muda de ideia? O que o faz mudar de ideia?
Beatriz Catta Preta: A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República. / Todos os depoimentos prestados sempre vieram respaldados. Com informações, dados, documentos, provas definitivas. Nunca houve só o dizer por dizer.
Jornal Nacional: A senhora se sente realmente perseguida?
Beatriz Catta Preta: Sem dúvida nenhuma.
Jornal Nacional: E a senhora se sente intimidada?
Beatriz Catta Preta: Sim, com certeza.
Jornal Nacional: A senhora consegue identificar de onde vem essa intimidação que a senhora enxerga tão claramente hoje?
Beatriz Catta Preta: Vem dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação.
Jornal Nacional: Inclusive do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?
Beatriz Catta Preta: Não posso afirmar, eu não vi nenhum depoimento dele a respeito desse assunto.
Jornal Nacional: Deputados comentam e até alguns advogados ligados à Lava Jato falam em off, nos bastidores, que a senhora já ganhou mais de R$ 20 milhões com as delações da Lava Jato. Essa cifra procede?
Beatriz Catta Preta: Esse número é absurdo. Não chega perto da metade disso.
[* Essa resposta ficou até engraçada: 6, 7 ou 8 milhões não chegam nem perto da metade de 20 milhões e ainda são muita coisa, não é mesmo?]
Jornal Nacional: Esse dinheiro que a senhora recebeu dos clientes da Lava Jato foram todos pagos por dentro? A senhora recebeu algum dinheiro fora do Brasil? A senhora sabe da origem desse dinheiro?
Beatriz Catta Preta: O dinheiro foi todo recebido via transferência bancária, aqui no Brasil, ou depósitos em cheque, na conta do escritório, tudo mediante nota fiscal, impostos recolhidos. A vida financeira do escritório, a minha vida financeira é absolutamente correta. Nunca recebi um centavo fora do Brasil.
Comento em tuitadas:
- Petistas da imprensa e da internet estão contentes com levantamento de suspeitas contra Cunha em horário nobre da TV. É bom que seja assim.
- Ainda que seja denunciado, Cunha não vai sair do cargo. PT só tem a perder com sua demonização. Quanto mais bater, mais vai levar na Câmara.
- Espero que Cunha julgue entrevista de Catta Preta no JN conspiração do PT contra ele e abra logo processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Marco Antonio Villa no Aqui entre Nós: ‘Dilma não terá o apoio dos governadores. Ninguém quer ser sócio de um naufrágio’

30/07/2015
 às 21:41 \ Direto ao Ponto

Marco Antonio Villa no Aqui entre Nós: ‘Dilma não terá o apoio dos governadores. Ninguém quer ser sócio de um naufrágio’

João Doria se apresenta como pré-candidato do PSDB à Prefeitura

30/07/2015
 às 6:28

João Doria se apresenta como pré-candidato do PSDB à Prefeitura

No Estadão:
Um dia após o jornalista e apresentador José Luiz Datena, da Band, confirmar que vai disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016 pelo PP, ontem foi a vez do empresário João Doria Jr, que comanda um programa de entrevistas na mesma emissora, oficializar sua intenção de ser o candidato tucano na disputa municipal. 
Filiado ao PSDB, Doria afirmou que está disposto a enfrentar uma disputa prévia caso outros tucanos se coloquem no páreo. “Vou disputar o que for preciso para ser o candidato em 2016. Duas grandes lideranças do partido, o governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estão estimulando a renovação. Isso será importante para o partido crescer e sair do binômio Alckmin e Serra na capital”, disse Doria ao Estado.  Presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), ele disse que montou um grupo de trabalho com 27 pessoas que serão responsáveis pela gestão e formação de sua pré-campanha municipal. 
Os nomes serão anunciados em agosto, mas entre os membros do “Comitê de Gestão” do Lide estão ex-ministros de Luiz Inácio Lula da Silva – Roberto Rodrigues (Agricultura) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) – e FHC – Celso Lafer (Relações Exteriores) – e empresários como Wesley Batista (JBS) e Edson Godoy Bueno (Amil).  Questionado sobre um eventual prejuízo financeiro para seus negócios caso entre de fato na disputa, o empresário garante que isso não será problema. “Eu posso fazer essa sacrifício”, afirmou. O empresário classificou como “curioso” o fato da disputa em São Paulo em 2016 ter atraído nomes da TV. “Se as candidaturas se confirmarem, pela primeira vez teremos três comunicadores na disputa, o que é saudável”, disse.  Além de Doria e Datena, o deputado Celso Russomanno, que foi anunciado provável candidato pelo PRB, possui programa – é contratado da TV Record. 
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Quatro delatores ainda são desconhecidos; PT teme que Renato Duque seja um deles

30/07/2015
 às 6:33

Quatro delatores ainda são desconhecidos; PT teme que Renato Duque seja um deles

O Ministério Público anunciou nesta quarta-feira que há seis outros acordos de delação premiada que correm em sigilo, além de uma lista de 16 nomes que foi apresentada, a saber: Paulo Roberto Costa e seus familiares (Marici da Silva Azevedo Costa, Shanni Azevedo Costa Bachmann, Arianna Azevedo Costa Bachmann, Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz); o ex-gerente da estatal Pedro Barusco; o doleiro Alberto Youssef; seu ajudante Rafael Ângulo Lopez; Dalton Avancini e Eduardo Leite, diretores da Camargo Corrêa; os lobistas Julio Camargo e Shinko Nakandakari e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio.
Como da lista do MP não constam os nomes do Milton Pascowitch e do empresário Mauro Góes, o último a fazer acordo, então seriam apenas quatro os delatores por enquanto desconhecidos. As especulações correm soltas.
Góes, autor das mais recentes acusações, detalhou ao MP como funcionaria o esquema da Andrade Gutierrez, mantido no exterior, segundo ele, para a distribuição de propinas. Ele sustenta que, por meio da subsidiária Zagope Angola, a empresa teria repassado recursos para uma offshore na Suíça que ela própria controlaria — a Phad Corporation — , de onde migrariam para as contas do petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços.
Segundo o MP, houve pelo menos 83 repasses de propina entre julho de 2006 e fevereiro de 2012 da conta de Góes para a de Pedro Barusco, que abrigariam também propinas para Duque, que era o chefe de Barusco. O total das operações teria chegado, aponta o MP, a US$ 6,42 milhões.
Os outros
As especulações ficam agora por conta dos quatro outros delatores anunciados pelo Ministério Público. Entre eles, pode estar um nome que leva verdadeiro pânico ao PT e que, até agora ao menos, tem-se mantido um túmulo: o petista Renato Duque.
Quando se deu a primeira prisão de Duque, circularam com força os boatos de que ele teria dito que não cairia sozinho. Depois, obteve um habeas corpus no Supremo, e a temperatura baixou. A segunda prisão, acusado que foi de tentar esconder ativos, levou a uma nova elevação da tensão. Comenta-se nos bastidores que a família pressiona Duque a fazer o acordo de delação premiada.
Há duas semanas, seu advogado chegou a dizer que essa não era uma hipótese descartada. Nos próximos dias, saberemos. O PT está mais ansioso do que nós.
Texto publicado originalmente às 23h35 desta quarta
Por Reinaldo Azevedo

Entrevista de Beatriz torna a história ainda mais enrolada e inverossímil

Blogs e Colunistas
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
30/07/2015
 às 21:11

Entrevista de Beatriz torna a história ainda mais enrolada e inverossímil

Conforme antecipei aqui, a advogada Beatriz Catta Preta concedeu uma entrevista — no caso, ao repórter Cesar Tralli, da Globo — em que diz ter desistido dos seus clientes porque estava se sentindo ameaçada pela… CPI.
Ameaçada de quê? Não ficou claro! Falou em ameaças “cifradas, veladas” e só. Não acusou diretamente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, mas a sugestão ficou no ar. Segundo disse, a pressão ficou maior depois que Julio Camargo mudou a versão e passou a acusar Cunha.
Voltarei o assunto. Para mim, a história ficou mais enrolada do que antes e direi por quê.
OAB
A OAB entrou com um pedido no Supremo para que Beatriz não tivesse de depor. Ricardo Lewandowski, presidente do tribunal, que responde pelo plantão, não tinha, obviamente, como proibir o depoimento sem cometer uma violência contra o Legislativo. Ele a autorizou a não falar sobre coisas que dizem respeito ao sigilo profissional.
Não mudei de posição: sou contra a convocação da advogada pela CPI — embora não seja ilegal. Mas isso não quer dizer que essa não seja a história mais mal explicada da Lava Jato até agora.
Ainda volto ao assunto.
Não estou acusando Beatriz de nada, mas a sua história não me convenceu. Ela é uma penalista. Fosse espectadora da própria entrevista, acharia tudo muito estranho, não é?
Por Reinaldo Azevedo

Cassação à vista: Gráfica fantasma que recebeu R$ 6 milhões da campanha de Dilma desperta suspeita do TSE

Cassação à vista: Gráfica fantasma que recebeu R$ 6 milhões da campanha de Dilma desperta suspeita do TSE

Dilma EdinhoO TSE, finalmente, suspeita do PT.
A Folha acrescenta hoje novas informações à história da gráfica fantasma Rede Seg, antecipada pela IstoÉ (como mostrei aqui).
Diz a reportagem:
“A campanha da presidente Dilma Rousseff pagou R$ 6,15 milhões a uma gráfica que não tem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia R$ 1.490.
A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, aparece como a oitava fornecedora que mais recebeu dinheiro da campanha presidencial petista no ano passado.
Funcionários do TSE que examinaram as contas da campanha de Dilma descobriram a situação da gráfica ao cruzar as informações da empresa com o banco de dados do Ministério do Trabalho.
A descoberta fez surgir a suspeita de que a gráfica não tinha a estrutura necessária para prestar os serviços pelos quais foi remunerada pelo PT”.
Tem mais:
“A Justiça Eleitoral pediu à PF apuração sobre a Focal e outra gráfica, a VTBP, que ganhou R$ 23 milhões da campanha. O TSE agora poderá enviar novo ofício à PF pedindo que investigue também a Rede Seg”.
Que bom. Resta saber para onde foi o dinheiro arrecadado por essas gráficas fantasmas: terão sido transformados em dinheiro vivo para pagamentos por fora?
Quando sai a cassação da presidente-fantasma, que não tem a estrutura necessária para prestar serviços ao país?
Tic-tac, tic-tac, tic-tac…

11/07/2015
 às 0:52 \ BrasilCultura

Campanha da Dilma é caso de polícia! Documentos sobre gráficas fantasmas complicam a petista e Edinho Silva

Dilma EdinhoA gráfica fantasma VTPB recebeu quase R$ 23 milhões da campanha de Dilma Rousseff.
A Focal Comunicação Visual, R$ 24 milhões. Ambas são suspeitas de servir de lavagem de dinheiro para o PT.
O ministro Gilmar Mendes enviou um ofício à Polícia Federal no último dia 29 solicitando a apuração de diversas irregularidades nas contas da campanha à reeleição e pedindo atenção especial à Focal, apontada em 2005 pelo publicitário Marcos Valério como destinatária de recursos do mensalão.
Caberá à Polícia Federal avaliar se há indícios suficientes para abrir um inquérito, que poderá complicar ainda mais a situação de Dilma e seu tesoureiro hoje ministro, Edinho Silva.
IstoÉ teve acesso à documentação enviada por Mendes, que inclui um relatório de inteligência elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a respeito da VTPB.
Parte dos serviços da VTPB teria sido bancada com dinheiro sujo, desviado da Petrobras para o caixa da UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa.
Pessoa confirmou ter doado à campanha de Dilma, por pressão de Edinho Silva, um total de R$ 7,5 milhões oriundos do petrolão.
Gilmar
Devassa neles, Gilmar Mendes
O primeiro depósito ocorreu em 5 de agosto.
No mesmo dia, Edinho transferiu R$ 5 milhões para a conta da Polis Propaganda e Marketing, empresa de João Santana, o marqueteiro que recebeu um total de R$ 70 milhões da campanha de Dilma.
Segundo depósito: 27 de agosto.
Edinho fez então uma série de pagamentos, entre eles:
- 4 depósitos na conta da VTPB num total de R$ 1,7 milhão.
- R$ 672,6 mil para a Focal Comunicação.
No mesmo dia das transferências para VTPB e Focal, Edinho fez também:
- 8 pagamentos num total de R$ 1,83 milhão a outra gráfica fantasma, a “Rede Seg Gráfica e Editora Eireli”, que, como a VTPB, não possui maquinário.
A Rede Seg recebeu ao todo mais de R$ 6,15 milhões, valor superior ao limite legal permitido para esse tipo de pessoa jurídica.
Diz a revista (com grifos meus):
“Ela está em nome de Vivaldo Silva, beneficiário de verba da cota parlamentar do deputado Vicente Cândido (PT/SP), parlamentar muito ligado a Edinho Silva.
No material encaminhado por Gilmar à PF há ainda indícios de emissão de notas fiscais frias e ocultação de despesas.
A análise das notas registradas no site do TSE indicam inconsistências, duplicação de valores e interrupção na sequência de notas emitidas.
A Focal, por exemplo, emitiu duas notas fiscais sob o mesmo número 1303 para campanhas diferentes: de R$ 143,1 mil para a campanha de Dilma e de R$ 432 para a campanha do deputado Vicentinho (PT-SP).
VTPB
VTPB é uma mera salinha-garagem nesse prédio
No caso da VTPB os problemas são mais flagrantes.
A empresa diz que encomendou à gráfica Ultraprint quase a totalidade do material de propaganda para a reeleição.
Ocorre que a Ultraprint também foi contratada diretamente pela campanha, o que levanta dúvidas sobre a necessidade de se pagar um intermediário.”
Só para lembrar: o dono da VTPB é Beckembauer Rivelino, irmão do jornalistaKennedy Alencar.
“Uma outra análise das notas fiscais emitidas pela VTPB reforça a impressão da existência de irregularidades.
As séries das notas fiscais não são contínuas e há dezenas de notas faltando.
Além disso, quando as notas anexadas ao processo de prestação de contas são cotejadas com as registradas eletronicamente no TSE, observa-se contradições importantes.
Em 22 de agosto, por exemplo, a VTPB emitiu duas notas fiscais (nº 492 e nº 506) de R$ 667,8 mil cada. No processo físico, porém, não existe a nota 506.”
O que dizer?
Inquérito já!
A campanha de Dilma Rousseff é caso de polícia!

G1 EXPLICA O SUPERÁVIT PRIMÁRIO

G1 EXPLICA O

SUPERÁVIT PRIMÁRIO

É o dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas, exceto juros da dívida pública.
Por isso ele é conhecido como a economia para pagar os juros

Para explicar como funcionam as contas do governo, o G1 traça uma comparação com o orçamento e os gastos de um brasileiro

José

José, 42 anos, é casado e tem dois filhos. Contador, ele mora em uma casa alugada, paga prestação do carro e tem uma empregada para ajudar no trabalho doméstico

Governo

O governo, com 192 anos de independência, arrecadou mais de R$ 1 trilhão em 2013, mas fechou o ano com dívida de mais de R$ 2 trilhões
José recebe seu salário em dia, uma vez por mês
No caso do governo, esse salário é a sua arrecadação, que vem dos impostos e outras receitas, como privatizações
José tem despesas com o aluguel da casa, o supermercado, a empregada e a escola do filho, por exemplo
As despesas são com os funcionários públicos, educação, saúde e previdência, entre outras
Se José consegue, com o salário que recebe todo mês, pagar suas despesas daquele período (exceto dívidas) e ainda sobra um pouco, significa que houvesuperávit primário
No caso do governo, se o resultado do que ele arrecadou com impostos, menos suas despesas principais, com educação, por exemplo, der positivo, significa que houvesuperávit primário
A consequência disso para o José é que ele terá uma imagem de bom pagador no mercado, já que suas contas mostram equilíbrio, e conseguirá obter empréstimos e fazer compras a prazo, por exemplo
Para o mercado financeiro internacional, manter as contas públicas em ordem indica que o país tem capacidade de pagar o que deve, ou seja, tem menos risco de crédito e, portanto, poderá ser um bom destino para capitais internacionais. Sua dívida é confiável
Se José teve despesas extras e acabou gastando mais do que recebeu no mês, significa que houvedéficit primário
No caso do governo, se gastar mais do que arrecadou, também será registrado déficit primário
José também tem um empréstimo no banco que tomou para financiar a compra de um carro
No caso do setor público, quando precisa de dinheiro para financiar seus gastos, porque a arrecadação não foi suficiente, ele costuma emitir títulos públicos que são vendidos no mercado – são os empréstimos que o governo ‘pega’ no mercado
Se no final do mês, José, cujas contas tiveram superávit primário, pagou suas despesas fixas e, com o dinheiro que sobrou, pagou os juros e mais uma parte do seu empréstimo, significa que houvesuperávit nominal. Ou seja, o montante total do que deve para o banco diminuiu
Superávit nominal é quando o governo faz superávit primário, paga os juros da dívida e ainda tem um resultado positivo, uma “sobra”, que é usada para reduzir sua dívida pública, ou como chamam os economistas, o “estoque” de sua dívida
Se sobra dinheiro, José consegue fazer planos para, por exemplo, investir na troca da sua geladeira e do seu fogão no próximo mês
No caso do governo, será possível gastar mais em áreas que precisem de investimento ou reduzir impostos para dar mais competitividade à economia sem desequilibrar as contas
Se José pagou suas contas em dia, mas teve um superávit primário pequeno e, por isso, só conseguiu pagar apenas parte dos juros do seu empréstimo com o banco, sem chance de quitar um tanto da sua dívida, significa que: houvedéficit nominal
No caso do governo brasileiro, há um déficithistórico, porque seu superávit primário, quando comparado com o PIB (soma das riquezas do país), é baixo e os juros, que corrigem o valor da sua dívida, são altos. Por isso, o governo não consegue pagar todo o juro, muito menos abater o valor de sua dívida
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SUPERÁVIT: HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA

Cumprimento de metas mostra que país é ‘bom pagador’

  • O ministro da Fazenda, Pedro Malan [à esq.], e o presidente do Banco Central, Gustavo Franco durante comemoração do aniversário de 4 anos do Real, no Centro de Treinamento do Banco do Brasil.

    década de 1990

    No final da década de 1990, o Brasil estava muito endividado.

    Em 1998, o governo fez um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e BIS (‘Banco Central dos Bancos Centrais’), por uma ajuda de perto de US$ 41 bilhões, mas teve que se comprometer com uma série de exigências, como compromissos com estabilidade econômica e reformas da Previdência e fiscal.
  • Fernando Henrique Cardoso sobe a rampa do Congresso Nacional, em Brasília (DF), durante a cerimônia de posse para o seu segundo mandato como presidente da República, em 1º de janeiro de 1999.

    1999

    Em 1999, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso implantou a meta de superávit primário.

    Para 1999, foi estabelecida meta de superávit primário de 3,1% do PIB.

    Quanto menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mostra que é um “bom pagador” – e portanto é maior a chance de conseguir taxas de juros mais baixas quando tiver que pedir dinheiro emprestado.
  • Da esquerda para a direita: o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o secretário da presidência, Aloysio Nunes, o governador do Paraná, Jaime Lerner, e o governador de Goiás, Marconi Perillo, vistos durante reunião com governadores para tratar sobre a Lei da Responsabilidade Fiscal, no Palácio do Planalto em Brasília, Distrito Federal.

    década de 2000

    A Lei de Responsabilidade Fiscal sancionada em 2000, por FHC, também foi um mecanismo para ajudar no cumprimento das metas de superávit.

    O objetivo da lei era estabelecer uma espécie de “freio” nos gastos excessivos de prefeituras, de governos estaduais e da União.

    A lei determinava que o presidente, governadores e prefeitos não gastassem mais do que arrecadassem nem deixassem dívidas para o mandato seguinte.

    A intenção era melhorar a administração das contas públicas.
  • O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, concede entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

    2009

    Em 2009, no mandato do então presidente Lula, foi sancionada a Lei de Transparência, que só começou a valer em 2010.

    Por meio dessa lei, estados e municípios com mais de 100 mil habitantes devem disponibilizar suas informações na internet.
  • O prefeito de Cascavel, no oeste do Paraná, Edgar Bueno (PDT), anuncia um corte de gastos para conter um rombo nas contas da administração municipal

    2013

    No início de 2013, por exemplo, o prefeito de uma cidade no interior do Paraná anunciou um corte de gastos para conter um rombo nas contas da administração municipal.

    As medidas adotadas incluíram a redução do seu próprio salário.
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EVOLUÇÃO DAS CONTAS PÚBLICAS

Veja o resultado do superávit primário do Brasil ano a ano e sua proporção em relação ao PIB

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MANOBRAS CONTÁBEIS

Com os gastos em alta, o governo usa artifícios – todos legais – para atingir a meta de superávit

2009

R$ 8,9

bilhões

DEPÓSITOS JUDICIAIS

A União considerou na conta R$ 8,9 bilhões recebidos a mais em depósitos judiciais antigos

R$ 3,5

bilhões

BNDES

Outros R$ 3,5 bilhões vieram do BNDES, que comprou da União dividendos que ela teria direito a receber da Petrobras

2010

R$ 31,9

bilhões

PETROBRAS

Em uma operação que envolveu a injeção de recursos na Petrobras em troca de pagamento pela cessão onerosa de barris de petróleo a que a União teria direito, o governo ficou com uma "sobra" de R$ 31,9 bilhões para o superávit primário

2012

R$ 12,6

bilhões

BNDES

O BNDES foi autorizado a comprar ações da Petrobras que faziam parte das aplicações do Fundo Soberano. Essas ações foram repassadas ao Tesouro Nacional, que se desfez deles por R$ 8,84 bilhões – dinheiro que engordou o superávit. Junto com outras operações parecidas, a manobra rendeu R$ 12,6 bilhões

R$ 7

bilhões

BNDES

A Caixa Econômica Federal e o BNDES pagaram dividendos (parte do lucro que é distribuída aos acionistas), em valor, somado, de R$ 7 bilhões. Mas o BNDES continuou recebendo empréstimos do Tesouro Nacional

2013

R$ 22

bilhões

REFIS

Foi reaberto o prazo do Refis, programa de parcelamento de dívidas das empresas com o governo, que rendeu quase R$ 22 bilhões aos cofres públicos. A medida foi feita contra a vontade da Receita Federal

R$ 22

bilhões

CONCESSÕES

O governo também contou com os valores recebidos pelas concessões, principalmente do Campo de Libra, que somaram pelo menos R$ 22 bilhões
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SUPERÁVIT DOS PAÍSES

Veja o resultado do superávit de paises pelo mundo, em relação ao PIB (em %)

Texto: Anay Cury e Alexandro Martello
Fontes: Felipe Salto, da Tendências Consultoria; Carlos Stempniewski, da Faculdades Rio Branco, Gabriel Leal de Barros, da FGV, e 
Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral
Edição: Laura Naime (Conteúdo) e Leo Aragão (Arte)
Infografia: Daniel Roda, Dalton Soares e Elvis Martuchelli
Desenvolvedores: Thiago Bittencourt e Rogério Banquieri

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...