'O problema é bem maior', disse Pessoa sobre
doações à campanha de Dilma
Em mensagem enviada pelo celular, empreiteiro já
indicava que teria de doar muito mais do que pretendia, por causa da pressão de
Edinho Silva
23/07/2015 às 09:49 - Atualizado em 23/07/2015
às 09:49
Ricardo
Pessoa, dono da UTC(Marcos
Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo/VEJA)
Há um mês reportagem de VEJA detalhou
o depoimento prestado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em acordo de
delação premiada, à força-tarefa da Operação Lava Jato. Entre as informações
demolidoras repassadas por ele está a de que foi com a verba desviada da
Petrobras que a UTC doou dinheiro para as campanhas de Lula em 2006 e de Dilma
em 2014. E mais: o empreiteiro delatou as somas que entregou aos donos do
poder, segundo ele, mediante achaques e chantagens. Pessoa afirmou que foi
pressionado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro
de Comunicação Social, a doar 10 milhões de reais. Acabou repassando somente
7,5 milhões porque foi preso antes de completar o montante pedido. Reportagem
desta quinta-feira do jornal Folha
de S. Paulorevela o conteúdo de uma mensagem de
celular em que o empreiteiro trata da doação à campanha de Dilma. "O
problema é bem maior", escreveu Pessoa sobre o repasse.
A mensagem foi enviada em 29 de julho
do ano passado ao ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro. Segundo
o o jornal, o empreiteiro revelou a pessoas próximas que o "problema"
citado na mensagem é a diferença entre o valor que ele pretendia doar (5
milhões de reis) e o que o ministro-tesoureiro solicitou. "Estive com Edinho.
A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araujo [hoje chefe de gabinete do
petista]. Acertado 2,5 dia 5/8 (até) e 2,5 até 30/8. Ligue para ele que está
esperando. O problema é bem maior. Me de resposta. Edinho já passou os dados.
Abs", escreveu Pessoa na mensagem a "WP" - referência a Walmir
Pinheiro.
Documentos entregues pelo empresário
mostram que foram feitos dois depósitos de 2,5 milhões de reais cada um, em 5 e
30 de agosto de 2014. Depois dos pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro
o repasse de outros 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. Pessoa entregou
metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições.
Não cumpriu o prometido porque foi preso antes.
(Da
redação)
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