Justiça
aceita denúncia contra presidente da Andrade Gutierrez e mais
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Juiz Sergio Moro considerou haver indícios
suficientes de que executivos, lobistas e ex-dirigentes da Petrobras praticaram
os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Por: Laryssa Borges, de Curitiba29/07/2015 às 17:19 - Atualizado em 29/07/2015 às 18:57
Otávio Marques de Azevedo, presidente da construtora
Andrade Gutierrez é encaminhado para exames no IML de Curitiba (PR) -
20/06/2015(Vagner Rosário/VEJA)
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da
Justiça Federal em Curitiba, aceitou denúncia contra o presidente da construtora Andrade
Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e outras doze pessoas. Com isso, eles
passam a ser réus na nova ação penal aberta em decorrência das investigações da
Operação Lava Jato. Além do dirigente máximo da construtora, também passaram a
responder formalmente por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa o doleiro Alberto Youssef, os executivos Antônio Pedro
Campello de Souza, Armando Furlan Júnior, Elton Negrão, Flávio Gomes Machado
Filho, Paulo Dalmazzo, o lobista Fernando "Baiano" Soares, os
operadores Mario e Lucélio Góes, além dos ex-dirigentes da Petrobras Paulo
Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque.
De acordo com a denúncia apresentada
pelo Ministério Público, o Grupo Andrade Gutierrez pagou propina a dirigentes
da Petrobras em obras e contratos na Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG),
no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Refinaria Landulpho
Alves, em São Francisco do Conde (BA), na Refinaria de Paulínia (SP), no
Gasoduto Urucu-Manaus, no Centro de Pesquisas (Cenpes) e no Centro Integrado de
Processamento de Dados (CIPD), no Rio de Janeiro, no Gasoduto Gasduc III (RJ) e
no Terminal de Regaseificação da Bahia.
A força-tarefa de procuradores que
atuam nas investigações do esquema do petrolão conseguiu mapear 243 milhões de
reais desviados pela Andrade Gutierrez entre 2007 e 2010 em 106 atos de
corrupção ativa, 61 de corrupção passiva, 62 lavagens de dinheiro.
O Ministério Público apresentou três
esquemas criminosos da Andrade Gutierrez com apoio de Alberto Youssef, Fernando
Baiano e Armando Furlan, além de falsas consultorias. Os operadores Mário e
Lucélio Góes também atuaram em esquemas da empresa, por meio da empresa
RioMarine. Os recursos eram enviados para contas no exterior como a Maranelle e
Phad. Uma vez no exterior, nas contas dos operadores, o dinheiro era repassado
para as contas de Pedro Barusco. Ele também recebia valores de 300.000 a
400.000 reais em mochilas por meio de Mario Góes.
Nesta terça-feira, a Andrade
Gutierrez voltou a protagonizar as investigações da Lava Jato. Na 16ª fase, que
ampliou as investigações para o setor elétrico, foi preso temporariamente o
presidente da AG Energia Flávio Barra, suspeito de integrar uma trama de
pagamento de propina envolvendo as obras da usina nuclear de Angra 3. Para o
MP, a corrupção era o "modelo de negócio" da empreiteira.
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