sexta-feira, 24 de julho de 2015

Investigação na Suíça liga Odebrecht a pagamentos de propina no país

24/07/2015 17h12 - Atualizado em 24/07/2015 18h16

Investigação na Suíça liga Odebrecht a pagamentos de propina no país.

Pagamentos foram feitos a ex-diretores da Petrobras, segundo o MPF.
Juiz Sergio Moro autorizou a quebra do sigilo bancário da Odebrecht.

Do G1 PRCEBOOK

Uma investigação das autoridades suíças apontou que empresas do Grupo Odebrecht utilizaram contas bancárias naquele país para pagar propina a ex-diretores da Petrobras. Conforme relatado pelo Ministério Público Federal (MPF), a Suíça informou que os pagamentos foram feitos a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Renato Duque, ex-diretor de Serviços; Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços; Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ambos ex-comandantes da área Internacional.

A Odebrecht tem negado irregularidades no processo da Lava Jato e chamou jornalistas para dar explicações no início da noite desta sexta.
Diante dos documentos apresentados, o juiz Sergio Moro autorizou a quebra do
sigilo bancário do grupo Odebrecht e também que as autoridades suíças
acompanhem depoimentos dos investigados da Lava Jato, relacionados à construtora.
A Odebrecht, junto com a empreiteira Andrade Gutierrez, foi alvo de investigação da 14ª fase da Operação Lava Lato, que apura um esquema bilionário de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras. De acordo com o MPF e a Polícia Federal, as duas agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da estatal. Esta etapa da operação foi deflagrada em junho do ano passado.
Segundo as informações da investigação suíça, os pagamentos aos dirigentes da Petrobras eram feitos por meio de subsidiárias da Odebrecht, como Smith&Nash, Arcadex, Havinsur, Golac e Sherkson. O dinheiro também transitava em contas intermediárias mantidas em offshores em outros países, como Panamá, Antigua e Barbuda e Áustria.
De acordo com a investigação, a empresa Havinsur, ligada à Odebrecht, repassou US$ 565 mil a Milzart Overseas, de Renato Duque, por exemplo. Já a Smith&Nash, outra subsidiária da Odebrecht, transferiu US$ 3,46 milhões e 1,9 milhão de francos suíços a Sagar Holding, de Paulo Roberto Costa.
O documento diz também que a Constructora del Sur repassou, em 2009, US$ 3 milhões para offshores vinculadas a ex-diretores da estatal: Milzart Overseas (de Renato Duque), Quinus Services (de Paulo Roberto Costa) e Pexo Corporation (de Pedro Barusco). Outra empresa, a Klienfeld Services, repassou, entre 2007 e 2010, US$ 2,6 milhões para as mesmas três offshores dos então dirigentes.
A Arcadex também fez uma transferência no valor de quase US$ 435 mil à Milzart Overseas, de Duque, de acordo com as investigações, assim como a Innovation repassou US$ 286 mil à Pexo, de Barusco, e US$ 4 milhões à Sygnus Assests, outra empresa de Costa.
Veja a íntegra do documento, que tem sete páginas:
Lava Jato - print 1 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 2 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 3 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 4 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 5 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 6 (Foto: Reprodução)
Lava Jato - print 7 (Foto: Reprodução)
tópicos:
  • Odebrecht
  • Petrobras
  • Faltam Lula e a Dilma ( em "O  Antagonista")
  • O documento integral das autoridades suíças, ao qual O Antagonista teve acesso, não deixa a menor dúvida sobre a propina paga pela Odebrecht aos diretores da Petrobras.
    Veja o caso de Renato Duque, por exemplo.
    Em primeiro lugar, o documento mostra que a Arcadex é uma empresa de fachada da Odebrecht:
    Em seguida, rastreia a propina até a conta de Renato Duque:
    O documento faz a mesma coisa com a Havinsur. Primeiramente, mostra que ela pertence à Odebrecht:
    Depois descreve o pagamento a Renato Duque:
    Agora é preciso fazer o mesmo trabalho com Lula, o principal lobista da Odebrecht, e Dilma Rousseff, cuja campanha foi abastecida com dinheiro da empreiteira, segundo as mensagens de seu dono.

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