Moro manda prender
quem barrar buscas na Odebrecht
Advogados da
empreiteira impediram que PF copiasse e-mails de diretor investigado durante a
16ª fase da Lava Jato, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro
Por: Felipe
Frazão28/07/2015 às 15:33 - Atualizado em 28/07/2015
às 15:53
Fabio Gandolfo, diretor da Odebrecht
Infraestrutura, investigado na 16ª fase da Lava Jato(Reprodução/VEJA)
O juiz
Sergio Moro determinou que a Polícia Federal prenda os funcionários e advogados
da Odebrecht que se opuserem à busca realizada pelos agentes nesta terça-feira
na sede da empresa na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro. A empreiteira
também é alvo de uma ordem judicial de busca e apreensão na 16ª fase da
Operação Lava Jato, deflagrada para levantar provas e apurar a suspeita de
crimes em contratos com a estatal Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
Moro determinou que a PF cumpra o
mandado "se necessário mediante a utilização de força e prisão daqueles
que se opuserem" pelo crime de impedir investigação contra organização
criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de prisão.
Na manhã desta terça, o delegado
da PF Igor Romário de Paula comunicou ao juiz que advogados da empreiteira
"se recusaram" a ceder as senhas de acesso aos servidores para
extração de dados e arquivos da conta de e-mail do diretor superintendente da
Odebrecht Infraestrutura, Fábio Gandolfo, um dos investigados nesta fase. A PF
suspeita que a postura da Obebrecht seja "uma mera estratégia de retardar
a investigação policial".
"A alegação dos defensores
baseia-se no fato de que o servidor de e-mails da empresa estaria estabelecido
no exterior e não abrangido pela ordem judicial", escreveu o delegado.
O
obstáculo criado pelo departamento jurídico da Odebrecht irritou o juiz Sergio
Moro. Ele também considerou que a Odebrecht pode tentar destruir provas no
arquivadas no e-mail de Gandolfo e por isso não liberou acesso imediato aos
agentes da PF.
"Ora,
não cabe aos empregados da Odebrecht, quer advogados ou não, se oporem ao
cumprimento do mandado de busca. O crime investigado ocorreu no Brasil, o
executivo investigado realizou comunicações no Brasil, não tendo qualquer
relevância o suposto óbice apontado", anotou Moro. "Como o
comportamento adotado indica possibilidade de destruição de provas, como também
indicam anotações anteriores do presidente da holding [Marcelo Odebrecht], ao
recomendar 'higienização de apetrechos', amplio a busca para deferir o pedido
para a extração dos backups, cópias de segurança e logs de acesso da conta
investigada das últimas 48 horas."
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