quinta-feira, 30 de julho de 2015

Justiça aprova acordo de delação premiada de lobista da Lava Jato

30/07/2015 16h07 - Atualizado em 30/07/2015 17h11

Justiça aprova acordo de delação premiada de lobista da Lava Jato

Acordo foi homologado na tarde desta quinta-feira (30).
Mario Góes é acusado de ser lobista que atuava para Andrade Gutierrez.

Adriana Justi, Thais Kaniak e Malu MazzaDo G1 PR e RPC Curitiba
Em foto de maio de 2015, Mário Frederico Góes presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Justiça Federal (Operação Lava-jato) em Curitiba (Foto: Geraldo Bubniak/Estadão Conteúdo)Mario Góes passa a ser delator (Foto: Geraldo
Bubniak/Estadão Conteúdo)
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, homologou, na tarde desta quinta-feira (30), o acordo de delação premiada do empresário Mario Góes, lobista acusado de atuar para a Andrade Gutierrez no esquema milionário de desvio de dinheiro e de corrupção naPetrobras investigado pela Lava Jato. 
Com isso, Góes passa a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato passando informações sobre o funcionamento do esquema e a participação de suspeitos em troca de benefícios, como redução de pena, em caso de condenação.
O empresário já colocou a tornozeleira eletrônica, que serve para monitorar o preso em prisão domicilar. Entretanto, ainda não se sabe para onde ele irá.
Góes é acusado de ser um dos operadores do esquema envolvendo a empresa Arxo e está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Na tarde desta quinta, o empresário prestaria depoimento em uma audiência sobre um processo da 10ª fase da operação que envolve, entre outros réus, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o empresário acusado de ser um dos operadores do esquema de pagamento de propina Adir Assad.
Porém, devido à delação, o depoimento foi adiado para as 17h de segunda-feira (3).
No dia 17 de julho, em seu último depoimento, Góes não chegou a ser interrogado pela Justiça porque estava abalado e chorou durante a audiência.
Na quarta-feira (29), o Ministério Público Federal divulgou uma lista com os 16 acordos de delação premiada firmados até o dia 8 de julho. Entretanto, o MPF informou que, no total, são 22 acordos, mas os seis que não aparecem na lista correm em sigilo.
Os nomes dos delatores citados na lista do MPF são:
-Paulo Roberto Costa
-Shanni Azevedo Costa Bachmann
-Marici da Silva Azevedo Costa
-Marcio Lewkowicz
-Humberto Sampaio de Mesquita
-Arianna Azevedo Costa Bachmann
-Luccas Pace Júnior
-Alberto Youssef
-Julio Camargo
-Augusto Ribeiro
-Pedro Barusco
-Rafael Angulo Lopez
-Shinko Nakandakari
-Eduardo Leite
-Dalton dos Santos Avancini
-João Procópio
Outros nomes que fizeram delação mas não estão na lista do MPF são os do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Milton Pascowitch e o empresário Júlio Faermann. Pessoa fechou acordo diretamente com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília e, por isso, não consta na lista do MPF.
O acordo de Pascowitch foi homologado pela Justiça Federal no fim de junho. Com a delação, ele saiu da cadeia em Curitiba e voltou para casa, em São Paulo, onde cumpre domiciliar. Já Faermann fez um acordo com o MPF do Rio de Janeiro, antes mesmo de ser mencionado na Lava Jato. Não se sabe as razões pelas quais o MPF não incluiu os nomes de Pascowitch e Faermann na lista oficial.
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