terça-feira, 21 de julho de 2015

POLÍCIA FEDERAL TEME ATENTADOS CONTRA PRESOS DO LAVA JATO. ATIRADORES DE ELITE PROTEGEM ESCOLTAS EM CURITIBA.

POLÍCIA FEDERAL TEME ATENTADOS CONTRA PRESOS DO LAVA JATO. ATIRADORES DE ELITE PROTEGEM ESCOLTAS EM CURITIBA.

Ao lado, mera ilustração: snipers prontos para intervir. - 


O repórter Carlos Ohara, site UOL, descobriu hoje que agentes da PF que acompanham o dono da UTC, Ricardo Pessoa, tiveram que utilizar um veículo blindado para transportar o delator para uma audiência com o juiz Sergio Moro, além de protegê-lo com atiradores de elite.

Leia toda a reportagem:

Policiais federais que atuam na operação Lava Jato, cujo centro das investigações é em Curitiba, tiveram que alterar o roteiro previamente definido para a escolta de um dos detidos para evitar a possibilidade de um atentado. A PF não divulga a identificação do preso que estava sob escolta e nem os detalhes da ameaça, detectada durante o trajeto do comboio.
A revelação deste episódio e de outros detalhes de bastidores sobre a operação ocorreu na manhã desta terça-feira (21) durante uma palestra direcionada a jornalistas na sede da superintendência da Policia Federal em Curitiba. Policiais do Núcleo de Operações da PF explicaram  detalhes da atuação do setor -- responsável pela escolta de presos, controle de distúrbios civis e segurança de autoridades.
O policial Celso Secolo, um dos palestrantes, contou que os deslocamentos com os detidos na operação são definidos com roteiros múltiplos. Somente no momento da partida do comboio e que é anunciado o trajeto que será percorrido. Em alguns casos, parte do trajeto é acompanhada por "snipers" (atiradores de elite) posicionados em edifícios ao longo da rota. Todas as precauções visam resguardar a segurança da pessoa que está sendo transportada e a complexidade do aparato de segurança é analisada com base nas informações do perfil da pessoa detida. "Em alguns casos, no âmbito desta operação [Laja Jato] a escolta e realizada para verdadeiros 'arquivos vivos' e a nossa responsabilidade e a preservação da integridade desta pessoa", disse Newton Ishi, chefe do Núcleo de Operações da PF em Curitiba.
Citando outro exemplo de alteração de um plano de deslocamento, Secolo revelou que a PF teve que utilizar um veículo blindado para transportar o delator Ricardo Pessoa, dono da UTC, para uma audiência com o juiz Sergio Moro. "A imprensa divulgava relatos que ele entregaria várias pessoas importantes. Detectamos correspondências com ameaças a ele [Pessoa]. Neste caso, preferimos o uso de veículos blindados e o reforço na escolta."
Ricardo Pessoa afirmou, em delação premiada, que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e para o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele também citou políticos de partidos como PTB, PP e PSDB em seu depoimento.
Além de demonstrar o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Operações, a palestra com os jornalistas teve o objetivo de discutir limites físicos para a atuação, principalmente de cinegrafistas e fotógrafos que, em busca da melhor imagem, acabam entrando em áreas consideradas de risco. "Quando realizamos a escolta, seguimos um mantra: o comboio não para nunca. Ou seja, se alguém entrar na frente, vai ter problema", alertou o agente federal.

A operação Lava Jato investiga irregularidades em contratos da Petrobras junto a um grupo e empreiteiras que inclui, além da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, empresas como a UTC, Camargo Correa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, entre outras. Segundo as investigações, pelo menos R$ 10 bilhões foram desviados pelo esquema. Parte do dinheiro seria destinada político e partidos, entre eles o PMDB, PT e PP.

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