Pólvora pura Os rivais de Dilma Rousseff na Câmara se preparam para denunciar no Conselho de Ética todos os deputados do PT que receberam recursos do Diretório Nacional da sigla nas eleições de 2014. Pelo plano em curso, um partido de oposição assumirá o pedido cassação de dezenas de petistas sustentando que suas campanhas foram financiadas com dinheiro proveniente de uma organização criminosa. Há alguns dias, integrantes do PP envolvidos na Lava Jato receberam recado semelhante.
Sobra quem? A oposição fará um levantamento sobre o total de parlamentares agraciados com financiamento do Diretório Nacional em 2014, quando o PT elegeu 71 deputados federais.
Não largo O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é apontado em lista do governo como dono de ao menos três cargos federais em seu Estado: Departamento Nacional de Produção Mineral, Delegacia Federal de Agricultura e um posto local vinculado ao extinto Ministério da Pesca.
Não chegou Até a noite de sexta (1º), o Planalto não havia registrado nenhum pedido de demissão por parte dos profissionais. Jucá foi mestre de cerimônia do desembarque do PMDB.
Até hospital A planilha também mostra o ex-ministro Eliseu Padilha, um dos peemedebistas mais próximos do vice Michel Temer, como beneficiário de uma diretoria técnica no Grupo Hospitalar Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde.
Era pra sair? O executivo, que o Palácio do Planalto diz ser indicado por Padilha, também não havia pedido exoneração, conforme a lista do governo.
Filho pródigo Se Dilma sobreviver ao impeachment, a expectativa geral no PT é que Lula “refunde” o governo e assuma as rédeas até 2018.
Risco A despeito do pacto entre PSDB e PMDB contra Dilma, um tucano admitiu: “A saída Temer cria um terceiro polo de poder e há décadas rivalizamos só com o PT. Estamos fortalecendo o ‘centrão’. Poderemos sumir”.
Difícil Antes de deixar a prisão em razão de um câncer na bexiga, o empresário José Carlos Bumlai comentou com alguns policiais: “Eu preferia mil vezes continuar aqui a ter de sair por esse motivo”, disse.
Cardápio Marcelo Odebrecht tem passado horas todos os dias com seus advogados levantando informações que podem ser oferecidas ao Ministério Público. Ele precisa convencer os procurados que sua delação vale a pena.
Preso fitness O ex-presidente da Odebrecht segue afiado em sua rotina de exercícios. Quando não recebe o seu time de defesa, está “pendurado na barra”, diz um integrante da carceragem.
Me tira dessa De um líder partidário sobre o dilema das siglas que ainda não decidiram se deixarão o governo: “Usar terno branco, ter dente de ouro e ser da oposição têm algo em comum: são lindos… mas só nos outros!”.
Tem certeza? A CSN não desiste de ter voz no comando da Usiminas. O Cade julgará de novo se a empresa tem direito a um representante no conselho da companhia.
Muito mudou O órgão proibira a siderúrgica da família Steinbruch de indicar alguém ao posto. Mas o controle da Usiminas mudou, argumenta a CSN.
Em nome do pai O genro de Nelson Biondi, marqueteiro de Alckmin, assumirá a comunicação da candidatura municipal de João Doria. Será a primeira eleição de André Gomes como estrategista de uma campanha.
Guru Já Andrea Matarazzo, agora no PSD, está entre dois nomes para tocar sua equipe de marketing: Fábio Portela, sócio do marqueteiro Renato Pereira, e Felipe Soutello, que já atua para o PSD.
TIROTEIO
O vice-presidente Michel Temer tinha a faca e o queijo nas mãos. Aí pegou a faca, cortou o dedo e sujou todo o queijo.
DE MARCO AURÉLIO CARVALHO, coordenador do setorial jurídico do PT, sobre Temer ter antecipado a reunião do PMDB que selou o desembarque da legenda
CONTRAPONTO
Vai ter ou não vai ter?
Com notícias até de agressão física, as sessões da comissão do impeachment vêm despertando o instinto mais primitivo em muitos deputados. Em um desses momentos de tensão, governistas exaltados entoavam, com os punhos cerrados em direção ao alto, o grito de defesa da presidente Dilma Rousseff:
— Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!
Partindo do fundo do plenário, um experiente parlamentar — que, inclusive, assistiu à deposição de Fernando Collor — atravessou toda a confusão em direção à mesa e disse aos colegas, baixinho, com um meio sorriso:
— Vai ter golpe, sim!
— Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!
Partindo do fundo do plenário, um experiente parlamentar — que, inclusive, assistiu à deposição de Fernando Collor — atravessou toda a confusão em direção à mesa e disse aos colegas, baixinho, com um meio sorriso:
— Vai ter golpe, sim!
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